Flávia Mattar do Portal Ibase
A sociedade civil organizada está buscando e encontrando formas de criar consensos que fortaleçam sua posição na Conferência Nacional de Comunicação, a ser realizada em dezembro? Para Jonas Valente, coordenador do Intervozes, as divergências internas da sociedade civil têm diminuído e não parecem ser o foco do debate agora.
Ibase – Quantas entidades da sociedade civil compõem a Comissão Organizadora da Conferência? Como foram escolhidas?
Jonas Valente – Há oito entidades da sociedade civil na Comissão Organizadora Nacional. A escolha foi feita pelo governo federal, mas se baseou em indicação da Comissão Nacional Pró-Conferência de Comunicação [CNPC] , definida por meio de votação entre as entidades que compõem essa articulação.
Ibase – Quais as principais divergências apresentadas pela sociedade civil organizada em relação à Conferencia Nacional de Comunicação?
Jonas Valente – As entidades da CNPC promoveram um longo e rico processo de discussão sobre a proposta da articulação para a metodologia e o temário da Confecom. Foram realizadas duas plenárias nacionais e dezenas de reuniões nas comissões estaduais e nacional. Ao final, chegamos a uma proposta. Com o debate na Comissão Organizadora, temos nos reunido para discutir as estratégias de apresentação das nossas propostas e as mediações necessárias quando elas não obtém maioria no conjunto dos membros da instância. Esse debate tem sido tranquilo e temos conseguido chegar a posições unitárias.
Considero que o processo de diálogo feito na CNPC tem gerado uma coesão importante. Na noite anterior a cada reunião da Comissão Organizadora, nos reunimos e discutimos a pauta do encontro, tirando posições e estratégias. Essas conversas prévias têm funcionado. Agora, precisamos avançar para conseguir também construir uma plataforma comum de propostas para a Conferência, pelo menos naquilo que for possível consensuar.
Ibase – Você acredita que corre o risco de a Conferência legitimar posições que o empresariado tornou dominantes ao longo do tempo?
Jonas Valente – É possível. Depende das regras do jogo, que ainda estão em disputa. da capacidade de mobilização e unidade do campo progressista da sociedade civil e, também, da posição do governo, que terá papel fundamental no processo. Se a sociedade civil conseguir formular, se organizar, mobilizar atores e movimentos e ter unidade, teremos grandes chances de aprovar resoluções avançadas. Mas se falharmos nisso, poderemos ver o contrário acontecendo.
Mais informações: http://www.proconferencia.com.br/
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