No último dia 26 de abril cerca de noventa comunicadores, militantes da reforma agrária e representantes da sociedade civil se reuniram no auditório do Sindicato dos Metroviários do DF, localizado no CONIC, para o lançamento da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária de Brasília.
A rede é uma iniciativa voluntária e tem como integrantes pessoas como o jornalista Leandro Fortes, da Carta Capital e representantes de cerca de 30 entidades, empenhados em apoiar publicamente a reforma agrária. Essas pessoas decidiram construir um coletivo que tem o objetivo de se contrapor à informação divulgada pela grande mídia, em geral financiada por setores da agroindústria. A ideia é disponibilizar - em especial na internet - o máximo de material possível que possa avaliar, analisar e se necessário, desmentir, matérias que abordam o tema.
Na noite do lançamento, o coletivo promoveu debate sobre a criminalização dos movimentos sociais, as relações entre grande imprensa e o agronegócio, além do papel da grande mídia na cobertura da reforma agrária.
Leandro Fortes, que foi um dos convidados a compor a mesa, fez duras críticas à postura de veículos que não abrem espaço para o contraditório na cobertura de ações organizadas por movimentos que lutam pela reforma agrária, como nas ocupações realizadas pelo MST: “só não é capaz de compreender a importância da Reforma Agrária para a construção de um país mais justo e para o combate efetivo da exclusão social, alguém ignorante, idiota ou mau caráter (ou os três), salienta Leandro.
Conforme debatido durante o evento, a ignorância possivelmente é o elemento mais comum no país, já que o bombardeio midiático não permite o exercício da imparcialidade. Além disso, a edição de imagens é realizada com o intuito de mostrar apenas um dos lados da questão, uma abordagem nada ética.
Leandro ressaltou que a matéria é pauta do Congresso há muitas décadas e que nem o Governo Lula realizou a reforma que todos esperavam. Com isso, os grandes centros, continuam inchando com o processo migratório que aumenta os problemas estruturais nos espaços urbanos e transforma famílias inteiras de pequenos produtores em moradores de rua ou de regiões de periferia das grandes cidades.
O jornalista e professor da UnB Fernando Paulino, iniciou sua participação apontando a relevância do número expressivo de estudantes de jornalismo no evento e lembrou que o coletivo é uma tentativa de construir uma rede voluntária com todo e qualquer profissional que atue na comunicação de alguma forma, não somente jornalistas, mas advogados, engenheiros, estudantes e qualquer um que possa “ajudar a combater a informação patrocinada por setores como a bancada ruralista do Congresso Nacional”, argumenta.
No endereço www.reformaagraria.blog.br, é possível encontrar material produzido por diversos profissionais que colaboram com o conteúdo do página, que conta com cerca de 250 adesões. O coletivo também acompanha os trabalhos da CPI criada para investigar o MST.
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