"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X

sábado, 20 de outubro de 2012

Dr Moussa Ibrahim envia comunicado e desmente sua prisão

Desse lado do mundo, muitas pessoas não tem ideia de quem seja Moussa Ibrahim. Ele foi, por anos, o porta-voz do governo líbio de Muammar Qadafi e esteve à frente de tudo até o limiar da guerra que transformou o país em ruínas. 

 Dr Moussa é conhecido por sua educação, inteligência e sensatez. Uma passada pelo Youtube, com suas declarações e entrevistas coletivas, pode dizer muito sobre ele. Infelizmente, creio que não há nada com legendas em português, apenas em inglês (com ele falando em árabe ou inglês). 

 A Líbia hoje, silenciada pela imprensa do mundo inteiro, tem ruas dominadas por milícias e mercenários do CNT (o "Conselho Nacional de Transição" que até hoje não possui um governo de fato, nem consegue proteger sequer a seus dirigentes). Em razão disso, as pessoas são proibidas de se manifestarem livremente, sob pena de prisão, tortura ou morte. Em especial se forem identificadas como apoiadoras da "Líbia Verde" (Green Libya), a Líbia governada pelo ex-líder Muammar Qadafi. Sendo assim, altos funcionários do antigo governo estão exilados em países próximos ou escondidos em seu próprio país. 

Há muito tempo temos notícias do Dr Moussa apenas pela internet, em raros comunicados que surgem para evitar que ele seja localizado. Num dos últimos, Dr Moussa Ibrahim apela aos irmãos muçulmanos para que não colaborem com protestos violentos contra o filme que ridiculariza o profeta Maomé que, de forma inédita na história humana, conseguiu unir seguidores do islamismo em todo o planeta (coisa que aliás, nenhum ideal ou guerra tinha conseguido antes). Em meio à tantas justificativas, ele apelou ao bom senso dizendo que "Allah não aprovaria tortura e mortes em seu nome" e que era preciso "mostrar ao mundo que o Islã também é perdão". Esse é o Dr Moussa Ibrahim. 

Há dois dias temos acompanhado notícias sobre uma possível prisão dele em Tahourna, uma cidade na Libya. Alguns veículos de imprensa reproduziram a notícia dizendo que ele já estava sendo interrogado. No entanto, ele acaba de enviar um video desmentindo o ocorrido e conclamando também à união do povo líbio contra os invasores estrangeiros que destruíram seu país e agora, com apoio dos mercenários da OTAN, bombardeiam diuturnamente a cidade de Bani Walid. Ele afirma que está fora da Libya mas que acompanha o massacre que vem ocorrendo em Bani Walid e que sua suposta prisão tem o objetivo que desviar a atenção do que ocorre por lá.

 

Os protestos em Bani Walid (maior reduto de apoiadores do ex-líder Muammar Qadafi) duram desde o início da ocupação estrangeira no país, mas se intensificaram nos últimos dias. Em toda a Libya começaram a surgir bandeiras negras com letras douradas, avisando que o povo estava se unindo à tribo dos Warfala, origem dos Qadafi, em protesto à tentativa de varrer do mapa todos os moradores de Bani Walid. A cidade vem sendo bombardeada e atacada sem trégua há duas semanas, com o uso inclusive de bombas de urânio, fósforo e gás Sarin.

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