"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pinheirinho - Um massacre ignorado pela imprensa

Compartilho aqui um video, com o resumo do que foi a desocupação do Pinheirinho - com imagens absurdas de repressão policial que ilustram bem o fato de que nem sempre a PM está a serviço da nossa "segurança". São trabalhadores agredindo trabalhadores. Os responsáveis por autorizar isso com certeza dormem tranquilos em seus travesseiros enquanto mais de 6.000 pessoas agora não tem para onde ir. São tantos absurdos que não dá para comentar. O vídeo faz um resumo para os que não puderam acompanhar a história ou ainda não sabem sobre a cadeia de acontecimentos que levaram à essa situação.




E para os colegas que encontram justificativas para não fazerem seu trabalho jornalístico de reportar as ações de Estado e informar a sociedade, incorporando argumentos das "classes médias indignadas com a gente diferenciada", uma sonora do jornalista Ricardo Boechat, lúcida, contudente, que nos faz rever nossas concepções sobre nossa "sociedade" e o papel da imprensa brasileira. Sobre a forma como nos relacionamos em sociedade, sobre solidariedade e honestidade.



Clique no link abaixo para ouvir na rádio Band News FM


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fernando Morais dá uma merecida surra no politicamente incorreto Leandro Narloch

Do blog Solidários:


Fernando Morais dá uma merecida surra no politicamente incorreto Leandro Narloch


Sem graça, Narloch foi fisgado pela própria inconsistência e por uma necessidade fantasiosa de acreditar no que quer, como quando diz que o “capitalismo é o que de melhor já aconteceu na história da humanidade”. Assista ao vídeo no final do texto. Não contém todas as falas citadas, mas é possível encontrá-las no Youtube.

Nem as batatas cubanas ficaram de fora da mais animada e polêmica entre as mesas da 7ª Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), que reuniu, em Olinda, os jornalistas Fernando Morais, Leandro Narloch e Samarone Lima. O tema proposto era América Latina para o bem e para o mal e Cuba dominou boa parte da conversa. A segunda parte do debate ficou concentrada nos dois livros de Narloch: Guia politicamente incorreto do Brasil (hoje, o quinto mais vendido no Brasil) e o Guia politicamente incorreto da América Latina (Leya).

Quem deu a largada foi o moderador Vandek Santiago. Ele questionou o jornalista sobre as fontes usadas na produção do livro, dentre as quais estavam “as más línguas” em capítulo sobre o relacionamento de Perón, na Argentina, com jovens meninas.

Morais se juntou ao debate quando Narloch disse que “vários” cubanos desertaram durante os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. “Foram dois”, respondeu. Em outro momento, Narloch afirmou que as conquistas nas áreas econômica e de saúde não valeram a pena para Cuba, o que mereceu o deboche de Morais. “Essa fala me lembrou Nelson Rodrigues, que era um grande dramaturgo e um péssimo político, e que disse que preferia a liberdade ao pão. Pergunte a uma mãe que está enterrando o filho de cinco anos por desnutrição o que ela pensa disso”, disse Morais, que tinha acabado de citar dados da Unesco que mostram que Cuba tem o menor índice de mortalidade infantil entre os países concentrados do sul dos Estados Unidos à Patagônia.

Mais um pouco de conversa sobre liberdade e Cuba e a atenção voltou para Narloch. Fernando Morais, que não leu o livro, mas acompanhou algumas entrevistas do autor, mencionou o caráter marqueteiro das obras. O autor chegou a comentar em uma dessas entrevistas que tinha começado a coleção, que terá um novo volume sobre a história do mundo, para ganhar algum dinheiro. “Estou em pânico. Passei a faculdade lendo Fernando Morais e agora estamos quebrando o pau.”

“Leandro Narloch se reconhece como uma pessoa de direita. Em um país onde Paulo Maluf se diz de centro-esquerda, alguém de 30 e poucos anos se assumir de direita é de uma honestidade política”, comentou. “Mas seus livros deveriam ter uma errata dizendo que eles se chamam “Guias politicamente corretos”, porque estão remando a favor da maré e absolutamente a favor do vento que sopra na imprensa, especialmente na revista Veja”, completou.

Samarone Lima, que trazia um dos exemplares cheios “post-it”, disse que encontrou uma série de problemas no livro, mas que o principal dizia respeito ao capítulo dedicado ao general Augusto Pinochet. “É de uma inconsistência dolorosa. Nós, jornalistas, trabalhamos com fontes. Você não pode escrever sobre Pinochet usando como fonte um livro lançado pelo governo golpista”, disse Lima, que encontrou 12 referências ao tal livro oficial no capítulo.

Enquanto Lima procurava outra passagem, Narloch, já sem graça com a repercussão que seu trabalho tinha ganhado naquele painel, brincou: “Acabou, não dá mais tempo.” Mas deu. Ainda desconfortável, perdeu o fio da meada e foi vaiado quando, mais calmo, também citou Nelson Rodrigues: “Quem não é socialista com 20 anos não tem coração. Quem é com 40 não tem cérebro.”

Foi então a vez de ele contestar uma informação publicada por Morais sobre o episódio das larvas jogadas pelo governo norte-americano nas plantações de batatas em Cuba. “Use um pouco do dinheiro que você ganha com direitos autorais e vá até os Estados Unidos checar isso. Nós não vamos ficar aqui brigando pelas batatas cubanas”, finalizou Morais.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Alienação por George Orwell

Anonymous lanza el mayor ataque de la historia por cierre de ‪Megaupload‬

19/01/2012 entrando definitivamente para a história!
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Fonte: Publimetro




Anonymous lanza el mayor ataque de la historia por cierre de ‪Megaupload‬


El grupo de hacktivistas Anonymous aseguró haber atacado sitios oficiales del gobierno de Estados Unidos y de sellos musicales, en represalia por el cierre de Megaupload.com, una de las páginas de intercambio de archivos más grandes de la red.
La cuenta de Twitter @youranonnews lanzó una advertencia poco después de la noticia del desalojo: "¿El gobierno baja Megaupload? 15 minutos después Anonymous baja sitios de gobierno y de sellos musicales #esperennos"
El operador de Anonymous, Barret Brown, aseguró a la agencia de noticias rusa Russia Today que el ataque a justice.gov "fue en represalia por Megaupload".
Los sitios del Departamento de Justicia de EU y de Universal Music Group se encuentran fuera de servicio. No han dado ninguna declaración oficial.
En una operación para ponerle fin a lo que fue calificado como "uno de los casos criminales de derechos de autor más grandes que han sido entablados por Estados Unidos", el Departamento de Justicia de Estados Unidos y el Buró Federal de Investigaciones (FBI) cerraron este jueves la página Megaupload.com, que según la agencia de ránkings en internet Alexa ocupa el puesto 72 de las páginas más vistas en la red.
Agentes del FBI detuvieron a siete personas acusadas de delitos de piratería en internet, señalando que sus actividades han producido unas pérdidas de más de 500 mil millones de dólares a los propietarios de derechos de autor.
De acuerdo a información del Wall Street Jounar, el FBI acusó Megaupload Limited y Vestor Limited por cargos que incluyen lavado de dinero, crimen organizado (por los que enfrentan hasta 20 años de prisión por cada acusación) e infringir copyright.
La medida se produce tan solo un día después de que miles de páginas web cerrasen sus servicios en protesta por la ley SOPA, que pretende facilitar el cierre de sitios en la red que infrinjan leyes de derechos de autor, pero activistas señalan supondría un serio golpe a la libertad en internet.
Ataque histórico

Anonymous anunció en protesta por el cierre de Megaupload un hackeo masivo contra al menos 18 sitios.

"Somos el 99% [máxima de los indignados] - Somos Anonymous - Deberíais haberlo esperado #Megaupload", publicaron en Twitter.
“Será una larga noche. Compren abundante comida y cerveza. Esto es más grande que lo de Wikileaks”, advirtieron.

Las principales webs atacadas son:
  • Departamento de Justicia de Estados Unidos
  • Utah Chiefs Of Police Association
  • Universal Music Group (por su juicio con Megaupload y por ser la mayor discográfica estadounidense)
  • Hadopi.fr (web sobre la ley Sinde francesa)
  • BGI.com
  • Broadcast Music Inc
  • Copyright.gov
  • Recording Industry Association of America
  • Motion Picture Association America (atacada por el senador Chris Dodd, que apoya la SOPA)

Amazônia está emitindo cada vez mais gás-estufa

Do Cantinho Vegetariano:

Por Rafael Garcia



A Amazônia é importante para absorver gás carbônico e ajudar a combater o aquecimento global? O estudo mais recente sobre essa questão, que atormenta cientistas há décadas, aponta que ainda há dúvidas sobre se a região é mesmo um "sorvedouro" de carbono. Mas o trabalho conclui que o desmatamento e o aquecimento global estão gradualmente levando a região a se tornar mais uma fonte dos gases de efeito estufa do que um ralo para absorvê-los.

"Não sabemos de onde partimos, mas sabemos para onde estamos indo", disse à Folha Eric Davidson, cientista do Centro de Pesquisas de Woods Hole (EUA), que coordenou o trabalho.

"A mudança talvez seja de um sorvedouro de carbono forte para um sorvedouro fraco ou de uma fonte pequena de carbono para uma um pouco maior, talvez até cruzando essa barreira. Ainda não temos como estimar o fluxo líquido de carbono para toda a bacia Amazônica."



O estudo liderado por Davidson, publicado da edição da revista "Nature" nesta quinta-feira, foi um balanço dos quase 20 anos de pesquisas do LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), o maior projeto de pesquisa em ecologia e geociências da região.

Mesmo sem uma resposta detalhada sobre essa questão estratégica, cientistas comemoram o fato de que os dados da iniciativa têm ajudado nas políticas de preservação da floresta.

"O LBA mostrou que em um período de forte estresse climático, como as secas de 2005 e 2010, a floresta se torna uma pequena fonte de carbono", diz Paulo Artaxo, geofísico da USP, também autor do estudo.

"Isso é importante porque a Amazônia tem em sua biomassa um reservatório de carbono equivalente a quase dez anos da queima mundial de combustíveis fósseis. Qualquer alteração nesse regime é significativa do ponto de vista da mudança climática."

Uma das conclusões que o LBA permitiu tirar é que, apesar de a Amazônia ser robusta o suficiente para suportar fatores individuais de estresse --secas, desmatamento e queimadas, entre outros--, a floresta pode não suportar todos ao mesmo tempo.

"Há sinais de uma transição para um regime dominado por perturbações", dizem Artaxo, Davidson e outros autores do trabalho.

Monitoramento

Segundo o pesquisador brasileiro, um dos problemas em responder a questões complexas sobre o comportamento da floresta diante da mudança climática é que, apesar de ser o maior projeto de pesquisa na região, o LBA não é grande o suficiente.

"Temos 13 torres de fluxo [instrumentos para estudos atmosféricos] hoje em 5,5 milhões de km2. Seria um engano achar que 13 pontos de medida seriam capazes de representar uma área continental do tamanho da Amazônia", diz Artaxo.

"O país precisa ampliar esse sistema para monitorar não só a Amazônia, mas também outros biomas, como o cerrado e o Pantanal."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Autor de livro diz que privatização foi o maior roubo do planeta

Comecei a ler o livro "bomba" do ano e vejo que ele de fato, ainda vai balançar bastante as estruturas do poder, ainda que a imprensa esteja mesmo ignorando-o. Há problemas no livro, com a revisão e até mesmo com coisas que poderiam ter sido "enxugadas", alguma informação "em excesso", mas percebe-se, ao longo do relato, uma ansiedade em expor fatos há muito apurados e, com toda a pressão que vem sofrendo o jornalista Amaury Ribeiro Jr nos últimos anos, cada palavra do livro, vale a atenção (e até a polêmica) que ele causou desde o primeiro dia em que foi lançado e imediatamente esgotado. A entrevista abaixo foi publicada no Estado do Paraná e eu copiei do blog do Ronaldo Livreiro .

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Autor do livro bomba Privataria Tucana, o jornalista Amaury Ribeiro Jr é paranaense de Londrina, criado em Santa Cruz do Monte Castelo e cujos familiares moram em Cambé. Ele vem a Curitiba, no próximo dia 19, para lançar a obra na capital paranaense.

O livro já vendeu 120 mil exemplares e num primeiro momento sofreu boicote da grande imprensa. Tudo isto só serviu para dar ampla repercussão interna e internacional à denúncia.

Porque a grande imprensa silenciou sobre o seu livro?

Simples. Porque o livro bate muito na grande imprensa. Fala do comportamento que a grande imprensa teve nas últimas eleições. Ela teve que engolir e engoliu calada. Está cheio de provas lá. Mostrando o comportamento dela, no mínimo esquisito. Mas é também um livro que fala sobre lavagem de dinheiro como um todo. Do caso Banestado, aí do Paraná.

O que ele mostra?

O livro mostra como funciona o esquema. Tinha muitas pessoas que sabiam do assunto pela revista IstoÉ, mas elas não entendiam como funcionava o mecanismo. E com o livro a gente está fazendo com que as pessoas entendam. O Paraná foi a maior lavanderia de dinheiro do mundo. Eu estive em Nova York fazendo pesquisas. No caso do Paraná, chama mais atenção por causa disso também.

Há uma teoria de que o mensalão foi criado em Londrina pelo ex-deputado José Janene.

No tempo da IstoÉ, eu fiz uma matéria de capa sobre o José Janene, mostrando que o esquema dele era monstruoso. Eu até fui processado por ele e me parece que ele perdeu a ação. Mas o esquema dele era grande. E ele teve um enriquecimento monstruoso e inexplicável. Não tem origem o dinheiro dele. Infelizmente o Paraná é um estado que a gente gosta, mas criou estes megas esquemas de corrupção.

E quem são as pessoas que operam estes esquemas?

Interessante, que as pessoas são sempre as mesmas. Por exemplo, quem criou o esquema do Banestado foi o Ricardo Cesar de Oliveira, que também está no esquema das privatizações tucanas. Ele criou aquelas contas correlatas que tinham no Banco do Brasil e em bancos no Paraguai, um esquema criado para facilitar a vida de comerciantes brasileiros em Ciudad Del Leste, mas que acabou virando grande duto.

Como funcionava o negócio?

Em vez do dinheiro vir para o Brasil, o dinheiro do Brasil ia para fora, para a agência do Banestado em Nova York, de onde saia para ser lavado. Quem baixou a portaria que abriu o duto do Banestado foi o mesmo cara da privatização tucana, que é o Ricardo Cesar. As coisas são muito ligadas.

O livro teve repercussão internacional?

Muitos jornais de fora do país me procuraram para me entrevistar. Argentina, Portugal, México, teve muita gente querendo saber do assunto. Eu dei entrevista até para o jornal O Povo da China. Houve curiosidade grande, porque não tem livro que explica como funciona a engenharia da lavagem de dinheiro. Que explica as leis. Está tudo lá.

E o que mudou para você com o livro.

Virou um fenômeno. Eu passei a ser reconhecido na rua. Eu fui para o Rio e as pessoas me conheceram na rua. As pessoas comentam nos bares, nos restaurantes. Eu sou chamado para fazer palestras em países da América Latina e quando conto o caso do Banestado, eles ficam impressionados. Eu acho que o Banestado foi o maior esquema de lavagem de dinheiro do mundo.

Quem ganha com o seu livro, depois das denúncias?

O livro é por enquanto o marco inicial. É necessário abrir a CPI. Não pode acontecer como aconteceu com o caso Banestado. Vai ficar muito mal para o governo se não for instalada a CPI para investigar, porque tem muito mais coisa. Eu mostro só uma parte da coisa. Ela é muito maior.

Por que o livro virou um sucesso tão grande?

Primeiro é o fato de ter caído na internet, virou um fenômeno nas redes sociais, que passaram a falar dele, em todos os lugares. Depois, fala de um assunto que ainda reflete na vida das pessoas, elas querem saber como foram as privatizações. Eu acho que tem uma série de componentes e caiu no gosto popular.

Houve de início uma tentativa de desqualificar o livro a partir de tua pessoa. Como você vê isso?

Eles tentaram fazer isso, mas o livro explica tudo o que houve. Está tudo esclarecido e explicado. Eles tentaram fazer uma crítica, mas este pessoal caiu no ridículo. Foram poucas pessoas, parece até que foram escaladas para falar mal do livro porque usavam o mesmo discurso. Parecia release.

Que tipo de prova você tem?

Eu coloco lá o cara, Ricardo Cesar, que tocou as privatizações. Ele recebe o dinheiro no exterior em paraíso fiscal do cara que ganhou as privatizações: prova maior que essa não existe. Eu mostro documentos com pagamentos para esta mesma pessoa. Como é tudo documentado, eles não tiveram como reagir, tiveram uma reação fraca. Aí já era tarde. A coisa já estava pegando fogo. O livro descolou das redes sociais e começou a ser o mais vendido nas livrarias.

O livro sumiu depois de lançado. O que aconteceu?

Nós fizemos uma tiragem de 15 mil exemplares. Para um livro de reportagem não é uma tiragem pequena. E nós demos uma entrevista na blogosfera na sexta-feira à noite e no dia seguinte o livro durou duas horas nas livrarias. Aí a editora teve de contratar quatro gráficas para atender a procura que era muito grande.

Quantos livros foram vendidos até agora?

Até agora, 120 mil. Um fenômeno. E pode chegar a 200 mil, 300 mil, porque a procura ainda é grande. Se realmente chegar a este patamar, vai bater tiragens de edições históricas.

Teve mais roubo no governo FHC ou no governo Lula?

Eu acho que a privatização no Brasil foi o maior roubo na história do planeta. Não é nem da história do Brasil. É da história do planeta. Se for pegar a Operação Uruguai, que levou à cassação do Collor, era uma operação de R$ 5 milhões. E no caso das privatizações, se mapear, como eu mapeei, só um caso de propina foi de R$ 30 milhões pro Ricardo Cesar. Se você aprofundar a investigação vai ver que foi muito maior ainda. Muito grande. A roubalheira foi maior.

E o mensalão?

Se você pegar o mensalão, você vai ver que tinha mensalão do PT, mas também tinha mensalão do PSDB.

Você acha que seu livro enterra o projeto do Serra para presidente em 2014?

Com certeza. Não tem como. Está tendo muita divisão interna no PSDB. O clima entre o Aécio e o Serra é insuportável. Eles não se falam mais. E o livro causou indignação entre os próprios colegas, do PSDB. Fiquei sabendo que o Fernando Henrique (Cardoso), quando terminou de ler o livro teria comentado com amigos que se soubesse daquilo, ele ia falar mal dos defeitos do Serra.

Serviço

Lançamento de Privataria Tucana
Local: Auditório do Sindicato dos Servidores Municipais
Rua Monsenhor Celso, 225 - 9º andar, sala 901
Dia: 19 de janeiro, quinta-feira - 19 horas
Obs: Depois do lançamento, haverá debate

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Lizzie Phelan: Syrian actor speaks at Damascus demonstration

A jornalista independente Lizzie Phelan entrevista o povo Sírio e mostra o que acontece de verdade na Síria. O povo Sírio não quer as forças estrangeiras ocupando e destruindo seu país como fizeram com a Líbia. Vejam o que homens, mulheres e crianças tem a dizer sobre a cobertura midiática "fabricada e direcionada", incluindo da Al Jazeera.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Andar, conviver e dormir

Reproduzo artigo do blog Gabinete Soninha Francine* (publicado hoje na Folha de S.Paulo) sobre a questão da mobilidade, problema interminável nas grandes cidades. Em Brasília - cidade com um número muito menor de habitantes do que SP - o problema já se apresenta de forma urgente, atingindo tanto os motoristas, quanto os usuários de transporte público da capital.

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Andar, conviver e dormir


Quando a população torra seis horas por dia se deslocando, fazer obras na periferia não basta; é necessário trazer as pessoas para perto do trabalho

Para chegar ao serviço às 8h, ela sai de casa às 4h -e não estará de volta antes das 20h ou das 21h.

Uma população de milhões de pessoas torra seis horas ou mais por dia em deslocamentos. É quase um dia de trabalho.

Assim, estudar, fazer atividade física, comer com calma, conversar com os filhos, ajudá-los na lição de casa, frequentar equipamentos culturais, criar laços de amizade com a vizinhança e todas as outras recomendações para uma vida saudável e equilibrada caem no ridículo.

Segundo pesquisa do Instituto AGP, dois terços dos paulistanos sequer dormem o mínimo necessário para se recompor de tão dura jornada e ter energia para a próxima. Como esperar deles disposição para a convivência pacífica e solidária? Pense no seu mau humor depois de uma noite mal dormida. Multiplique por "todas".

Idas e vindas são tão penosas por duas razões. Uma é suficientemente amaldiçoada: o congestionamento. A outra ainda não é tão considerada: as imensas distâncias entre as casas e o trabalho, causadas principalmente pelo desequilíbrio na ocupação do espaço urbano.

Onde há muita atividade econômica -ou seja, postos de trabalho na indústria, no comércio e no setor de serviços-, mora pouca gente. Onde a população incha (como na periferia da capital e nos municípios vizinhos), os empregos são escassos. A escandalosa desigualdade na oferta de serviços públicos e de infraestrutura urbana dispensa maiores comentários.

A solução proposta costuma ser tratar o sintoma: mais creches na periferia, por exemplo. Mas jamais teremos estrutura suficiente para crianças de quem a mãe se despede antes das 4h. É esse o mundo que queremos, com crianças sob cuidados profissionais por 13 horas?

Essa multidão que dorme na cidade B e tem de vir todo dia para a cidade A sabe que um sinônimo para insustentável é insuportável.

São Paulo pode ter uma boa nota naqueles testes antigos de QI, mas hoje se admite que não adianta ter bom desempenho intelectual e ser fraco em equilíbrio emocional e em capacidade de manter relacionamentos sãos.

Se até tecidos podem ser "inteligentes", uma cidade tem de ser. Ela deve aproveitar melhor o que já tem, não desperdiçar energia (começando pela das pessoas), dispor da tecnologia para cruzar informações e incentivar a criação de empregos conforme a necessidade, vocação e os recursos de cada lugar.

Tem também de olhar para um imóvel com o discernimento de um empreendedor e o interesse pelo conjunto da sociedade, assegurando o melhor uso possível.

Isso significa erguer um prédio para pessoas de menor poder aquisitivo no lugar de um estacionamento no centro, em vez de fazê-lo na casa do chapéu e deixar a região central só para o mercado de apartamentos de alto padrão.

Com mais gente morando perto do trabalho, há mais tempo para lazer, estudo, esporte, cultura, convivência, repouso. Com menos deslocamentos, há menos consumo de combustível, barulho e poluição. E mais espaço, mais gente a pé se conhecendo e se encontrando, mais saúde física e mental, maior possibilidade de bem estar.

Porque cidade inteligente é cidade feliz. Se as pessoas estão exaustas e não são felizes, de que adianta o resto?

*SONINHA FRANCINE, 44, tem formação em magistério e em comunicação social. Foi vereadora em São Paulo (2005-2008) e subprefeita da Lapa. Atualmente dirige a Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades

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