"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X
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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Dia Mundial de Al-Quds na Câmara dos Deputados

Neste dia 1 de julho, comemora-se o Dia Mundial de Jerusalém. A data foi instituída como símbolo da luta pela libertação da Palestina e para demonstrar que a opressão ao seu povo é uma opressão contra toda a humanidade.

Atendendo a uma sugestão do Cebrapaz, a Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados realiza uma Sessão para comemorar a data.

Confira aqui, agenda da Rádio Cultura FM de Brasília, com a participação de Marcos Tenorio, do Cebrapaz:





Dia Mundial de Al-Quds
Sexta-Feira - 1 de julho - 15 horas
Comissão de Legislação Participativa
Anexo 2 - Plenário 4 - Câmara dos Deputados

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Movimentos sociais se mobilizam pelo palestino-brasileiro Islam Hamed

Membros da Frente de Solidariedade a Palestina se mobilizam hoje em frente ao Palácio do Planalto em Brasília, e em outras capitais, na defesa da libertação imediata de um jovem brasileiro-palestino.

Islam Hamed, 30 anos, se encontra preso desde 2013 em Ramallah, na Cisjordânia.

As várias Frentes e Comitês que atuam na solidariedade à Palestina e outros movimentos sociais se solidarizam com o caso de Islam Hamed e pedem ao Governo brasileiro que atue com mais enfase para sua libertação.

Confira na reportagem de Juliana Medeiros no CULTURA NOTÍCIAS INTERNACIONAL da RÁDIO CULTURA FM DE BRASÍLIA.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

ENTREVISTA COM ELIAS JABOUR SOBRE O CONFLITO EM GAZA

* Por Juliana Medeiros


Entrevista com o geógrafo Elias Jabour, Assessor do Senado Federal, Doutor e Mestre em Geografia Humana pela USP, e um dos apoiadores dos atos que vem sendo realizados em prol da causa palestina. A transcrição da entrevista segue abaixo.



Crédito da foto: Fabiane Guimarães/FB


Movimentos Sociais e Entidades que defendem os direitos humanos realizaram na noite desta quarta-feira, em Brasília, uma Vigília Pelas Crianças de Gaza em frente ao Museu da República.

Com bandeiras, velas, e faixas de solidariedade à Palestina, os representantes do movimento também projetaram imagens alusivas à causa Palestina nas paredes do Museu.

Eu converso agora com Elias Jabour, Assessor do Senado Federal, Doutor e Mestre em Geografia Humana pela USP e um dos apoiadores dos atos que vem sendo realizados em prol da causa palestina.

RC – Elias, o governo israelense acusa o movimento islamita Hamas, pelo sequestro de três jovens cujos corpos foram encontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. No dia seguinte, em 1º de julho, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A perícia apontou que ele foi queimado vivo. Israel acabou prendendo, mais tarde, alguns judeus extremistas que confessaram o assassinato do garoto. Isso acabou gerando uma onda de revolta em Gaza e o Hamas iniciou então os lançamentos de foguetes (de fabricação caseira) contra Tel Aviv que respondeu, e responde ainda, duramente contra Gaza. Bom, esse é o resumo que vem sendo amplamente noticiado sobre o atual conflito na região. Até que ponto, Elias, a gente pode dizer que essa é uma leitura superficial da situação?

Primeiro eu acho muito estranho o Hamas se envolver nesse tipo de crime, sequestrar três jovens judeus e matá-los. Acho que essa é a primeira questão a ser levantada. Será que isso é verdade mesmo? Será que foi o Hamas que fez isso? Por que, historicamente, se você pegar o processo de luta que envolve o Hamas e outras organizações políticas daquela região, esse tipo de atitude não é “a cara” deles. É algo que tenho muitas dúvidas, se foi ele [o Hamas]. E é evidente que algum nível de resposta viria do lado israelense. Então, pegar uma criança e queimar viva e enterrá-la, eu acho que não é algo fora da realidade para quem já vem cometendo certo nível de atrocidades nos últimos 60 anos. A questão da superficialidade que é interessante. As pessoas e os meios que são obrigados a passar informação para o maior número de pessoas, elas não levam informação. Elas passam [somente] um lado da história. Existe um lado sendo atacado, vamos dizer assim, “como resposta a ataques de grupos radicais islâmicos situados na Faixa de Gaza”. Ou seja, para por aí a análise. E é evidente que chega até certo nível de saturação, em que as coisas vão ficando tão escancaradas que a própria “mídia hegemônica” pede para dar um basta naquilo. Porque já está pegando meio mal mesmo, não é? Então existe sim, um alto grau de superficialidade na análise das questões que envolvem o Oriente Médio, principalmente vindo da grande mídia. Ou seja, [você] liga no [canal] Globo News, ou nesses noticiários de massa, liga a TV e você não vê os dois lados da história, do por que as coisas chegaram a esse ponto. E o principal, não se fala a história daquele processo. E dificilmente você vê a imagem de um mapa da Palestina antes e depois de 1948, depois de 1967, depois de 1973, isso não aparece na televisão. E, por fim, o que eu acho mais interessante é: qualquer país do mundo que fizer um décimo do que Israel está fazendo com a Palestina, estará sujeito a graves sanções econômicas. Mas até agora eu não ouvi uma voz dissonante, dentro ou fora da ONU, colocando a possibilidade de Israel vir a sofrer sanções econômicas. Acho que essa é uma questão também a ser respondida.

RC – Como bem mostram correspondentes em imagens televisivas mundo afora, a maioria esmagadora dos foguetes de fabricação caseira que são lançados pelo Hamas não chegam a atingir Israel, quase sempre são interceptados no ar por sistemas antimísseis. Na última terça-feira, Israel registrou sua primeira morte - um homem atingido por um morteiro. Já em Gaza a situação é bem pior, são dezenas de mortos todos os dias. Dentre eles, muitas crianças. A ONU inclusive vem advertindo, desde o início do conflito, que a maioria das vítimas palestinas é civil. Você entende que existe aí certo “silêncio” da comunidade internacional sobre essa situação na região?

Tirando alguns países, vamos dizer assim, do [chamado] “eixo do mal”, como a Venezuela, o silêncio é quase que total e absoluto. Esse é o fato concreto. Imagine você – vamos fazer um exercício aqui –se a Coreia do Norte for atacada pela Coreia do Sul e disparar um míssil e morrerem quinze crianças coreanas do sul. Isso seria um escândalo internacional, não seria? Ou seja, veja se existe essa mesma medida para o caso da Palestina. Interessante que ontem, Israel começou a lançar mísseis contra o litoral de Gaza e matou três ou quatro crianças que estavam se divertindo na praia...

RC – É, foram quatro crianças de uma mesma família e o curioso é que foi há 200 metros de um hotel onde jornalistas de todo o mundo estão hospedados.

Ou seja, qual é a repulsa internacional a esse ato? Existe algum comentarista de assuntos internacionais na grande imprensa capaz de colocar o dedo na ferida dessa questão? O que é Gaza hoje? Gaza é um favelão. Sufocado, não tem água, está sem energia elétrica, o sistema de esgoto entrou em colapso e a ONU tem que pedir permissão a Israel para fazer um cessar-fogo de cinco horas [e entrar] em Gaza. É uma coisa horrível, eu acho muito horrível o que está acontecendo.

RC – A mídia, em geral, vem tentando atribuir todas essas mortes e o acirramento do conflito a algum tipo de “má vontade” dos palestinos em dialogar, como você interpreta isso Elias?

Olha, é o seguinte: você tem uma casa, você tem uma família, aí invadem a sua casa e, amiúde te expulsarem de casa, ainda estupram sua mulher e sua filha na sua frente. Como é [possível] ter algum nível de diálogo em pé de igualdade com quem faz isso? E não é exagero, é o que acontece na Palestina. Os Palestinos são o povo mais oprimido do mundo. Então, ao invés de se falar que os palestinos resistem ao diálogo, tem que se perguntar por que eles resistem ao diálogo, se é que resistem não é? E quais os temas que Israel vai colocar para continuar o diálogo, para sentar-se à mesa de negociação? Por que é muito fácil para Israel “propor” o diálogo, enquanto eles continuam colonizando partes árabes da Palestina.

RC – Houve agora um anúncio de um possível acordo, uma suposta tentativa do Egito de mediar um cessar-fogo. O gabinete de segurança de Israel declarou que havia aceitado esse acordo, mas uma nota distribuída pelo Hamas nega que sequer tenha sido apresentado um acordo ao movimento. O Hamas é uma organização sunita que engloba um partido e também um braço armado. E é também o mais importante movimento islâmico da Palestina atualmente, e que ganhou as eleições parlamentares em janeiro de 2006. E um dado interessante é que Israel costumava alegar problemas em negociar com os palestinos enquanto o Hamas não fosse parte das negociações [sendo ele tão influente na região], mas logo depois que o Hamas foi eleito, Israel passou a dizer que não negocia com o Hamas. Até porque [o Hamas] é considerada uma organização terrorista por vários países. Mas, junto à população Palestina, Elias, qual a legitimidade que o Hamas tem atualmente?

Total legitimidade. Eu posso falar com tranquilidade que tem muita legitimidade. Porque a Palestina não tem um Estado capaz de prover serviços médicos, de saúde, de pronto-socorro, de previdência, de educação, escolas, etc. E quem faz muito isso, é o serviço social bancado pelo Hamas. Esse é um fato objetivo. A Palestina hoje vive de ajuda internacional. Até por que, o que ela poderia exportar, ela não exporta. Por exemplo, óleo de oliva. Tanto é que a campanha internacional que existe na Palestina há muito tempo (eu estive lá em 2011) é: “Give me a choice”. Ou seja, “me dê uma chance”. A Palestina não consegue fazer comércio com ninguém, não tem nem aeroporto. Então como que um Estado desse pode sobreviver e manter serviços públicos básicos para a população dessa forma? Não tem como. Então, a legitimidade do Hamas vem por conta do papel de assistência social que eles fazem ali na região. Todas as forças políticas da região se legitimam através da história do próprio movimento e pela capacidade desse movimento em prover serviços públicos para a população. Ou em amenizar um pouco o sofrimento daquela população. O Hamas é sim legitimado naquele lugar, tanto é que ganhou as eleições. Então quando Israel “não quer negociar com o Hamas”, não é para o Hamas que ele está dizendo isso, [Israel] não quer negociar é com a Palestina.

RC – Os movimentos e entidades de luta pelos direitos humanos estão realizando aqui em Brasília uma serie de atos em prol da Causa Palestina, especialmente [agora] nessa situação conflituosa ali na região. Você tem como informar quais são as próximas agendas desse movimento?

Olha, houve dois atos que eu achei muito interessantes. O primeiro deles foi a entrega de um documento do movimento para o representante da ONU aqui no Brasil. E foi um ato muito amplo, muito aberto, em que o embaixador ouviu nossas opiniões, também falou um pouco em nome da ONU. O ato de ontem à noite teve um caráter mais de mobilização e que mexesse com a emoção. Foi um ato que mostrou imagens de crianças palestinas, em que acendemos velas, em que mostramos uma faixa [com os dizeres]: “Abaixo o apartheid de Israel contra a Palestina”. E a partir desse ato de ontem, toda uma agenda tem sido elaborada. Mas ainda hoje vai haver uma reunião, às 17h30 e vai ser elaborada uma agenda que vai ser passada para vocês com certeza.

RC – Nós conversamos com Elias Jabour que é doutor e mestre em Geografia Humana pela USP, Assessor do Senado Federal e apoiador dos atos que vem sendo realizados em prol da Causa Palestina e pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza. Elias, muito obrigada por essas informações que você nos deu.

A agência da ONU para refugiados palestinos alertou que centenas de milhares de palestinos estão sem acesso à água após os ataques que atingem também as redes de abastecimento.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “não tem escolha” a não ser intensificar a campanha militar contra a Faixa de Gaza. Israel anunciou também a mobilização de milhares de soldados na fronteira com Gaza iniciando o que seria uma ofensiva terrestre que pode piorar ainda mais a situação na região.


* Juliana Medeiros é repórter da Rádio Cultura FM 100,9 de Brasília e editora do programa Cultura Notícias Internacional, que vai ao ar de 2ª a 6ª feira às 17h.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Fórum Social Mundial - Palestina Livre





Chamada para Ação Solidária simultânea, 28 de novembro até 1o de dezembro de 2012

De 28 de novembro a 1o de dezembro, milhares de ativistas, líderes comunitários, jovens, grupos religiosos, sindicatos, músicos, acadêmicos e muito mais irão convergir para Porto Alegre, Brasil para o primeiro Fórum Mundial Social dedicado exclusivamente à Palestina.

Para aqueles que não podem se juntar a nós no Brasil, o Fórum Social Mundial Palestina Livre FSM-PL pede que sejam organizados protestos simultâneos, ações criativas e esforços de mídia em todo o mundo para chamar a atenção para as metas e estratégias que serão discutidas e promovidas durante este Fórum.

O FSM-PL será um encontro mundial de amplas mobilizações populares e da sociedade civil de todo o mundo. 

Os objetivos são:

1. Mostrar a força da solidariedade com o povo palestino e a diversidade de iniciativas e ações destinadas a promover a justiça e a paz na região.

2. Criar ações efetivas para garantir a autodeterminação palestina, a criação de um Estado palestino tendo Jerusalém como sua capital e do cumprimento dos direitos humanos e do direito internacional, com as seguintes ações:

 a) o fim da ocupação israelense e da colonização ilegal de todas as terras árabes e a destruição do Muro; b) Garantir os direitos fundamentais dos cidadãos árabe-palestinos de Israel à fim de gozar igualdade plena, e c) Implementar, proteger e promover os direitos dos refugiados palestinos de regressar às suas casas e propriedades como estipulado na Resolução 194 da ONU.

3. Ser um espaço de discussão, troca de idéias, estratégia e planejamento, a fim de melhorar a estrutura de solidariedade.


Como fazer parte da FSM Palestina Livre Estendido? 

O Fórum Social Mundial Palestina Livre convoca atividades globais simultâneas em solidariedade com o acontecimento histórico no Brasil.

Para ser parte do esforço FSM Palestina Livre, pedimos que:

  • Use o logotipo FSM-FP durante o evento e no material promocional;
  • Informe-nos com antecedência a sua atividade em extended@wsfpalestine.net e prensa@wsfpalestine.net para contribuir na promoção global.
  •  Envie-nos fotos, vídeos de sua atividade para exibi-los em Porto Alegre.

Durante o FSM Palestina Livre, vamos todos usar a hashtag # wsfpalestine Twitter para promover nossas ações e não se esqueça de seguir @ WSFPalestine !

Seja uma parte da FSM Palestina Livre onde quer que esteja:
28 novembro - 1 dezembro 2012!

quinta-feira, 8 de março de 2012

No Dia Internacional da Mulher libertem Hana Shalabi!




Embora quase todo o Congresso dos EUA tenha se ajoelhado para a suposta "democracia" de Israel na convenção anual da AIPAC em Washington, vítimas da repressão política israelense definham em prisões ignorados pela mídia mundial.
Hoje, Hana al-Shalabi completa 22 dias de greve de fome contínua contra a sua detenção sem acusação ou julgamento por Israel desde que um ataque violento destruiu a casa de sua família na aldeia ocupada de Burqin na Cisjordânia, perto de Jenin, em 16 de Fevereiro.
Durante seu discurso na AIPAC, no domingo, o presidente dos EUA, Barack Obama, não pronunciou sequer uma palavra sobre tais abusos por parte de Israel, ao qual renovou seu apoio incondicional.
Hana não come e apenas bebe água desde sua prisão, ela já vem sofrendo sintomas graves. O Serviço de Israel negou os pedidos para que ela seja examinada por médicos de organizações de Direitos Humanos.
Ela é um dos mais de 300 detidos "administrativos", muitas vezes, presos por Israel indefinidamente, sem acusação ou julgamento. Este número inclui pelo menos 21 membros - eleitos democraticamente - do Conselho Legislativo Palestiniano.
A Anistia Internacional emitiu um alerta pedindo às pessoas que pressionem autoridades israelenses no sentido de libertarem al-Shalabi e todos os presos administrativos imediatamente, a menos que sejam acusados de algum crime e levados a julgamento em conformidade com os padrões internacionais, assegurando-lhes também um tratamento humanizado, incluindo acesso a médicos, advogados e familiares.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Carta de Hugo Chávez para Ban Ki-moon em apoio à Palestina



Em 17 de setembro, o presidente venezuelano Hugo Chávez enviou uma carta ao Secretário Geral da ONU Ban Ki-Moon, para confirmar o apoio do governo venezuelano para o estabelecimento do Estado da Palestina.


Por Hugo Chávez Frías, Presidente da República Bolivariana da Venezuela

Miraflores, 17 setembro de 2011

Sua Excelência, 
Ban Ki-moon 
Secretário Geral das Nações Unidas

Senhor Secretário-Geral: 
Ilustres representantes dos povos do mundo:

Dirijo estas palavras à Assembléia Geral da ONU, a este grande fórum que representa todos os povos da terra, para ratificar, neste dia e neste cenário, o apoio total da Venezuela ao reconhecimento do Estado Palestino: ao direito da Palestina em se tornar um país livre, soberano e independente. Trata-se de um ato de justiça histórica para com um povo que carrega consigo, desde tempos imemoriais, toda a dor e sofrimento do mundo.

Em seu ensaio memorável "A Grandeza de Arafat", o grande filósofo francês Gilles Deleuze escreveu com todo o peso da verdade: A causa palestina é antes de tudo, o conjunto de injustiças que essas pessoas sofreram e continuam a sofrer. E eu ouso acrescentar que a causa palestina também representa uma constante e inabalável vontade de resistir, que já está escrita na memória histórica da condição humana. Vontade de resistência que nasce do amor mais profundo pela terra. Mahmoud Daewish, a voz infinita da Palestina almejada, nos fala com o sentimento e a consciência deste amor:

Nós não precisamos de memórias 
porque em nós trazemos o Monte Carmelo 
e em nossas pálpebras a erva da Galiléia. 
Não digas: Se pudéssemos correr para o meu país como um rio! Não o digas! 
Porque nós estamos na carne de nosso país 
e nosso país está em nós.

Contra aqueles que falsamente sustentam que o ocorrido com o povo palestino não é um genocídio, o mesmo Deleuze afirma com lucidez implacável: Do começo ao fim, vêm agindo como se o povo palestino não só não devesse existir, mas como se nunca tivesse existido. Isso representa a própria essência do genocídio: decretar que um povo não existe, para negar-lhes o direito à existência.


Neste sentido, quanta razão tem o grande escritor espanhol Juan Goytisolo quando afirma contundentemente: A promessa bíblica da terra da Judéia e Samaria para as tribos de Israel não é um contrato de propriedade em cartório que autoriza a expulsão daqueles que nasceram e vivem naquele solo. É precisamente por isso que a resolução de conflitos no Oriente Médio deve, necessariamente, trazer justiça ao povo palestino, este é o único caminho para a paz.


É perturbador e doloroso que as mesmas pessoas que sofreram um dos piores genocídios da história tenham se convertido nos carrascos do povo palestino: é perturbador e doloroso que a herança do Holocausto seja a Nakba. E é verdadeiramente preocupante que o sionismo continue a usar a acusação de anti-semitismo como uma chantagem contra aqueles que se opõem às suas violações e crimes. Israel tem, descaradamente e vilmente, usado e continua a usar a memória de suas vítimas. E eles fazem isso para agir com total impunidade contra a Palestina. Ademais, vale a pena mencionar que o anti-semitismo é um flagelo ocidental, de raiz européia, em que os árabes não tiveram participação. Além disso, não vamos esquecer que é o povo semita da Palestina que sofre com a limpeza étnica praticada pelo Estado colonialista israelense.

Quero tornar-me claro: uma coisa é denunciar o anti-semitismo, e outra coisa totalmente diferente é aceitar passivamente que a barbárie sionista imponha um regime de apartheid contra o povo palestino. Do ponto de vista ético aqueles que denunciam o primeiro, devem condenar o segundo.

Uma digressão necessária: tem sido fartamente utilizado confundir o sionismo com o judaísmo. Ao longo do tempo fomos lembrados disto por vários intelectuais judeus, como Albert Einstein e Erich Fromm. E hoje há um número cada vez maior de cidadãos conscientes, dentro de Israel propriamente dito, que abertamente se opõem ao sionismo e suas práticas criminosas e terroristas.


Há que dizê-lo com todas as letras: o sionismo, como uma visão de mundo, é absolutamente racista. Prova irrefutável disto pode ser notado nas palavras, de cinismo aterrador, escritas por Golda Meir: Como vamos devolver os territórios ocupados? Não há ninguém a quem devolvê-los. Não há tal coisa chamada povo palestino. Não é como as pessoas pensam, que existia um povo chamado "palestinos", que se consideravam palestinos, e que nós chegamos, os expulsamos e nos apropriamos de seu país. Eles simplesmente jamais existiram.


É importante lembrar que: a partir do final do século XIX, o sionismo iniciou o chamado para o retorno do povo judeu à Palestina e a criação de um Estado nacional próprio. Esta abordagem foi benéfica e funcional para os colonialistas franceses e britânicos, como também seria mais tarde para o imperialismo ianque. O Ocidente sempre incentivou e apoiou a ocupação sionista da Palestina por meios militares, o que ocorre desde então.

Leiam e releiam o documento historicamente conhecido como a Declaração de Balfour de 1917: o governo britânico assumiu a responsabilidade legal em prometer um lar nacional na Palestina para o povo judeu, ignorando deliberadamente a presença e os desejo de seus habitantes. Deve-se acrescentar ainda que cristãos e muçulmanos viveram em paz durante séculos na Terra Santa até o momento em que o sionismo começou a reclamá-la como sua propriedade total e exclusiva.

Não vamos esquecer que no início da segunda década do século XX, o sionismo começou a desenvolver seus planos de expansão, aproveitando a ocupação colonial britânica na Palestina. Até o final da Segunda Guerra Mundial, a tragédia do povo palestino se exacerbaria, consumando-se na expulsão de seu território e, ao mesmo tempo, da história. Em 1947, a desprezível e ilegal resolução 181 da ONU recomendou dividir a Palestina em um Estado judeu, um Estado árabe, e uma área sob controle internacional (Jerusalém e Belém). Vergonhosamente, 56% do território foi concedido ao sionismo para estabelecer seu Estado. Na verdade, esta resolução violou o direito internacional e ostensivamente vem ignorando a vontade da grande maioria árabe: o direito à autodeterminação dos povos tornou-se letra morta.

De 1948 até esta data, o Estado sionista tem continuamente aplicado a sua estratégia criminosa contra o povo palestino com o apoio constante de seu aliado incondicional, os Estados Unidos da América do Norte. Esta lealdade incondicional é claramente observada pelo fato de que Israel dirige e define a política internacional dos EUA para o Oriente Médio. É por isso que o grande palestino de consciência universal Edward Said afirmou que qualquer acordo de paz construído sob a aliança com os Estados Unidos seria uma aliança que confirmaria o poder sionista, ao invés de confrontá-lo.

Então, ao contrário do que Israel e os Estados Unidos estão tentando fazer, levando o mundo a acreditar nas transnacionais midiáticas, o que aconteceu e continua a acontecer na Palestina, usando as palavras de Said, não é um conflito religioso, mas um conflito político, de cunho colonial e imperialista e ele não é um conflito milenar, senão contemporâneo, não é um conflito nascido no Oriente Médio, mas sim na Europa.


O que foi e continua a estar no centro deste conflito: o debate e as discussões têm priorizado a segurança de Israel, ignorando a Palestina. Isto é corroborado por recentes acontecimentos, um bom exemplo é o mais recente episódio genocida desencadeado por Israel durante a Operação "Chumbo Fundido" em Gaza.

A segurança da Palestina não pode ser reduzida ao simples reconhecimento de uma autonomia limitada e o autocontrole policialesco em suas "enclaves" ao longo da margem ocidental do Jordão e na Faixa de Gaza, ignorando não só a criação do Estado Palestino, no conjunto das fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, os direitos dos seus cidadãos e sua auto-determinação como povo, mas também, ignorando a compensação e consequente regresso à pátria de 50% do povo palestino que estão espalhados por todo o mundo, conforme estabelecido pela resolução 194.

É inacreditável que um país (Israel), que deve sua existência a uma resolução da Assembléia Geral pode ser tão desdenhoso das resoluções que emanam da ONU, conforme disse o padre Miguel D'Escoto, quando pedia o fim do massacre contra o povo de Gaza, entre o final de 2008 e o início de 2009.

Sr. Secretário Geral e ilustres representantes dos povos do mundo:

É impossível ignorar a crise nas Nações Unidas. Em 2005, perante esta Assembléia Geral, nós sustentamos que o modelo de Nações Unidas havia se esgotado. O fato de que o debate sobre a questão palestina tenha sido adiado e está sendo abertamente sabotado, novamente nos confirma isso.

Há vários dias, Washington vem afirmando que, no Conselho de Segurança, vai vetar o que será uma resolução da maioria da Assembléia Geral: o reconhecimento da Palestina como membro pleno das Nações Unidas. Na Declaração de Reconhecimento do Estado palestino, a Venezuela, juntamente com as Nações irmãs que compõem a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), denunciaram que tal aspiração justa pode ser bloqueada por esta via. Como sabemos, o império, neste casos e em outros, vem tentando impor o seu duplo padrão no cenário mundial: é a dupla moral ianque que tem violado o direito internacional na Líbia, e agora, permite que Israel faça o que bem entender, convertendo-se no principal cúmplice do genocídio palestino que vem sendo realizado pelas mãos da barbárie sionista. Edward Said tocou em ponto nevrálgico quando escreveu que: os interesses de Israel nos Estados Unidos criaram uma política em torno Oriente Médio israelocentrista.


Gostaria de finalizar com a voz de Mahmoud Daewish em seu poema memorável "Sobre esta terra":

Sobre este terra, nós temos algo 
que faz a vida valer a pena: 
Nesta terra está a senhora da terra, 
Mãe de todos os começos 
Mãe de todos os fins.
Ela foi chamada... Palestina. 
Seu nome continua sendo... Palestina. 
Minha senhora, porque você é minha dama, 
eu mereço a vida.


Ela continuará a ser chamada Palestina: a Palestina vai viver e vencer! Longa vida livre, soberana e independente à Palestina!

Hugo Chávez Frías 
Presidente da República Bolivariana da Venezuela


Publicado originalmente em (inglês): http://www.mathaba.net/news/?x=628760

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Obama faz mea culpa no Cairo

Hoje, pela primeira vez na história, um presidente americano admite que seu país falhou quando participou do golpe que derrubou um governo democrático no Irã, em 1953.

Assista ao discurso em: http://my.barackobama.com/page/community/post/obamaforamerica/gGGGhZ e tire suas conclusões. Ou leia aqui: http://adjix.com/6phf a transcrição (em inglês).

Dentre outras coisas, ele recitou alguns versículos do Alcorão e falou sobre a ocupação do território Palestino pelo Estado de Israel, conclamando que estes devolvam àqueles a garantia de que possam se desenvolver como sociedade.

Na minha humilde opinião foi sensacional e, historicamente, revolucionário. Bons ventos sopram para o mundo islâmico com a presença de Barack Obama na presidência dos EUA? Só o tempo dirá.

domingo, 10 de maio de 2009

O que está acontecendo com os palestinos?




O texto abaixo é do companheiro THIAGO ÁVILA*, que resume um pouco da história dos refugiados palestinos que estão acampados em Brasília, em protesto contra a ACNUR. Achei ótimo porque sei que um monte de gente não entende o que está acontecendo e porque abraçamos essa causa. Quem achar que pode ajudar, por favor, entre em contato.

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Antes de explicar a situação dos refugiados palestinos aqui no Brasil, é importante saber de você uma coisa: o que você ganhou de presente de Natal no ano passado? Uma camiseta, um celular, um livro? Talvez você nem tenha gostado do que ganhou, ainda assim, deve lembrar com alegria dos bons momentos passados ao lado da família confraternizando e agradecendo ao ano que se acabava. Para Fahrouk, Ramdam, Kammal e os outros companheiros palestinos refugiados no Brasil, o Natal teve um gosto um pouco mais amargo. O ataque genocida de Israel à Faixa de Gaza, onde estão muitos de seus familiares, mostrou mais uma vez o lado podre do nazi-sionismo e a inércia e ineficácia da diplomacia ocidental. Para os refugiados ao redor do mundo, este ataque representava a certeza de que a fúria e o ódio daqueles que fazem da Faixa de Gaza hoje um novo Gueto de Varsóvia iriam destruir o pouco que ainda lhes restava de pátria, onde um dia sonhavam em retornar para viver com seus familiares.



A ONU condenou o ataque verbalmente, o governo brasileiro o qualificou como “uso desproporcional da força”, assim como muitos outros países. Tudo retórica, talvez exceto pela expulsão dos embaixadores israelenses da Bolívia e Venezuela por parte de seus presidentes. A imprensa livre e os movimentos sociais tentaram em vão romper o bloqueio da mídia corporativa, preocupada demais em fomentar o gasto do 13º salário do trabalhador brasileiro. Foram denunciados inúmeras vezes os assassinatos em massa de civis, em sua maioria crianças, e o uso de armas proibidas pela ONU, como o fósforo branco. Apesar disso, assim como acontece com a parcela do território palestino demarcado pela própria ONU, nada aconteceu.
Enquanto isso, um grupo de palestinos estava dormindo no chão, sem atendimento médico, comendo manga e comida doada pelo pessoal do mercado, enquanto clamavam pela atenção dos organismos internacionais para que alguém aliviasse sua dor e sofrimento. Casos como esse são corriqueiros no Oriente Médio, no entanto, dessa vez estamos falando de um fato que aconteceu, e acontece, aqui no Brasil. Essa pequena versão de um campo de refugiados acontece em plena capital federal, em seu bairro mais rico, o Lago Sul, que tem o IDH comparável ao de países como a Suécia e Islândia.

O “programa” para refugiados

É assim a nossa versão tupiniquim da tragédia palestina: O governo, gentilmente (ou para mostrar serviço e ser premiado com um “assento” ao lado dos causadores dos grandes problemas do mundo) oferece nosso país para ser o lar temporário de um grupo de palestinos que estavam em um campo de refugiados na Jordânia. A ONU (a mesma que criou toda essa confusão em 1948), representada aqui pelo ACNUR, recebe dinheiro para cuidar então desses refugiados. No entanto, a ONU não acredita ter o tempo necessário para cuidar dessa situação (claro, afinal, Palestina, Sudão, Colômbia, Haiti, Timor Leste não são os países que mais contribuem com o milionário orçamento desse organismo internacional), então incumbe a Cáritas Brasileira (entidade da Igreja Católica, designada enquanto “representante da sociedade civil”) de monitorar e acompanhar o programa para os refugiados. No caso de algum problema no “programa”, o governo brasileiro diz que só repassa os recursos, a ACNUR não dá nenhuma resposta, pois é um “organismo internacional”, e a Cáritas Brasileira diz que só administra o “programa”, que quem o criou foi a ACNUR e o governo brasileiro.

Mesmo para nós brasileiros parece algo complicado, agora imagine para um estrangeiro que não fala português, não está acostumado com a nossa cultura e ainda necessita atendimento médico. Imagine então se você fosse colocado dentro de um asilo nessas condições, sem ter ninguém com quem se comunicar. O que você faria? Imagine também que os organismos que batem no peito e fazem marketing social dizendo que cuidam de vocês desviassem dinheiro, comprassem eletrodomésticos novos para você, mas lhe entregassem velhos. Como se não fosse suficiente, imagine uma comunidade árabe ausente, um governo que não quer se indispor com a ONU, além de inúmeros aproveitadores à sua volta querendo ganhar destaque e lucrar com a sua deplorável situação. Que fazer?

O ano em que os palestinos acamparam em protesto em frente ao ACNUR

Mais de um ano se passou sem que nenhum dos envolvidos pudesse resolver a situação. Inúmeras foram as vezes em que levamos os companheiros às pressas para o hospital, por conta de seus problemas de saúde, ainda mais agravados pelo desumano tratamento que lhes era dispensado pelas autoridades. Chegou uma hora em que o impasse gerou o mesmo conformismo que impregna todo o conflito israelense e palestino: a idéia de um caso sem solução.

E assim ficaria até que, para piorar a situação, o ACNUR, com a ajuda do digníssimo judiciário brasileiro (aquele mesmo que barra a reforma agrária, solta Daniel Dantas e criminaliza os movimentos sociais), consegue uma autorização para retirá-los da frente da bela mansão-sede do ACNUR com ajuda da Polícia Federal. Era uma bela manhã de sábado quando alguns dos vizinhos ricos viam sua bela vizinhança sendo “higienizada”, removendo aqueles senhores do caminho. Outros vizinhos, mas estes loucos ou desavisados, que tinham de alguma forma criado um carinho pelas pessoas que, de forma tão determinada, protestavam em frente às suas casas (apesar do ACNUR ter enviado uma carta a cada vizinho dizendo para NÃO ajudarem os palestinos), discutiam com os policiais inutilmente.

O que pensava o ACNUR? Que os palestinos, justo eles, iam desistir ao primeiro sinal de violência? Que ia adiantar jogar para longe as suas coisas, que eles se calariam e resignariam? Obviamente, não foi isso que aconteceu. Os nossos dignos e corajosos companheiros palestinos resistiram, colocaram suas coisas um pouco mais afastado da sede-mansão do ACNUR, mas ainda ficaram por lá, dessa vez na avenida principal do Lago Sul. Foi um ato de coragem maravilhoso, mas que infelizmente introduziu na história um personagem talvez ainda mais sinistro que todos os anteriores: nosso digníssimo governador do DF, ex-violador de painel eletrônico, atual chefe da polícia, José Roberto Arruda. A saída da frente da sede do ACNUR fez com que a polícia deixasse de enxergar aquilo como um ato político de protesto e encarasse como uma mera ocupação de área pública, justamente no lugar onde todo mundo sabe que não se pode ter ocupação de área pública.

O que aconteceu em seguida seria óbvio, não fosse pela proporção que atingiu. Eram mais de vinte viaturas da Polícia Militar e seus grupos táticos com rifles, talvez em maior número que para prender Daniel Dantas ou os grandes bandidos do tráfico de drogas no Rio e São Paulo. A ação militar tinha como objetivo não apenas assustar e intimidar os palestinos e seus apoiadores, mas também dar o recado para qualquer pessoa que tentasse ocupar um local no Lago Sul. Curiosamente, a operação era comandada por um oficial da SUDESA, a Superintendência de Defesa do Solo e da Água (a mesma que não se manifesta para defender o solo de pessoas como Pedro Passos e as águas de gente como PaulOOctávio). Funcionários do GDF recolhiam as coisas e as atiravam em um caminhão, apreendendo as barracas, as roupas, os alimentos e todos os outros “luxos” que os palestinos tiveram nesse ano em que acamparam no chão. Teriam levado tudo, não fosse pela ajuda de alguns companheiros solidários com os palestinos que aceitaram guardar as coisas em suas próprias casas. Para os que presenciaram o fato, era inconcebível tamanha mobilização militar para retirar um grupo de idosos pacíficos de seu protesto político. Era uma versão brasileira do “uso desproporcional da força”, tão criticado por Lula e Celso Amorim, agora praticado pelo governador e seus “capangas”.

O desespero tomou conta por muitas vezes dos companheiros palestinos nesse dia. Agora encontravam-se na rua sem assistência do governo, da ACNUR ou da Cáritas, sem tratamento médico, quase sem apoio da comunidade palestina e árabe e agora sem suas barracas e o pouco de alimento que lhes restavam. Parecia demais para pessoas que tinham sofrido uma vida de privações, de acossamentos e de abusos perpetrados pelo nazi-sionismo. Para eles, era a extrema-unção definitiva da ingênua idéia e do sonho do país tropical, terra de Deus, que lhes foi oferecida enquanto estavam em um triste campo de refugiados palestinos na Jordânia.

Uma nova fase do conflito

Sem casa, sem barraca, quase sem alimentos, o grupo de palestinos, principalmente as mulheres grávidas e as crianças, saiu de lá e concentrou-se em um alojamento cedido pela comunidade árabe para a emergência, que expira essa semana. Uma viatura da polícia manteve-se no local, como se fosse uma bandeira cravada no chão dizendo: nós vencemos. Só que os policiais deram de cara com uma coisa que eles não contavam: a persistência, a dignidade e a determinação ferrenha dos palestinos Fahrouk e Ramdam.

Sem comida, sem teto, sem cobertor, sem amigos, eles permaneceram lá, como quem fica simplesmente sentado na grama conversando com um amigo. Não carregam consigo nada grande, porque pode caracterizar uma ocupação e serão presos pelos policiais. De noite acendem um fogo para espantar o frio, mas ainda estão expostos ao sereno e às chuvas. Mais de uma semana já se passou desde o despejo, no entanto os dois palestinos resistem, em uma demonstração clara de dignidade e moral. Eles são dois, assim como são a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, resistindo pequenininhos, apesar de toda a ofensiva imperialista do vizinho. É uma singela representação do que acontece no Oriente Médio e, em ambos os casos, pode ter um final diferente dependendo da nossa intervenção.

Como ajudar?

A urgência da situação nos obriga a sermos rápidos. A saúde de todos os refugiados palestinos está em jogo, além de todos nós sabermos que eles merecem um tratamento humano. Cabe agora a nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, ajudarmos essas pessoas que estão dando a cada dia uma nova lição de dignidade, de valentia e pureza. É importante concentrar os esforços de forma organizada e eficiente, para podermos desfazer um pouco do mal que alguns maus representantes de nosso maravilhoso país tropical fizeram a essas pessoas. Moradia, alimentação, tratamento médico, são apenas algumas das necessidades que passam esses grandes homens sem pátria, filhos de uma brava terra para a qual eles não podem voltar, longe de sua família, com nada que lhes comprove o direito a viver ali exceto um papel sem valor da ONU, que demarcou tanto o território israelense como o palestino. Cabe a nós agora formar uma rede de apoiadores e ajudar da melhor maneira possível, e sim, é possível, a esses corajosos homens de paz, de amor e de justiça, que sonham em ver um dia esse planeta onde vivemos transformado na Terra, a Pátria do Homem.

Um enorme abraço internacionalista para todos vocês,
*Thiago Ávila - 9806.6981 (thiagodeavila@hotmail.com)




Fotos: Juliana Medeiros

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