O Café com Letras, dando sequência à série de eventos “Papo com Letras” – onde recebe escritores para conversarem e debaterem com os leitores – irá receber no próximo dia 15 de abril, quarta-feira, um visitante paraense, o escritor João Bosco Maia que participou recentemente do FSM, o Fórum Social Mundial.
O autor de Memórias Quase Póstumas de um ex-torturador não mora em Belém e não vive de escrever: é analista previdenciário em Santa Izabel. É também professor de Língua Portuguesa na rede estadual de ensino e atua, eventualmente, como professor convidado na Universidade Estadual do Maranhão. O livro quebrou um jejum de 18 anos sem novos trabalhos de Bosco Maia, que já havia produzido outros romances como estudante do curso de Letras da Universidade Federal do Pará (UFPA). João Bosco tem ainda um quarto romance inédito, inscrito em concurso literário, e está preparando o quinto, cujo título provisório é 666 – O tragicômico percurso.
Sobre o ato de escrever ele diz: "exerço-o em verdade a todo instante a partir do momento em que sento para concretizar aquilo que se encontra em esboço na cabeça. Para ser mais claro, a história me acompanha o dia todo, embora eu tente separar as coisas. À noite e nos finais de semana, meu trabalho é somente desgarregar no "Word" o que insistiu por me acompanhar. Ao escrever uma obra, fico displicente com as outras coisas. É engraçado, mas é um período em que como mal, durmo ruim, pois a história me perturba o sono, fico ranzinza, egóista, pois não quero dividir o computador com a família, e sobretudo solitário. Só retorno à paz, e paradoxalmente triste por isso, quando ponho o ponto final na obra."
No Papo com Letras, os leitores poderão encontrar três de seus livros: Olhai por nós, romance policial escrito em 2006 que levanta questões polêmicas sobre justiça, legalidade, poder, pobreza, religião e preconceitos sociais. As cartas anônimas de Robledo, a história de um jovem policial do DOPS, que sabe desde o início que vai morrer, de faca ou através do gatilho que o próprio autor coloca nas mãos do leitor durante a narrativa. As Memórias Quase Póstumas de um ex-torturador, texto vencedor do Prêmio IAP de Literatura de 2006, concedido pelo Instituto de Artes do Pará, na categoria romance, uma ousada produção que renova os cânones tradicionais da produção estética que, por sua transcendência, exprime as variadas manifestações de crueldade de que é capaz o ser humano.
Longe das grandes livrarias – que, com algumas exceções, mantêm lacunas imperdoáveis em seus catálogos – ele lamenta a quase inexistência de pequenas livrarias. "Tenho observado que, mesmo nos maiores municípios, inexistem livrarias. Livro não é um bom negócio: antes o é um bom boteco e todos os seus derivados.”
Para quebrar esse paradigma, o Café com Letras, há dez anos, promove lançamentos e encontros, oferecendo a oportunidade aos leitores de conhecer o processo de produção literária de cada autor.
Serviço:
Papo com Letras com o escritor paraense João Bosco Maia
Estarão disponíveis as obras:
As cartas anônimas de Robledo, Policromos, 215 p., Pará, 2008, R$ 25,00.
Olhai por nós, GTR, 204 p., Pará, 2006, R$ 25,00.
Memórias quase póstumas de um ex-torturador, IAP, 172 p., Pará, 2006, R$ 25,00.
Local: Café com Letras, SCLS 203 sul bloco C loja 19 – Asa Sul.
Data: 15 de abril, quarta-feira.
Horário: a partir das 20h.
Entrada franca.
Mais Informações:
(61) 3322-4070 / 3322-5070
Informações para a Imprensa:
Juliana Medeiros (61) 9999-8843
julianams.webjornal@gmail.com
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