Além de ser intrigante a defesa dos biocombustíveis no discurso que Lula proferiu no evento, o que obrigou o líder líbio, Muammar Gaddafi, a afirmar que a idéia de potencializar os biocombustíveis parecia "interessante, desde que isto não se faça em detrimento da comida" , também chama a atenção a expressão "revolução verde" já que esta, além de ser a cor do movimento ambientalista, é também a cor da própria bandeira líbia, anfitriã do evento. E é a cor também do livro homônimo (sim, "Livro Verde") escrito pelo mesmo Muammar Gaddafi após a tomada do poder naquele país, há 40 anos.
O livro é uma proposta política de reorganização de Estado, elaborada por ele, no sentido de aproximar o país de uma democracia direta - assunto que está na ordem mundial - que, de fato é exercida por lá (com assembléias populares e rodízio de representantes), apesar das críticas que faz a grande mídia. Ao contrário do que ela diz, por exemplo, Muammar Gaddafi não é o presidente do país há 40 anos, mas um líder militar que, de fato, possui grande expressão e liderança e é chamado à representar o país a todo o momento. Mas o contexto é o de uma região conflituosa e ameaçada e aí o entendimento da questão não pode ser o mesmo que temos aqui, país livre que somos. Fora os aspectos culturais... bom, esse é um tema para outro post.
De qualquer forma, gostei de ver e essa é uma coisa que, devo confessar, me admira no presidente Lula. Ele realiza essas incursões por países mais à esquerda (como é o caso dos países da América Latina integrantes da Alba) como ninguém e esse intercâmbio é inédito na história desse país. Mesmo.
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