"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X

segunda-feira, 30 de junho de 2008

MARCELO ZAMITH E EDINHO SILVA NO HAPPY HOUR DA BARCA BRASÍLIA


A Barca Brasília recebe Marcelo Zamith e Edinho Silva neste final de semana, tocando os clássicos da MPB em uma noite musicalmente calorosa com o melhor da Bossa Nova. Nascido numa família de músicos, Marcelo teve seu primeiro contato com a música ainda criança, iniciando com a flauta doce aos dez anos. Interessou-se pelo violão em seguida, sendo a primeira música que tocou de Tom Jobim, seu primeiro contato com a Bossa Nova. Veio do Rio pra Capital Federal em 1980, quando ingressou na Escola de Música de Brasília para estudar Oboé. Ali cresceu artisticamente e iniciou, mais tarde, sua carreira como instrumentista, cantor e compositor. Com mais de 15 anos de carreira, Marcelo Zamith já se apresentou em diversos espaços importantes da cidade, tais como: Clube do Choro de Brasília, Teatro do SESC, Centro de Convenções, Feitiço Mineiro e Hotel Blue Tree. O percussionista Edinho Silva acompanha Marcelo Zamith. Mestre de capoeira, professor de Educação Física e percussão, convive desde garoto com as riquezas rítmicas brasileiras tocando com grupos afro, eruditos, populares, bandas diversas e acompanhando cantores de vários segmentos musicais.



Para fazer parte deste passeio musical, adquira o ingresso em dos pontos de venda autorizados ou reserve-o através do telefone 8419-7192. Os passageiros da Barca Brasília podem usufruir também do excepcional cardápio com vinhos, drinques e petiscos variados. Durante o passeio, é possível assistir ao pôr-do-sol de Brasília. A Barca passa, na Rota do Charme, por vários monumentos de Brasília e garante, através de sua equipe, um atendimento diferenciado.



Serviço:
Marcelo Zamith e Edinho Silva no Happy Hour flutuante da Barca Brasília
Dias: 05 e 06 de julho (sábado e domingo).
Saída da Barca: 17h com retorno às 20h30.
Cais do Bay Park Hotel: SHTN Trecho 02 Lote 05.
Valor do passeio: R$ 40,00 por pessoa.
Couvert artístico: R$ 10,00. Comidas e bebidas à parte.
Evento não indicado para menores de 16 anos.
Obs.: recomenda-se ter à mão um agasalho.



Reservas e mais informações:
Edmilson Figueiredo
passeio@barcabrasilia.com.br
http://www.barcabrasilia.com.br/



Pontos de venda autorizados:
Recepção do Bay Park Hotel
Café com Letras: SCLS 203 sul Bl. C loja 19
Restaurante Flor de Lótus: SCLN 102 norte Bl. A loja 102.



Informações à Imprensa:
Juliana Medeiros
imprensa@barcabrasilia.com.br

domingo, 22 de junho de 2008

Gestos

A mão que parte o pão
a mão que semeia
a mão que o recebe
- como seria belo tudo isso se não fosse os intermediários!

Mario Quintana

sexta-feira, 20 de junho de 2008

El zorrero reciclador

Antonio Caballero
Semana

El gobierno de Álvaro Uribe, que fue elegido y reelegido Presidente para luchar contra la corrupción y la politiquería -o al menos prometía eso, y hubo quien se lo creyó - ha resultado posiblemente el más politiquero y el más corrupto, y, lo que es más grave, el más corruptor que haya tenido Colombia en los últimos cien años. Y no es fácil, porque la competencia es dura.

Sin embargo dice Uribe que él "persuade, pero no compra conciencias". De las conciencias no opino, porque cada cual conoce sólo la suya propia: y hasta el ex presidente Andrés Pastrana negó que hubiera vendido la de él cuando se volvió entusiasta pero fugazmente uribista mientras le duró el cargo de embajador en Washington. Pero a Uribe sí le hemos visto comprar todo lo demás, muchas veces en público. Ha comprado elecciones y reelecciones, ha comprado falsos atentados con bomba, ha comprado lobby para su TLC en el Congreso de los Estados Unidos, ha comprado información de inteligencia, ha comprado manos humanas cercenadas. Me recuerda a esos zorreros que pasaban en mi infancia por las calles de Bogotá gritando:
-¡Boteeeeellas, trastos, papeeeel...!

PUBLICIDAD Y de las puertas salían las Yidis y echaban en la zorra cartones y periódicos viejos, bombillas fundidas, un Teodolindo o dos: lo que sobrara en la casa.

Los zorreros de ese entonces no pagaban: se limitaban a llevarse desperdicios y cachivaches inútiles como un servicio gratuito (pues esto era antes, claro, de que el alcalde Andrés Pastrana descubriera el negocio de la privatización de la recogida de basura). Uribe, en cambio, sí paga lo que corrompe, y lo hace con los recursos del Estado. Paga con consulados, con contratos de obras públicas, con terceros canales de la televisión. En los consejos comunales paga con cheques, no sé si posdatados, del Banco Agrario o del Banco de las Oportunidades, que entrega personalmente ante las cámaras. Pagó el voto -o, más elocuentemente aún, la ausencia de voto contra su reelección- del congresista Teodolindo Avendaño con una notaría.

Y no es cosa de poca monta una notaría, aunque haya sido necesario crear tantas para agradecer favores recibidos. Una notaría no es una fruslería sin importancia, como, digamos, las frecuencias de radio que les regalaba Samper a los periodistas amigos y estos a continuación revendían sin complejos a alguno de los dos grandes magnates de la radiotelevisión. No: un notario es nada menos que el guardián de la fe pública. Y qué fe pública puede quedar en un país cuando un politiquero recibe una notaría como parte de pago de su voto en el Congreso para quebrarle una vértebra a la Constitución en favor de un presidente y al día siguiente la revende a plazos, por cuotas de 120 millones de pesos. Se ve que ha dejado honda huella aquel superintendente de Notariado y Registro, doctor Cuello Baute, compadre o ahijado o padrino del presidente Uribe, que subastaba notarías a cambio de vacas para su finca. Qué compadres escoge este Presidente que tenemos. Qué notarios nombra (algunos, primos suyos). Qué amigos tiene.

Y nos dicen las encuestas de opinión que un 84 por ciento de los colombianos respalda al Presidente que hace esas cosas, y tal vez por hacerlas. Pero no lo creo. No creo que haya sido posible corromper a tal grado la conciencia de este país. Creo más bien que esas encuestas están compradas.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Professor da FGV explica a geração Y

por João Baptista Brandão, da Fundação Getúlio Vargas
www.itweb.com.br

06/06/2008

João Baptista Brandão, da Fundação Getúlio Vargas, escreve artigo exclusivo para InformationWeek Brasil e IT Web

Quem é o "cara" que está chegando ao mercado de trabalho ou que, mesmo empregado, está "procurando novos espaços e oportunidades" - estes, muito disponíveis para mudar de emprego? Conheça a geração Y.

A QUESTÃO DO SENTIDO
Ele é o tio, embora bastante jovem - até 35 anos mais ou menos - daquele pirralho que, ao receber como resposta um "porque não" (ou "porque sim") rebate de bate-pronto: "Porque-não não é resposta!". Conclusão: o cara está acostumado a mostrar sentido para os outros - exatamente porque ele também precisa encontrar sentido no que está fazendo ou no que lhe pedem para fazer. Portanto, empresas e gestores: ou vocês oferecem sentido, ou "perdem o cara" (literalmente, porque ele pode ir embora, ou, o que é pior, ele pode ficar mas vocês podem perder o entusiasmo dele, a coragem dele, o tesão dele - isto é, vocês ficam com um ser humano "estragado", com prejuízos para todos).

Leia a reportagem Imersa em tecnologia, a geração Y desafia a TI

A RESPONSABILIDADE
Ele é muito responsável. Com aquilo pelo qual é responsabilizado. Assim, ele pode sair no meio da tarde de uma quarta-feira "pesada", para ficar com a namorada que está febril; ele se sente também responsável por ela. E vai mandar para o chefe, de madrugada, por e-mail, o projeto pelo qual é responsável.

O AMBIENTE DE TRABALHO
Ele é alegre. Ele não concorda que um ambiente de trabalho sério tem que ser triste. Portanto, não estranhe se, quando a "casa parecer que está caindo", ele se comportar com um espírito leve; ele vai continuar enfrentando os desafios muito seriamente... mas nem por isso vai ficar triste... preocupado, sim, mas não infeliz.

O SIGNIFICADO DA REMUNERAÇÃO
Ele gosta de receber o combinado; aliás, ele entende salário como algo associado a orçamento - o salário é para "pagar as contas". Ele gosta mesmo é de "ganhar": ganhar bônus, premiação. Ele gosta de ganhar para poder "gastar" - em roupas, viagens, carro, computadores.

O ENVOLVIMENTO NO TRABALHO
Ele adora pular de site em site quando está navegando na internet. Não gosta, ou não tem paciência para coisas muito longas, demoradas. Aliás, ele consegue navegar na internet, ao mesmo tempo "falar" no messenger e, se for o caso, também falar, agora literalmente, no celular. Por isso, para "agarrá-lo", "quebre" os objetivos ou programas da empresa em projetos; projetos têm começo, meio e fim definidos, têm resultados palpáveis, têm superação evidente de obstáculos, oferecem oportunidades concretas de vitórias, em geral no curto prazo. Ele se "amarra" nisso. De preferência, o coloque em mais de um projeto - senão ele pode ficar aborrecido.

A RELAÇÃO COM NORMAS, REGRAS E SUBORDINAÇÃO FUNCIONAL
Não o engesse muito com normas bobas - principalmente com aquelas que claramente são burras -, com rígidas regras de vestimentas, com formalismos exagerados. Ele respeita as pessoas, e mesmo organizações, e gosta de ser respeitado, pelo caráter, pela transparência, pela espontaneidade. Ele se "subordina" a vínculos e não a cargos. Ele é mais auto-orientado que hetero-orientado; seu critério de julgamento, portanto, é a consciência e não a obediência.

ACOMPANHAMENTO E RECONHECIMENTO
Ele demanda muito feedback. Ele gosta de autonomia, mas "precisa" receber dicas de como está indo seu trabalho, sua performance - não só para corrigir alguma coisa mas, talvez, e talvez principalmente, porque ele é "movido" a elogios. Adora ser reconhecido.

Por outro lado, o cara também precisa de ajuda.

A INTELIGÊNCIA SOCIAL DO CARA
Ele é um pouco "carente" em termos de inteligência social mais expandida. Algo como prestar atenção ou se interessar por algo ou alguém muito distante da sua "tribo"; ele pode passar por você, que ele vê como um distante e invisível "tio", e que está segurando a porta do elevador para ele sair, sem falar um rápido "obrigado" - às vezes, nem olha para você que, afinal, é um "invisível social". Sua percepção seletiva tem olhos e ouvidos, em geral, apenas para quem ostenta alguns dos símbolos externos da "galera". Mais um desafio para você, que se meteu a ser líder dele! Paradoxalmente, é engajado em questões mais amplas relacionadas à responsabilidade social das empresas e à dimensão ecológica.

A "PROFUNDIDADE" CULTURAL DO CARA
Ele tem também pouco "treino" com processos cognitivos escritos mais profundos ou complexos; assim, não é um grande leitor de obras literárias mais "densas". Também não tem "saco", e preparo, para ouvir ou produzir argumentações muito elaboradas - ele quer chegar rapidamente aos "finalmente". Por isso, você, líder de um cara desses, tem um papel crítico, o papel de "formador", estimulador para ajudá-lo a ser, daqui a dez anos, também um homem mais pleno, profundo, complexo. Se você conseguir isso, não será apenas um "belo" líder...em alguns casos, será também um mágico!

O LIMIAR DE RESISTÊNCIA
Esse cara não tem paciência para promessas do tipo "no futuro, lá na frente, você terá seu valor reconhecido, poderá ser promovido etc.". Ou com coisas tais como "aqui o funcionário tem que pastar, mostrar serviço por muito tempo no limbo, para só depois poder começar a sonhar com cargos mais elevados, com poder etc.". Em geral, ele não é orientado por fins; ele é orientado por meios - ele quer ter desafios agora, ter reconhecimento agora, viver bem agora. Em muitos casos, depois de seis meses na empresa já diz estar desmotivado porque não sabe direito quando vai ser diretor! Em suma: ele não lida muito bem com restrições, limitações, frustrações. E você, líder, se conseguir ajudá-lo nisso, não será apenas um mágico... Aí você já está se candidatando a santo!

ENTÃO, POR QUE VALE A PENA CUIDAR BEM DO CARA?
Mas, vale a pena, não? Afinal, é esse o cara que vai comandar as empresas e o país lá na frente. E que, agora, é uma das suas mais poderosas fontes de inovação - e, portanto, da competitividade da sua empresa.

Além disso, ele não é apenas uma "promessa". Ele também pode ser bom agora. Ele aprende e trabalha com facilidade em rede; ele se interessa ou domina algumas dimensões ou expertises profissionais que geram processos ou produtos inovadores; possui intensa energia que resulta em superação de obstáculos com muitas restrições de qualidade, eficiência e tempo; ele está disponível para a ampliação de fronteiras geográficas, culturais ou de competências; ele não se conforma com desempenho medíocre. Enfim, "bem gerenciado", é um profissional que se pode chamar de "alta performance".

VÁ SE ACOSTUMANDO...
Por fim, um lembrete: não estranhe se ele ou ela te chamar de cara, quer você seja homem ou mulher. Este termo não obedece à questão de gênero. Mas se você for chamado de cara, isto não é falta de respeito. É sinal de cumplicidade... e isto é bom.

Ah! Ia me esquecendo: não impeça o cara de começar suas frases, talvez todas as suas frases, com um sonoro "Meu..." (às vezes, o som é de "meo"). Se você fizer isso, ele pode ficar mudo!

A propósito: esse cara tipifica o que se anda chamando de GeraçãoY. E que anda batendo à porta da sua empresa.

Ensaio preparado por João Baptista Brandão, em maio de 2008, a propósito de uma entrevista solicitada pela InformationWeek Brasil a respeito do tema Desafios das empresas com a Geração Y. As características abordadas não são, logicamente, exclusivas dessa geração de até 35 anos mais ou menos; por outro lado, nem todos nessa faixa etária apresentam essas condições - muitos, e talvez mais do que seria desejável, reproduzem aspirações de gerações anteriores, privilegiando segurança, estabilidade etc. Muitos também têm muito medo de arriscar, de perder o emprego, de falar o que pensam, diferentemente desses seus contemporâneos da geração Y.

Leia mais
Entrevista com Don Tapscott sobre os anseios da geração y

domingo, 15 de junho de 2008

Jamelão foi encontrar seus amigos numa roda de samba no céu

Sempre tive a sensação de que nasci na época errada. De tanto conversar com meu avô sobre as histórias do Rio antigo que ele adorava contar, essa sensação foi aumentando, aumentando... a ponto de eu estar sempre, de alguma forma, com saudade de coisas que não vivi.. Eu queria ter vivido no Rio da Kananga do Japão, do Cassino da Urca, do Madame Satã, dos tangos e boleros dançados na Estudantina e na Lapa, dos jogos de sinuca ao som de sambas e chorinho, num tempo em que era elegante sair de chapéu, fumar cigarrilhas e conversar sobre arte, música, poesia... Um dos filmes que mais me emocionaram ultimamente foi o que conta a história do Noel Rosa, lindo, lindo.. assim como o que relata a vida do mestre Cartola.

Meu avô era um homem elegante, educadíssimo e muito culto. Ele era advogado e funcionário público e se aposentou em Brasília, mas era o típico carioca. Boa-praça. Tinha por hábito estar sempre muito bem penteado e perfumado mesmo quando estava em casa. Falava com altivez e olhava as pessoas nos olhos, com firmeza e ternura. Desde que ele se foi, sinto um arrependimento enorme por não ter feito um registro de suas histórias. A memória dele era incrível e ele lembrava com detalhes fatos políticos e da vida cultural do Rio em diversas épocas, incluindo claro, o período dos anos de chumbo. No dia da festa dos 50 anos de casamento com minha vó, ele recitou um poema de escola que tinha feito para ela quando os dois se conheceram e que estava num surrado caderno que ele tinha guardado por todos aqueles anos(!) e depois, outro poema que ele tinha feito para as bodas. Para mim ele era o modelo do que eram os homens do Rio antigo (ele nasceu na década de 20), romântico, respeitador, generoso e de bem com a vida.

Meu avô me ensinou coisas que não encontrei reflexo em nenhuma outra pessoa. Uma das coisas que devo a ele (além de ser flamenguista) é minha paixão pelo samba de raiz e o respeito e admiração que tenho pela comunidade do Morro da Mangueira. Ele tinha conhecido o Cartola e contava sempre muitas histórias sobre a Estação Primeira, sobre os dias de glória da verde-e-rosa e sobre como era importante valorizar as comunidades das favelas do Rio de Janeiro. Vovô lembrava do episódio em que Lacerda apoiou a criação da Cidade de Deus, numa tentativa de exterminar as favelas que estavam se formando próximas à zona sul do Rio. Mas ele sempre disse que o "malandro" carioca do qual muitas músicas se referem não tinha nada a ver com o bandido do crime organizado que existe hoje e que isso tinha acontecido não por culpa da comunidade dos morros, mas sim de políticos, empresários e autoridades que sustentam essa roda-viva do tráfico que tomou conta do Rio. Mesmo quando morava com ele em Ipanema e nos assutávamos com os tiroteios vindos da favela do Pavãozinho (ele tinha medo que eu ficasse na varanda vendo o mar por causa disso), ele nunca em nenhum momento me disse que eu devia me afastar daquelas pessoas e por isso, acabei fazendo muitos amigos, no Vidigal, na Rocinha e na Mangueira. Amigos que conheci na escola, na praia, na rua, andando de skate... Meu avô me ensinou a dissociar as coisas que as pessoas associam de forma preconceituosa. Como a mania que as pessoas têm de dizer que o carioca gosta de "passar as pessoas pra trás", que o Goiano é "burro" ou que o baiano é "preguiçoso". Coisas que só servem para depreciar os brasileiros, nossa cultura, nossa força.

"Chegou, a Mangueira chegou...". Foi sob o som do hino da escola de samba que o corpo do cantor Jamelão foi enterrado hoje no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Vi rapidamente hoje pela manhã na TV o cortejo passando pela Marquês de Sapucaí ao som arrepiante da bateria da Mangueira e depois as pessoas cantando o hino durante o enterro. O cantor Zeca Pagodinho lembrou a todos que "em enterro de sambista não tem chororô"... mas foi difícil até pra ele conter a emoção. O engraçado Jamelão, famoso por seu mau-humor e que se recusava a ser chamado de "puxador" de samba, carregava consigo um símbolo de tradição de um Rio que está desaparecendo aos poucos. O Rio que meu avô viu e que provavelmente não veremos mais. Só quem já andou pelas ruas do Rio de coração aberto, observando sua arquitetura e sua gente, pode entender o que isso significa.

O governador Sérgio Cabral decretou luto de três dias pela morte do cantor. "Jamelão, além do maior intérprete de sambas-enredo e sambas-canção do Brasil, era o grande símbolo da garra mangueirense", lembrou Cabral. Pôlemico, mas sincero em suas declarações, José Bispo Clementino dos Santos, seu nome de batismo, conviveu ainda menino com os fundadores e os primeiros componentes da escola e logo estava na bateria da verde-e-rosa. Daí acabou aprendendo cavaquinho e passou a cantar em gafieiras. Nos anos 50, passou a atuar como intérprete de samba-enredo da Mangueira e tornou-se referência no gênero. Mesmo com a fama de rabugento, era uma das pessoas mais queridas da cidade. Acho que o vovô vai ficar feliz com a roda de samba que está se formando no céu.

Valeu Jamelão!


P.S.: No link abaixo, no blog do Flávio Costa, tem um episódio engraçado do Jamelão e um vídeo que vale a pena ser visto: http://prenhederazao.blogspot.com/2008/06/adeus.html

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Curta - Para os namorados

Estudantes do Timor protestam contra regalias de deputados

Dili - Estudantes universitários se manifestaram nesta quinta-feira (12), pelo segundo dia, em Dili, capital do Timor Leste, contra a aquisição de 65 carros para o Parlamento, considerada mais uma regalia dos deputados.

A proposta de compra dos veículos para os 65 deputados foi anunciada há uma semana pelo presidente do Parlamento timorense, Fernando La Sama de Araújo.

Os carros têm preço unitário de US$ 33 mil, enquanto a maior parte da população do Timor Leste vive com US$ 1 por dia.

Protestos semelhantes já tinham acontecido em 2007, quando os deputados aprovaram sua própria pensão vitalícia.Uma lei de janeiro de 2007 estabeleceu uma "pensão mensal vitalícia igual a 100% do vencimento desde que [os deputados] tenham exercido o cargo, em efetividade de funções, durante 42 meses, consecutivos ou interpolados".

Em caso de morte do beneficiário da pensão, o valor integral é transmitido ao cônjuge, aos filhos menores de idade ou aos ascendentes sob responsabilidade do parlamentar.

No artigo intitulado "outras regalias", a mesma lei estabelece o "direito a assistência médica dentro, e, sempre que for considerada necessária, fora do país".

Os deputados têm também "o direito a importar um veículo para uso pessoal, sem pagamento de taxas aduaneiras e outras imposições fiscais sobre as importações".

Podem ainda "importar todo o material necessário para a construção de uma residência privada" nas mesmas condições de isenção fiscal e aduaneira.

Os membros do Parlamento se beneficiam de "direito a livre-trânsito e a passaporte diplomático", assim como cônjuges e descendentes.

A estes benefícios, somam-se os salários normais dos deputados, que são o triplo do que recebem os funcionários públicos nos escalões médios e superiores do país.

O vencimento-base de um deputado timorense é de US$ 450, mais US$ 300 para gastos com telefone e US$ 450 para despesas de alojamento.

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