"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X
terça-feira, 29 de março de 2011
Quem ganha com essa guerra?
segunda-feira, 28 de março de 2011
44 BILHÕES DE MOTIVOS PARA ATACAR A LÍBIA
Da Agência de Notícias Nova Colômbia:
Com as novas tecnologias, as estimativas sobre as reservas podem se duplicar. Falamos de 44 bilhões de barris de petróleo.
É um petróleo de muito boa qualidade, que custa pouco para refinar e que não se encontra facilmente em outros lugares
(...) depois das destruições da guerra civil e da "humanitária", os contratos petrolíferos, se forem respeitados, poderão ser até mais favoráveis.
Porque, naturalmente, teremos um "vendedor", a Líbia, mais pobre e dividido e, portanto, mais chantageável.
E essa é a situação ideal à qual provavelmente se queria chegar..."
(Margherita Paolini, Il Manifesto/IHU)
(Carta Maior; 2º feira, 28/03/2011)
sexta-feira, 25 de março de 2011
Hoje eu queria estar em Macapá
Acompanho desde o início a movimentação em torno da Ficha Limpa. Não só como cidadã, mas como repórter. Cobri quase todas as audiências e votações em torno da matéria, fosse no Congresso, ou já no STF.
Lembro que tomei conhecimento ainda em 2008, em SP, durante uma viagem a trabalho. Pessoas comuns, cidadãos como eu ou você, sentavam-se em banquinhos e mesas simples munidos de cartazes e panfletos em Shoppings, praças e outros locais públicos e aguardavam que as pessoas se chegassem para explicar a proposta. Eu fui abordada por um senhor aposentado que me apresentou o manifesto. Assinei na hora.
Vida que segue e soube por vários meios, incluindo os prejudicados - que conheço e atesto em qualquer lugar serem pessoas de caráter ilibado e com histórias de vida admiráveis - que também eles tinham caído na "malha" da Ficha Limpa, mas enquadrados como "fichas sujas". Acontece que o casal a que me refiro são duas pessoas que deveriam ser motivo de orgulho para o país.
Não bastasse tudo que representam na construção da democracia que vivemos hoje, João Capiberibe é autor da Lei Complementar 131/2009, a Lei da Transparência.
Mesmo com inúmeras reportagens, denúncias e evidências a respeito da fraude montada para incriminá-los, sabemos que a justiça no Brasil caminha por brechas nem sempre "transparentes" ou fáceis de serem compreendidas.
Eu apoiei o movimento, mas tenho de admitir que nesse caso, no caso das duas figuras acima, fez-se justiça. Por isso, hoje eu gostaria muito de estar em Macapá, dando um abraço em cada um.
Soldados dos EUA tiram fotos com cadáveres de crianças
Os guerrilheiros mortos ou os prisioneiros torturados já estão fora da moda. Agora o "must" para os soldados estadunidenses no Afeganistão é fazer fotografias com cadáveres de crianças camponesas. Fotos assim foram publicadas pela revista conservadora alemã Der Spiegel, que assegura ter outras 4 mil imagens da ocupação americana no país.
Enquanto Michelle Obama passeava na última segunda-feira (21) no museu infantil com as crianças pobres do bairro La Granja da capital chilena, e seu marido proclamava no Palácio de La Moneda o "amor" dos Estados Unidos pelos Direitos Humanos e pela Democracia, a revista alemã publicava imagens dos soldados americanos que, supostamente, lutam por esses valores no Afeganistão.
Uma delas mostra um soldado agachado perto do corpo de um menino, morto momentos antes. Os soldados bateram fotos de "recordação", retiraram seus dentes e outros "troféus". As imagens ilustram a perversão da lavagem cerebral que Obama, o Pentágono e o complexo militar-industrial midiático faz aos soldados dos Estados Unidos.
Gul Mudin, pai do menino assassinado, era um sitiante dos arredores da cidade de Kandahar. Os soldados alegaram que ele teria ameaçado atirar uma granada neles. O diário britânico The Guardian disse na terça-feira que os militares mutilavam os dedos das suas vítimas e extraíam seus dentes como "troféus". Para obter uma pena reduzida, Morlock aceitou dedurar seus companheiros e culpar seu superior, o sargento Calvin Gibbs, como responsável pelas matanças.
Com agências
quinta-feira, 24 de março de 2011
Secretaria de Cultura do DF promove Pré-Conferências de Cultura
segunda-feira, 21 de março de 2011
Beppe Grillo sobre intervenção na Líbia: Caros jornalistas e políticos, por favor, não acreditem nos italianos
Caros jornalistas e políticos, por favor, não acreditem nos italianos.
Não há nada de humanitário no que estão fazendo: são atos de guerra. Guerra suja por energia, petróleo, gás. A França, que depois de Fukushima já não tem futuro nuclear, precisa de gás e petróleo.
Pelo menos desde o tempo do massacre de Ustica[1], França e Itália lutam pelo controle do petróleo da Líbia, quando os céus da Itália viraram teatro da guerra com a França, aviões italianos e Gaddafi, que estava apresente e safou-se por um fio. Gaddafi foi apoiado pelos italianos nos anos 70s, for armado pelos italianos. Parte do exército da Líbia foi treinado na Itália em troca de relações privilegiadas para comprarmos gás e petróleo.
Essa é guerra ensandecida que os europeus não desejam. Do modo como os italianos foram informados, não passaria de notícia de rodapé nos noticiários, como uma partida de futebol. China e Rússia são contra os ataques. A Alemanha absteve-se no CSONU e a União Africana rejeitou “qualquer tipo de intervenção estrangeira na Líbia, seja de que tipo for.” O presidente da Mauritânia Abdel Aziz disse bem claramente: “é crise gravíssima que se abate sobre um país irmão e que exige solução africana”. O presidente Aziz disse também que “nenhum representante da União Africana participou do encontro internacional sobre a Líbia, em Paris”.
O CSONU aprovou “uma zona aérea de exclusão”. Não aprovou bombardeio que reduzisse a Líbia a ruínas. Centenas de mísseis disparados por EUA e britânicos contra “alvos”, numa operação batizada de “Alvorada da Odisseia”.
Linguagem de videogame. Não é alvorada. É ocaso: o ocaso da odisséia.
Há hoje mais civis mortos pelas mãos de Obama, Cameron e Sarkozy ou em Benghazi que mortos pelas mãos de Gaddafi. Talvez os líbios mortos por mãos líbias valham, cada morto, duas mortes?
O art. 11 da constituição da Itália diz que “a Itália rejeita a guerra como instrumento de agressão contra as liberdades de outros povos e também como meio para resolver controvérsias internacionais (…).” Por que os partidos políticos não estão nas ruas, brandindo a Constituição, contra a guerra?
Estamos bombardeando uma nação muçulmana africana. Nenhuma nação, nem muçulmana nem africana participa do ataque “internacional” das potências ocidentais, ao lado dos “cruzados”, como Gaddafi os chama.
A Arábia Saudita invadiu o Bahrain, agitado por manifestações populares contra a ditadura. Quando começará o ataque dos “cruzados” contra os ditadores-xeiques?
Gaza foi convertida em cemitério. Ninguém considerou necessária qualquer intervenção humanitária. A Itália é um porta-aviões cercado de navios canadenses, americanos e britânicos que entram e saem de nossos portos. Com que direito? Somos país de soberania limitadas, mas o que está acontecendo é demais.
Fora! Fora da Itália as bases dos EUA, antes que seja tarde demais! O que sabemos sobre os rebeldes de Benghazi? Opõem-se a Gaddafi por quê? Por razões democráticas, tribais, econômicas ou religiosas? Propõem o quê, para a Líbia? Nada sabemos. Nada.
Qualquer um aí, que precise de petróleo, que lance o primeiro Tomahawk, para carregar a responsabilidade do ataque. Em seguida os EUA lançaram 110 Tomahawks, para completar o serviço.
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[1] Sobre o conflito entre Itália e França pelo controle dos recursos energéticos no norte da África. Segundo Priore e Fasanella (autores do livro Intrigo internazionale), esse seria o pano de fundo do massacre de Ustica. Um avião italiano de passageiros explodiu, em circunstâncias jamais esclarecidas, sobre a cidade de Ustica, dia 27/6/1980. Suspeita-se de que tenha sido abatido por um caça francês. Em 2008, a Itália reabriu as investigações sobre o caso (TG2 Punto di vista, 17/5/2010).
domingo, 20 de março de 2011
Pré-Conferências mobilizam a cultura do DF
Nelson Gilles, coordenador das conferências conversou com a Rádio Cultura FM sobre o novo formato pensado para estimular a participação popular.
sábado, 19 de março de 2011
Jordán Rodríguez: La estupidez no tiene límites...
Cheguei a indicar a Al Jazeera como fonte confiável do que estava acontecendo na Líbia, junto com a TeleSur. Mas já há algum tempo apenas essa última se mantém fiel às regras mínimas da boa reportagem, a começar pela apuração.
Um dos jornalistas que tenho acompanhado todos os dias, tanto pela TV quanto pelo blog, é o Jordan. Prestem atenção no texto abaixo, ele usou o blog para fazer um desabafo e dizer, dentre outras coisas, que tem assistido a colegas - de outros veículos - nque estão na Líbia, mentirem e falarem de coisas que eles não vêem. E o resultado dessa guerra midiática é o que está acontecendo agora. E não só o mundo referendou isso, como também apoiaram o discurso de Hilary Clinton hoje, pela manhã, JUSTIFICANDO o apoio às - estas sim - atrocidades que estão sendo cometidas no Bahrein e na Arábia Saudita e o motivo é óbvio: "aos amigos tudo". Qual critério levou os "especialistas" a definirem que nesses dois países valia apoiar os governos contra a oposição e na Líbia não? Será que não faz sentido para ninguém??
Jordán Rodríguez: La estupidez no tiene límites... Bravo al premio Nobel:
Hoy me voy a tratar de dormir a las 2 a.m. nuevamente, pero con la peor de las amarguras... He visto personas matarse unas a otras por dos banderas de un mismo país, una y otra y otra vez durante el tiempo que he estado en Libia. he visto a periodistas mentir a mi lado, no grabar, no escribir, no reportar, hablar de cosas que no ven y me pregunto si esta noche podrán dormir tranquilos.
Obama habla de la "Odisea del amanecer" odisea?.. A qué se refiere?.. Desde que llegué he tratado de estar en medio del conflicto, me he preguntado mil veces que pasa con las víctimas, con sus mujeres, con sus hijos, no hay respuesta. Tenía la esperanza utópica o estúpida de que una comisión de observadores internacionales viniera y de que los líderes tribales pudieran hacer que ambos bandos dejarán las armas de lado pero no... Era mucho pedir he tenido que ser testigo de un nuevo accionar pacifista de los policías del mundo... Bravo! Que solución... Para parar los bombardeos, lancemos bombas sobre Libia... Me impresiona el pensamiento de los más desarrollados.
Se hablaba de 15 mil muertos, ya contaremos al final. Me voy a dormir con la imagen de un niños partido en dos por una bomba que publicó un medio local y sólo pido porque Dios proteja a mi hijo.
Perdonen que esto más que información sea una opinión y si escribo lleno de rabia.
Jordán
Emancipate yourselves from mental slavery
Bob Marley
Sold I to the merchant ships,
Minutes after they took I
From the bottom less pit
But my hand was made strong
By the hand of the Almighty
We forward in this generation
Triumphantly
These songs of freedom?
'Cause all I ever have:
Redemption songs,
Redemption songs!
None but ourselves can free our minds
Have no fear for atomic energy,
'Cause none of them can stop the time
How long shall they kill our prophets,
While we stand aside and look
Huh, some say it's just a part of it:
We've got to ful fill the Book
These songs of freedom?
'Cause all I ever have:
Redemption songs,
Redemption songs,
Redemption songs!
None but ourselves can free our mind
Oh, have no fear for atomic energy,
'Cause none of them-a can-a stop-a-the time
How long shall they kill our prophets,
While we stand aside and look?
Yes, some say it's just a part of it:
We've got to ful fill the Book
These songs of freedom?
'Cause all I ever had:
Redemption songs,
All I ever had:
Redemption songs!
These songs of freedom,
Songs of freedom!
UPDATE 17:20H
NESSE MOMENTO, INFORMAÇÕES DA TELESUR E AL JAZEERA CONFIRMAM QUE OBAMA, ENQUANTO CONVERSAVA COM A PRESIDENTE DILMA, ENTREGOU BILHETE AUTORIZANDO ATAQUE A LÍBIA. JÁ FORAM DISPARADOS MÍSSEIS CONTRA TRÍPOLI! PRESTEM ATENÇÃO: TRÍPOLI! SE O OBJETIVO É PARAR O CONFLITO, ELE ACONTECE EM BENGHAZI, NÃO EM TRIPOLI! PORQUE OS AMERICANOS E FRANCESES ESTÃO ATINGINDO CIVIS EM TRIPOLI?
sexta-feira, 18 de março de 2011
Grande Niemeyer!
Do blog do Altamiro Borges
O presidente Lula foi definitivo: quando nos dirigimos a V. Exa não parece que falamos com o representante de um poder imperial e sim com um brasileiro como qualquer um de nós. Sua eleição trouxe muita admiração e muita esperança para o povo brasileiro e para toda a América Latina. Contudo, devemos confessar-lhe que nos encontramos profundamente decepcionados.
Acreditamos nas promessas de campanha, entre elas esperávamos que seu governo trouxesse a paz e a justiça para nossa querida Ilha Cubana, que como é sabido, apesar do embargo de mais de 50 anos conseguiu ocupar um lugar de destaque no mundo com avanços significativos na área da biotecnológica, educacional e na área de saúde publica.
Apesar da campanha difamatória e da propaganda violenta Cuba resiste a todas as agressões e intempéries com dignidade. Desnecessário citar a V. Exa todos os desmandos contra Cuba, sob as mais mentirosas alegações.
Assim foi a Baia de Porcos, assim foi a promessa de desativar Guantánamo, assim é a prisão dos Cinco Cubanos em prisões Estadunidense com julgamentos sem nenhum critério ético e justiça, assim foi assinado há mais de 50 anos um embargo econômico, cruel e desumano.
Assim tem sido contra Honduras, Venezuela, Bolívia, África, sem citar o apoio e o trabalho das agencias de inteligência contra os países sul americanos nas décadas de 60 e 70 de século passado.
São incontáveis essas agressões. O senhor chegou como esperança de crescimento do homem em todas as esferas. Veio de uma classe média diferenciada, traz nas veias a herança de seus antepassados, os mesmos que construíram a economia de seu Pais.
Sabemos de seus interesses na grandiosidade do Brasil, que transcende o imaginável: Pré - sal, riquezas inesgotáveis de energia, biodiversidade, mão de obra barata, são apenas alguns exemplos.
Senhor Presidente Barack Obama, nosso contencioso é grande mas nosso carinho pelo povo norte americano transcende as desavenças.
Queremos aproveitar esta ocasião para uma reflexão necessária: a generosidade, a solidariedade, o respeito a soberania de cada pais, e principalmente, centrar nossas potencialidades para transformar o caos em que vivemos num mundo melhor.
Acabe com o embargo a Cuba e liberte os Cinco Heróis Cubanos, em nome da real integração entre os povos.
Rede das redes em Defesa da Humanidade – Capitulo Brasileiro
Oscar Niemeyer – Presidente de Honra;
Marilia Guimarães – Presidente do Capitulo Brasil."
A matéria que a Veja escondeu
Segundo o ex-governador, dinheiro da quadrilha que atuava em Brasília alimentou campanhas de ex-colegas como José Agripino Maia e Demóstenes Torres
Em entrevista a VEJA, o ex-governador parte para o contra-ataque contra ex-colegas de partido. Acusa-os de receber recursos da quadrilha que atuava no DF. E sugere que o dinheiro era ilegal. Entre os beneficiários estariam o atual presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), e o líder da legenda no Senado, Demóstenes Torres (GO). A seguir, os principais trechos da entrevista:
O senhor é corrupto?Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.
O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.
Como o senhor ajudou o partido?Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.
O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.
E o financiamento? Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).
Esse dinheiro era declarado?Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.
Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.
Por exemplo?Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.
terça-feira, 15 de março de 2011
Uma reflexão
“O verdadeiro significado e o valor da compaixão e da não-violência aparecem quando nos ajudam a ver o ponto de vista do inimigo, a ouvir o que pergunta, a conhecer o que pensa sobre nós. Porque assim, desse ponto de vista, podemos de fato conhecer as fraquezas de nossas posições, e, se estivermos suficientemente maduros, podemos aprender e crescer e nos beneficiar da sabedoria dos irmãos que são chamados de ‘a oposição’.” [“Beyond Vietnam: A Time to Break Silence”, discurso de Martin Luther King Jr, 4/4/1967, NY, EUA]
sexta-feira, 4 de março de 2011
A guerra que Gaddafi já perdeu
Toda Mídia :: Nelson de Sá
Ora, não só a Rússia, mas vários países possuem satélites que podem, por exemplo, fazer avaliação do trânsito das cidades, identificar casas atingidas por enchentes, etc E vivemos num mundo em que a convergência de mídias favorece e amplia a percepção do mundo pelas imagens. Vide as primeiras imagens feitas por celular que surgiram da Líbia e que repórteres do mundo inteiro comentavam em "off", afirmando certezas sem saberem exatamente do que se tratava e que causaram essa verdadeira guerra midiática. Guerra cuja essência Gaddafi já perdeu e ele reconheceu isso em seu último pronunciamento quando disse que "não entendia como a ONU pode ter tomado tantas decisões baseada apenas em notícias, sem as devidas investigações".
terça-feira, 1 de março de 2011
SOBRE A LÍBIA
(Publicado em 22/02/2011)
Recomendo também a leitura do artigo do professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17462 sobre o mesmo assunto.
Aos comentários deles, eu acrescento: converso quase todos os dias com amigos líbios e brasileiros que moram na Líbia e estão, para começar, diariamente online pelo Skype. Nenhum deles teve sua internet bloqueada como tem sido dito por parte da mídia internacional e sim, todos me relatam as condições no país de forma diferente do que a mídia vem fazendo.
É perceptível que desestabilizar a Líbia, país com renda per capita maior que inúmeros países desenvolvidos, num continente de maioria miserável e com as reservas de petróleo que a Líbia possui, deveria nos deixar a todos com "os pés atrás" nesse jogo de informações desencontradas. Não havia até poucos dias, veículos de imprensa no país com informações confiáveis e ainda assim, choviam notícias todos os dias sobre imagens que correspondentes sediados na Europa, comentavam em "off". Num claro distanciamento da imparcialidade e apuração jornalísticas.
Numa estatística onde se pudesse mensurar o exercício democrático, a Líbia seria o país africano com o maior índice de participação popular do continente africano. As Universidades, por exemplo, são administradas por comitês populares, colegiados compostos de estudantes, professores e funcionários administrativos. Nas fábricas, além dos salários básicos, a participação acionária é total, com acréscimo de que os trabalhadores líbios recebem o excedente dos lucros. Isso porque Khadafi, numa das primeiras medidas após a revolução, "cooperativizou" na marra as empresas dividindo-as entre os trabalhadores. E a maioria dos trabalhadores na Líbia, ou trabalham nessas empresas, ou são funcionários públicos.
Por Manlio Dinucci*
Graças às suas ricas reservas de petróleo e gás natural, a Líbia tem uma balança comercial positiva de US$27 mil milhões por ano e um rendimento per capita médio-alto de US$12 mil, seis vezes maior que o do Egito. Apesar de fortes diferenças entre rendimentos altos e baixos, o padrão de vida médio da população da Líbia (apenas 6,5 milhões de habitantes em comparação com os cerca de 85 milhões no Egito) é, portanto mais elevado do que o do Egito e de outros países da África do Norte. Testemunho disso é o fato de que cerca de um milhão e meio de imigrantes, principalmente norte-africanos, trabalha na Líbia. Uns 85% das exportações líbias de energia vão para a Europa: a Itália em primeiro lugar com 37%, seguida pela Alemanha, França e China. A Itália também está em primeiro lugar em exportações para a Líbia, seguida pela China, Turquia e Alemanha.
Esta estrutura agora explodiu devido ao que pode ser caracterizado não como uma revolta das massas empobrecidas, tal como as rebeliões no Egito e na Tunísia, mas como umas guerra civil real, em consequência de uma divisão no grupo dominante. Quem quer que seja que tenha feito o primeiro movimento explorou o descontentamento contra o clã Kadafi, que prevalece especialmente entre as populações da Cirenaica e entre jovens nas cidades, num momento em que toda a África do Norte tomou o caminho da rebelião. Ao contrário do Egito e da Tunísia, contudo, o levantamento líbio foi planeado previamente e organizado.
As reações na arena internacional também são simbólicas. Pequim disse estar extremamente preocupada acerca dos desenvolvimentos na Líbia e apelou a "um rápido retorno à estabilidade e normalidade". A razão é clara: o comércio sino-líbio experimentou crescimento forte (cerca de 30 por cento só em 2010), mas agora a China verifica que toda a estrutura das relações econômicas com a Líbia, da qual importa quantidades crescentes de petróleo, foram postas em causa. Moscovo está numa posição semelhante.
O sinal de Washington é diametralmente oposto: o presidente Barack Obama, que quando confrontado com a crise egípcia minimizou a repressão desencadeada por Mubarak e apelou a uma "transição ordenada e pacífica", condenou o governo líbio em termos inequívocos e anunciou que os EUA está a preparar "o conjunto completo de opções que temos disponíveis para responder a esta crise", incluindo "ações que possamos empreender por nós próprios e aquelas que possamos coordenar com os nossos aliados através de instituições multilaterais". A mensagem é claro: há a possibilidade de um intervenção dos EUA/Otan na Líbia, formalmente para interromper o banho de sangue. As razões também são claras: se Kadafi for derrubado, os EUA seriam capazes de fazer ruir toda a estrutura das relações econômicas com a Líbia, abrindo o caminho para multinacionais com base nos EUA, até agora quase totalmente excluídas da exploração das reservas de energia na Líbia. Os Estados Unidos poderiam então controlar a torneira de fontes de energia sobre as quais a Europa depende amplamente e que também abastecem a China.
Trata-se de acontecimentos no grande jogo da divisão dos recursos africanos, pelos quais uma confrontação crescente, especialmente entre a China e os Estados Unidos, está a verificar-se. A potência asiática em ascensão – com a presença na África de cerca de 5 milhões de administradores, técnicos e trabalhadores – constrói indústrias e infraestrutura, em troca de petróleo e outras matérias-primas. Os Estados Unidos, que não podem competir a este nível, podem utilizar a sua influência sobre as forças armadas dos principais países africanos, as quais são treinadas através do Africa Command (Africom), o seu principal instrumento para a penetração do continente. A Otan agora também está a entrar no jogo, pois está prestes a concluir um tratado de parceria militar com a União Africana, a qual inclui 53 países.
A sede da parceria da União Africana com a Otan já está em construção em Adis Abeba: uma estrutura moderna, financiada com 27 milhões de euros da Alemanha, batizada "Edifício paz e segurança".
Por Beto Almeida*
Colônia petroleira
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P.S.: Nos dois artigos acima, os grifos são meus.