"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X

sexta-feira, 4 de março de 2011

A guerra que Gaddafi já perdeu

Toda Mídia :: Nelson de Sá


A primeira vítima

Destaque sobre a Líbia no Wall Street Journal, "EUA esfriam a conversa vaga sobre zona de exclusão aérea". Era o secretário de Defesa, Robert Gates, em indireta à "loose talk" da secretária de Estado, Hillary Clinton. "Vamos falar direito: zona de exclusão aérea é ataque à Líbia", afirmou ele, avisando ser preciso, para tanto, o apoio do Conselho de Segurança, o que a Rússia já negou.

A seu lado, o chefe do Estado Maior acrescentou que os EUA "até agora não conseguiram confirmar os relatos de que aviões líbios atiraram em manifestantes". O dia todo, outra vítima da guerra foi a cobertura da cidade de Brega. O "WSJ" chegou a noticiar vitória do governo, citando o próprio; "NYT" e Al Jazeera deram vitória dos rebeldes, ouvindo os próprios.

Fonte: ft.com


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Os relatórios que acusavam o Governo da Líbia de convocar a Força Aérea a atirar contra seu próprio povo se espalharam rapidamente em todo o mundo. A informação foi replicada pela imprensa internacional e vimos comentários diversos em fóruns nas redes sociais.

No entanto, até o momento, não há imagens confiáveis que demonstrem o "massacre" ou "limpeza étnica" como chegaram a chamar o que está acontecendo por lá. Mas, ainda assim, essa informação foi o pretexto para os americanos posicionarem suas tropas  perto da fronteira e a ONU ameaçar Muammar Gaddafi com uma condenação no Tribunal de Haia.

Até agora, quase tudo que está sendo mostrado - por favor, voltem e observem novamente - são imagens de conflitos civis, alguns muito parecidos com os  confrontos entre manifestantes e a PM no Brasil, outras mais fortes mostram os rebeldes com metralhadoras, tanques de guerra, ou seja, não são manifestantes com pedras e paus, desarmados. O povo líbio é treinado, quase todo militarizado como o são grande parte dos povos dessas regiões. Até há alguns anos o serviço militar obrigatório na Líbia era - como acontece até hoje em Israel - para meninos e meninas. Há sim imagens de explosões, mas se já são mais de 6000 (!) mortos (um verdadeiro genocídio), aonde estão os corpos?

Agora, uma notícia pode mudar a lógica de tudo isso. Os chefes militares russos dizem que vêm monitorando a partir do espaço - por imagens de satélite - toda a região e as fotos contam uma história diferente.

Ora, não só a Rússia, mas vários países possuem satélites que podem, por exemplo, fazer avaliação do trânsito das cidades, identificar casas atingidas por enchentes, etc E vivemos num mundo em que a convergência de mídias favorece e amplia a percepção do mundo pelas imagens. Vide as primeiras imagens feitas por celular que surgiram da Líbia e que repórteres do mundo inteiro comentavam em "off", afirmando certezas sem saberem exatamente do que se tratava e que causaram essa verdadeira guerra midiática. Guerra cuja essência Gaddafi já perdeu e ele reconheceu isso em seu último pronunciamento quando disse que "não entendia como a ONU pode ter tomado tantas decisões baseada apenas em notícias, sem as devidas investigações".

Segundo a Al Jazeera e BBC, em 22 de fevereiro o governo líbio teria infligido ataques aéreos em Benghazi - a maior cidade do país - e na capital Trípoli. No entanto, militares russos que fazem a monitorização via satélite desde o início, dizem que nada disso estava acontecendo. 

Ou seja, o exército russo está afirmando oficialmente que, os ataques que alguns meios de comunicação estavam relatando jamais ocorreram. Não há registro desses ataques. E vivemos num planeta em que há um verdadeiro arsenal de satélites sobre nossas cabeças gravando tudo. Claro, com certeza eles ocorreram e alguém terá essas imagens. Vamos aguardar.

As mesmas fontes em estabelecimento militar da Rússia dizem que estão monitorando a situação em torno das instalações de petróleo da Líbia, parte delas ocupadas por grupos rebeldes. Com certeza, muitas novidades ainda surgirão nesse cenário, resta saber se confirmada por fotografias que os ataques não ocorreram, a mídia internacional irá replicar com a mesma intensidade que o fez anteriormente.

A reportagem é da RT:


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