Centenas de pessoas, principalmente policiais e militares, estão nas ruas de Quito, Guayaquil e Cuenca, protestando agora contra a nova proposta de legislação, feita pelo presidente Rafael Correa, que reduzirá seus ganhos, tirando bônus e incentivos.
"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
A los golpistas de Ecuador: "No Pasaràn"!
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
DIDI (RENATO ARAGÃO) recebe carta-desabafo de ELIANE SINHASIQUE
O texto abaixo foi escrito por uma jornalista acreana, que existe de verdade (não é um personagem do espaço etéreo da internet). Não concordo com todas as afirmações que ela faz, a principal é sobre a escola pública x particular porque defendo (na prática mesmo) sua valorização e me revolto com o número de professores da rede pública que, em Brasília, mantém seus filhos em escolas particulares, reduzindo ainda mais a credibilidade da educação pública pela qual já pagamos. Mas isso detalharei em outro post em breve.
Também sou contra comparações com a população carcerária, tenho cuidado com isso porque as pessoas não se importam, em geral, com essa parcela da população que - ainda que contrarie alguns por aqui - tem sim direitos. E se não são humanos, precisamos rever onde essa cisão aconteceu.
No entanto, o texto todo, essencialmente, precisa ser divulgado. Recomendo a leitura e, claro, comentários. Esse debate é muito importante.
Ah, para quem se interessar em ler outros textos desta jornalista, recomendo a leitura do blog dela, em especial um escrito no dia 05/11 sobre a eleição de Dilma e o poder transformador das mulheres. Aqui: http://sinhasique.zip.net/
Juliana
________________________________________________
Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu Nome para colar nas correspondências)...
Achei que as cartas não deveriam ser endereçadas a mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.
Não foi por "algum" motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos).
Você diz, em sua última Carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.
Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno e nem priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a freqüentar as salas de aula.
A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da minha família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Muito pelo contrário, faz bem! Estudei na escola da zona rural, fiz Supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma micro empresária.
Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos Impostos embutidos em cada alimento, em cada produto ou serviço que preciso comprar para o sustento e sobrevivência da minha família.
Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem.
Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais.
O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não têm a educação como prioridade. Pois a educação tira a subserviência e esse fato, por si só não interessa aos políticos no poder. Por isso, o dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal.
Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda? Você pode ajudar a mudar isso! Não acha?
Você diz em sua Carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua Carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é 'o cara'. Ele tem a chave do Cofre e a vontade política para aplicar os recursos.
Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas do país, sem nenhum tipo de distinção ou discriminação. Mas, infelizmente, não é o que acontece...
No último parágrafo da sua Carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da "minha" doação, que a "minha" doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias.
Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho.
Isso significa que o governo leva mais de um terço de tudo que eu recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.
Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não.
Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.
Outra coisa Didi, mande uma Carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os ministros e professores das escolas públicas. Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino. Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever e fazer contas possa desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.
Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...
Repórter especial do Jornal A Gazeta e Apresentadora do programa Toque Retoque da Gazeta FM 93,3
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
QUEM BISBILHOTA QUEM...
Leandro Fortes
domingo, 12 de setembro de 2010
Quem estiver em SP no dia 16, não pode perder
O vereador Professor Claudio Fonseca convida toda a sociedade paulistana para a sessão solene que dará ao jornalista José Hamilton Ribeiro, o “Repórter do Século”, o título de Cidadão Paulistano da Câmara Municipal de São Paulo.
A homenagem será realizada no próximo dia 16 de setembro, quinta-feira, a partir das 19 horas, no Salão Nobre da Casa.
Na oportunidade, o jornalista recordará momentos marcantes da sua longa e brilhante carreira. Um documentário de oito minutos trará depoimentos dos amigos de profissão, além de mostrar curiosidades das suas principais reportagens. O cantor paulistano Celso Sim, músico da nova geração da MPB, dará o toque musical à noite.
Repórter do Século
José Hamilton Ribeiro nasceu em 29 de agosto de 1935, na cidade de Santa Rosa do Viterbo, interior de São Paulo. Em 1954, foi estudar jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. No penúltimo ano do curso, foi convidado a deixar a faculdade por ter participado, na condição de vice-presidente do Centro Acadêmico, de uma greve de estudantes. Na época, já trabalhava como repórter. Em 1964, se formou em direito na Universidade de Uberaba. Em 1973, ironicamente, voltou à Casper Libero, como parte do corpo docente da faculdade.
A carreira jornalística de José Hamilton Ribeiro começou em 1954, no jornal O Tempo, feito por jornalistas que haviam se demitido da Folha de S. Paulo. Em 1956, passou a ser repórter da Folha. Em 1962, aceitou um convite para trabalhar em Quatro Rodas, revista recém-criada pela Editora Abril. Chegou a ser editor-chefe da revista e ganhou um Prêmio Esso de Jornalismo em 1964.
Em 1966, transferiu-se para a revista Realidade, fundada por jornalistas dissidentes da Quatro Rodas, onde trabalhou sete anos e chegou a ser editor-chefe. Ganhou mais três prêmios Esso de Jornalismo: em 1967, 1968 e 1973. Como repórter da revista, participou da cobertura da Guerra do Vietnã. Passou 20 dias no front americano, com o fotógrafo japonês Kei Shimamoto.
No Vietnã, José Hamilton Ribeiro foi atingido por uma mina terrestre e perdeu a perna esquerda. Na ocasião, uma foto sua caído no campo de batalha estampou a capa de uma edição da Realidade. Em 1969, o jornalista escreveu um livro sobre a cobertura, O Gosto da Guerra, e ganhou outro Prêmio Esso, desta vez na categoria jornalismo individual.
De 1973 a 1975, José Hamilton Ribeiro foi repórter da revista Veja. Depois, afastou-se da grande imprensa para ajudar na implantação de novas tecnologias, como o off-set e a informática, em jornais do interior de São Paulo.
Em 1975, foi diretor do Diário de Ribeirão Preto. Em 1977, foi diretor do jornal Dia e Noite, de Rio Preto, pelo qual ganhou mais um Prêmio Esso de Jornalismo. Em 1978, foi chefe de jornalismo da TV Tupi, em São Paulo. No ano seguinte, foi diretor do Jornal de Hoje, de Campinas, e ganhou o Prêmio Telesp de Jornalismo.
Seu primeiro trabalho na TV Globo foi uma reportagem sobre o Pantanal, exibida em janeiro de 1981, na edição de aniversário de um ano do Globo Rural. A matéria, que fez como free-lancer, lhe rendeu um convite para trabalhar no Globo Repórter. Na época, o programa, dirigido por Paulo Gil Soares, era gravado em filme 16 mm, com narração em off, sem a imagem do repórter. A primeira gravação em videotape do Globo Repórter foi justamente uma reportagem de José Hamilton Ribeiro sobre o garimpo em Serra Pelada, exibida em 10 de junho de 1982. Era também a primeira vez em que o repórter aparecia no vídeo.
Ainda em 1982, José Hamilton Ribeiro passou a integrar a equipe do Globo Rural, da qual faz parte até hoje. Em 1983, ganhou o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos por uma reportagem sobre a seca do Nordeste, feita em parceria com Carlos Azevedo e Sérgio Roberto Ribeiro. Em 1985, outra reportagem sua, sobre os cortadores de cana de Barrinhos, em Ribeirão Preto, ganhou o Vladimir Herzog de jornalismo. Naquele ano, foi também o editor-chefe da revista Globo Rural.
Em 1990, José Hamilton Ribeiro tornou-se membro da Comissão de Avaliação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Em 1992, participou do projeto Notório Saber em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. No ano seguinte, venceu o concurso de professor titular na mesma universidade.
Em junho de 1995, voltou ao Vietnã para fazer uma reportagem para o programa Contagem Regressiva. A viagem acabou rendendo uma matéria também para o Globo Rural, na qual o repórter e o cinegrafista Sergio Gilz documentaram os costumes da população e o trabalho do produtor rural no Vietnã.
Para o Globo Rural, José Hamilton Ribeiro participou de várias reportagens especiais no Brasil e no exterior. Em novembro de 1996, mostrou o trabalho dos índios bakairis que constroem canoas com a casca da árvore de Jatobá. Em 1999, foi até Portugal destacar as características da vida do campo no país, como a produção de azeitonas e a criação de cavalos. Em 2002, acompanhou uma expedição científica no rio Paraguai com pesquisadores da Embrapa. No ano seguinte, foi até a cidade de Araxá conferir o projeto de preservação de animais ameaçados de extinção. Também em 2003, fez uma série de reportagens especiais sobre música caipira.
Em outubro de 2004, uma matéria de José Hamilton Ribeiro sobre as queimadas na Amazônia foi ao ar no Jornal Nacional. As imagens mostravam grandes áreas da floresta devastadas pelo fogo e animais mortos pelas chamas. O repórter conversou com a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre a situação das queimadas. Entrevistou também o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na época Ennio Candotti. Candotti afirmou que se houvesse um tribunal para julgar os crimes contra a natureza, o Brasil seria condenado.
Em 2006, José Hamilton Ribeiro recebeu o Prêmio Maria Moors Cabot,da Universidade de Columbia, um dos mais antigos e importantes prêmios do jornalismo nos Estados Unidos. O jornalista foi um dos vencedores na categoria Outstanding reporting on latin america, que homenageia profissionais que demonstram comprometimento com a liberdade de imprensa e a compreensão das relações interamericanas.
José Hamilton Ribeiro é autor de mais de 15 livros, quase todos derivados de suas reportagens, como Jornalistas 37/97 (1998), sobre o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e Repórter do Século (2007), com suas reportagens que ganharam o Prêmio Esso.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: http://vereadorespps.blogspot.com/2010/08/169-cidadao-paulistano-para-jose.html