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segunda-feira, 9 de abril de 2007

Semiótica e semiologia

Winfried Nöth, professor de lingüística e semiótica, autor de "Semiótica e semiologia: os conceitos e as tradições", descreve em seu texto as várias filosofias e teorias que permeiam os conceitos de semiótica e semiologia. Inicialmente, discorre sobre suas origens, desde a antiguidade, quando os filósofos gregos tentavam teorizar sobre o conhecimento e sua influência nas relações humanas. Posteriormente, analisa seu desenvolvimento através da Idade Média, da Renascença e da época contemporânea.

Os termos semiótica e semiologia vêm sendo discutidos ao longo dos tempos dentro dos vários campos da ciência e suas definições ora tem descrições similares, ora são antagônicas. Diversas variações terminológicas surgiram a partir destes dois primeiros mas a maioria caiu em desuso.

Os dois termos têm a mesma raiz: as palavras gregas semeîon, (signo), e sema, (sinal). Porém, convencionou-se — internacionalmente — utilizar atualmente apenas o termo semiótica como definição para o estudo dos signos e sistemas sígnicos.

Na antiguidade, o diagnóstico médico era descrito como “a parte semiótica” da medicina donde se lia o estudo dos sintomas. Posteriormente, o termo surge como teoria geral dos signos evoluindo daí para uma ciência do conhecimento da natureza humana, denominada como semiótica moralis. Mais tarde colocada como um dos três grandes ramos de estudo do conhecimento humano (ao lado da física e da ética), começa a se definir como a ciência que viria a ser adotada como objeto de estudo dos psicoterapeutas e estudiosos do comportamento humano. Locke enfoca como signo mais importante as palavras.

No século XX, o conceito de semiologia surge novamente a partir da obra de Saussure. O fundador do estruturalismo lingüístico define a semiologia como uma nova e futura ciência geral da comunicação humana. Neste espírito, a semiologia começou a se estabelecer a partir dos anos 40 e 50 com uma fama crescente na França, no resto da Europa e na América Latina.

Em outros países a semiótica continuava o seu desenvolvimento de forma independente sob outras influências tais como a semiótica da informática e a da cibernética. Um argumento de purismo lingüístico, era de que o conceito de semiologia é uma melhor tradução do termo inglês semiotics para as línguas romanas e, por isso, seria preferível ao termo semiótica. Porém, a partir do início do século XXI, as distinções entre semiótica e semiologia tornaram-se coisas do passado. A semiótica internacional se desenvolveu sem as restrições propostas por aqueles que acharam uma divisão entre semiótica e semiologia necessárias. No Brasil, por exemplo, há programas de estudos semióticos, mas não de estudos semiológicos. Porém, o progresso da pesquisa feito sob o nome de semiótica não invalida aqueles feitos em décadas anteriores sob o nome de semiologia.

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