"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Irã: Quem atira a primeira pedra?
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Lula rebate acusações do TCU sobre a Petrobrás
quinta-feira, 10 de junho de 2010
CONVITE - Exposição Bolívia
segunda-feira, 7 de junho de 2010
A complexidade que simplifica
sábado, 5 de junho de 2010
FEMINISMO OU SEXISMO??
O texto abaixo é de Jordana Lima Duarte e faz algumas reflexões sobre a luta por uma sociedade que reconheça o valor de homens e mulheres de forma mais igualitária. É um texto aberto ao debate. Comentem!
Dia desses, um amigo se queixou que este espaço tinha se tornado um local excludente, voltado apenas às mulheres...
Eu redargui, ofendida - afinal, ele me acusara de feminismo!!
E as feministas que me perdoem: houve tempo em que tal palavra aludia ao direito de as mulheres se unirem a fim de defender-se do machismo, de todas as formas cabíveis e possíveis.
O Feminismo conquistou para nós alguns direitos, mas ainda faltam muitos. Leis foram criadas. Mentes mudaram, é verdade - mas não todas; e isso vai levar um tempo, considerando que sabotamos a nós próprias e umas às outras, e isso é uma tradição.
Não é segredo que mulheres são mais competitivas (entre si) e lutar pelo direito delas não é diferente de lutar pelo direito de qualquer ser que esteja em desvantagem. Afinal não somos minoria como os índios, os negros enfim: na verdade somos maioria em praticamente tudo - entre os chefes de família, entre os eleitores, somos maioria em números absolutos. O que nos leva a concluir que, basicamente, temos o poder?? Rsrs... Alguém quer o poder? E pra que?
Quem tem o poder? Os homens?? E não foi o poder deles que nos oprimiu por milênios??
E honestamente: alguém acha que, com o poder nas mãos, seríamos magnânimas, superiores em qualquer coisa, generosas e justas??
Não, não estou confusa; não estou sendo machista e não estou defendendo os homens.
Tampouco estou sendo FEMINISTA. O feminismo difere do machismo em quê, necessariamente?
Não importa quantas sejam as respostas - a verdade só aparecerá quando o poder estiver em nossas mãos.
O prognóstico não é bom: mulheres são, comprovadamente, menos solidárias entre si do que os homens. Isso é fato. Mulheres são menos corruptíveis? É uma teoria - discutível.
Uma coisa é haver uma ou duas mulheres trabalhando com um grupo grande de homens n'uma empresa. Outra, bem diferente, é ter um grande grupo de mulheres trabalhando juntas.
Não faz muito tempo, tive a experiência de presenciar um evento só de mulheres, durante três dias... E havia lá meia dúzia de homens. Não vou dar relatório de tudo, mas posso dizer que, em determinado momento, depois de muitos bate-bocas entre as senhoras - praticamente arruinando o evento por conta de vaidades pessoais e fome de poder - uma delas apontou um dos homens presentes e acusou a organização de machismo por permitir entre elas figuras masculinas...
Então é assim que se combate o machismo...? Então isso é feminismo?? O feminismo é o machismo do avesso? Pois vamos classificar direito as coisas: não se trata de machismo ou feminismo - se trata de sexismo. E não se combate o sexismo sendo sexista...!
Devemos sim, continuar batalhando nossos espaços na sociedade, no mundo, na vida, no tempo.
Mas como diria Ivan Alves - amigo querido - a luta pelos direitos das mulheres é parte da luta, e não uma luta à parte.
A questão feminina é uma questão humanista e interessa a todos - não só à classe feminina.
Nós, que somos mães, temos papel fundamental nisso: que tipo de homens e mulheres estamos preparando para o mundo? Em países latinos, ainda se criam meninos de modo diferente das meninas. Meninos não podem brincar com bonecas e só meninas crescem ajudando as mães nas tarefas de casa. O resultado disso é um homem que não sabe o que fazer com um bebê e uma mulher cumprindo dupla ou tripla jornada como se isso fosse normal. Porque comum não é a mesma coisa que normal.
Devemos repensar nosso papel na luta pela real democracia que, por si só, denota igualdade entre TODOS. Entenda-se: igualdade de gênero, raça, classe social enfim - TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI, SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, reza o artido 5º da Constituição Federal.
Então devemos dar aos homens o mesmo tratamento que nos deram até hoje? Isso apenas nos torna piores que eles. Sim, piores, considerando que conhecemos a opressão. Exatamente por isso devíamos ser... diferentes. E somos? Se não podemos ser generosas e justas umas com as outras, como o seremos com os homens?
Estou preparando um evento em Santos - SP, que pretende discutir algumas questões femininas fundamentais. E me perguntaram: 'mas é exclusivo para mulheres, não?'... Mas é claro que não, a não ser que eu queira mostrar que tais questões são questões femininas - e elas são de toda a sociedade. Até quando se deixará de fora o homem nessa discussão? Ou só nos dirigiremos a eles para apresentar cobranças e queixas?
Inteligente é ser progressista. E ser progressista é andar pra frente. E não se pode andar pra frente, carregando o passado nas costas.
Vamos combater o sexismo com debate inteligente. Vamos VENCER o sexismo tratando ao outro como igual.
Vivemos outra era, em que já não há espaço para separatismos contraproducentes - temos um mundo para mudar, cheio de fome e misérias, cheio de violências de todo o tipo. Sim, como mulheres, sofremos violência: então usemos as leis e lutemos contra essa violência em todas as suas facetas.
Mas não é contra a classe masculina essa luta - não são eles os detentores exclusivos do preconceito, do mau uso do poder e das injustiças sociais: mulheres - e isso vemos todos os dias nos jornais - são igualmente capazes de todo o tipo de crueldade, e isso também é fato.
Sejamos honestos.
Sejamos verdadeiros.
Sejamos democráticos - sejamos: IGUAIS.
A partir disso, lutemos juntos - homens e mulheres. Os tempos pedem isso.
E já passa da hora.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Desabafo II - Do consumismo
Tem uma coisa que me deixa tão chocada quanto a violência, intolerância e demais anomalias humanas que vivenciamos por aí, todos os dias. É o CONSUMISMO exagerado que é estimulado na TV e em todos os veículos de mídia e nas rodas sociais, sejam elas o trabalho, a escola, os grupos de amigos, a internet... Fico sinceramente estarrecida com a quantidade de pessoas que acreditam realmente que uma família precisa ter um carro para cada pessoa, mesmo vivendo todos no mesmo endereço e, muitas vezes, cumprindo o mesmo percurso para o trabalho e demais atividades. O que há de errado com andar a pé ou de bicicleta quando se vive perto de onde se pretende chegar? Porque em algumas cidades (Brasília para mim é referência campeã, mas sei que existem outras), usar o transporte coletivo é visto com preconceito tamanho que faz a classe média se envergonhar de utilizá-lo? E porque não se usa mais a boa e velha carona? Onde você (que dirige sempre), pode descansar um pouco e aproveitar para ir papeando com seus companheiros de trajeto?
Para piorar mais ainda, os shoppings se multiplicam aos milhares. Espaços de ode ao consumismo, com cheiro, som e cores que estimulam a compra desenfreada. Tanto que existem pessoas que divulgam blogs na internet para vender aquilo que compraram e que jamais vão usar! Tentam conseguir alguma compensação pelo ato de ter entrado em uma loja e comprado aquilo que não precisavam. Por um impulso, uma vontade de ter aquilo que está pendurado num manequim montado exatamente para atrair seu cérebro a gastar. É tão difícil assim perceber as mensagens subliminares que estimulam o consumismo em cada espaço urbano?
E o que é ainda mais estranho para mim: vivemos num mundo em que, quanto mais você tem, mais você é "alguém". O "famoso quem" é sempre alguém que tem mais coisas que outro alguém ao lado. O último tênis, o último carro, o último modelo de celular são itens de status, tornam você alguém à ser admirado. Impressionante.
Sinceramente, tudo isso para mim é um mistério. A forma como a sociedade se organizou dividindo as pessoas a partir do que se tem, é muito insólito para meu entendimento. Juro.
O que é mais impressionante é que ninguém enxerga a história que as coisas tem. Antes de criarem o Story of Stuffs que agora é disseminado aos montes na internet, jamais deixei de olhar para cada coisa que tenho e tentar imaginar como ela tinha chegado até mim. Um objeto, uma roupa, qualquer coisa, sei que nada surgiu no espaço sem que tenha sido antes, uma matéria transformada. Uma blusa, um dia foi uma semente, plantada, colhida, armazenada, fiada, tecida, distribuída, comercializada e depois consumida por mim. Ou seja, cada coisa que chega em minhas mãos, passou antes por muitas outras mãos, talvez dezenas, centenas, algumas talvez estejam mortas ou seriamente doentes. Quantos trabalhadores escravos, muitos ainda crianças, estão por aí em fazendas/empresas que promovem esse tipo de relação de trabalho? Disseminando doenças e infelicidade extrema que depois se tornarão seu mórbido objeto de desejo e consumo. Irônico não? Fora os produtos que foram testados em animais em rituais de tortura "científica", ou ainda os que vieram de outros países, produzidos por pessoas submetidas à condições de trabalho muitas vezes mais cruéis que as de nossas fazendas tupiniquins.
Os meios de produção estão nos transformando em gafanhotos, consumindo o planeta até o último talo. E mesmo assim ainda vejo a todo momento a velha propaganda: "compre, compre, compre....". Existe publicidade responsável? Que me perdoem os publicitários, mas por favor, alguém me convença disso.
As crianças (principalmente elas) são induzidas a consumirem de forma descontrolada. Difícil uma que não se pendure na barra dos pais e diga: "eu queeeerooooooo...." e muitas vezes esse "querer" é meramente temporário. Algo que ela vai conseguir com seu poder infantil de barganha e esquecer num canto da casa em menos de 24 horas. E mesmo assim, no dia seguinte, vão querer algo diferente, mais novo, uma novidade maior ainda do que a do dia anterior.
Será que ninguém vê o que está acontecendo? Será mesmo que as pessoas não percebem o quanto estamos caminhando para um colapso e que não há planeta substituto? Não teremos para onde ir. Simples assim.
O encontro em Copenhagen foi uma falácia, o principal assunto a ser discutido, país nenhum pensou em debater: uma mudança nos meios de produção. Os EUA gastaram trilhões (isso mesmo, TRILHÕES) de dólares somente na Guerra no Afeganistão (a indústria bélica é uma das maiores causadoras de impactos sobre o clima) e cada país presente na Conferência (inclusive EUA e Brasil) ofereceu suas migalhas à título de "ajuda aos países afetados pelo clima". Isso gente, é uma piada. E de muito mau gosto.
Cada um de nós precisa pensar em como seu modo de vida impacta o planeta e o que cada um pode fazer para conter isso. Hoje. Agora. Todos os estudos indicam que uma mudança iniciada nesse momento não irá conter o avanço de destruição que já causamos, mas pode evitar desastres de proporções ainda maiores dos que os que temos visto, as famosas "respostas" da natureza. Por favor, pensem nisso.
Recomendo, pra ajudar a pensar, a série de programas abaixo (no Youtube tem outros como esse):
Sobre o budismo
O texto abaixo, pode ser considerado um "clássico". Para quem é budista, ele não é novo. Mas como descreve bem o conceito do "ser budista", resolvi postar aqui. Talvez como uma resposta a tantas pessoas que me perguntam como é, porque sou, o que significa...
Se você quer curar seu corpo físico, não procure o Budismo. O Budismo só cura os males de sua mente: ignorância, cólera e desejos desenfreados.
Se você quiser arranjar emprego ou melhorar sua situação financeira, não procure o Budismo. Você se decepcionará, pois ele vai falar sobre desapego em relação aos bens materiais. Não confunda, porém, desapego com renúncia.
Se você quer poderes sobrenaturais, não procure o Budismo. Para o Budismo, o maior poder sobrenatural é o triunfo sobre o egoísmo.
Se você quer triunfar sobre seus inimigos, não procure o Budismo. Para o Budismo, o único triunfo que conta é o do homem sobre si mesmo.
Se você quer a vida eterna em um paraíso de delícias, não procure o Budismo, pois ele matará seu ego aqui e agora.
Se você quer massagear seu ego com poder, fama, elogios e outras vantagens, não procure o Budismo. A casa de Buda não é a casa da inflação dos egos.
Se você quer a proteção divina, não procure o Budismo. Ele lhe ensinará que você só pode contar consigo mesmo.
Se você quer um caminho para Deus, não procure o Budismo. Ele o lançará no vazio.
Se você quer alguém que perdoe suas falhas, deixando-o livre para errar de novo, não procure o Budismo, pois ele lhe ensinará a implacável Lei de Causa e Efeito e a necessidade de uma autocrítica consciente e profunda.
Se você quer respostas cômodas e fáceis para suas indagações existenciais, não procure o Budismo. Ele aumentará suas dúvidas.
Se você quer uma crença cega, não procure o Budismo. Ele o ensinará a pensar com sua própria cabeça.
Se você é dos que acham que a verdade está nas escrituras, não procure o Budismo. Ele lhe dirá que o papel é muito útil para limpar o lixo acumulado no intelecto.
Se você quer saber a verdade sobre os discos voadores ou sobre a civilização de Atlântida, não procure o Budismo. Ele só revelará a verdade sobre você mesmo.
Se você quer conhecer suas encarnações passadas, não procure o Budismo. Ele só pode lhe mostrar sua miséria presente.
Se você quer se comunicar com espíritos, não procure o Budismo. Ele só pode ensinar você a se comunicar com seu verdadeiro eu.