"Aquele político já ia entrando sorrateiramente no céu, quando São Pedro reparou naquele biogodão de ditador, naquele jaquetão de ditador, naqueles óculos de ditador e naquele livro cheio de marimbondos. Aí São Pedro gritou:- Ei, patife, tá pensando o que? Já pro inferno! O político não teve alternativa. Foi pro inferno. Horas mais tarde São Pedro foi atropelado por uma multidão de diabos pedindo asilo no céu."
Extraída do blog http://alcineacavalcante.blogspot.com/. Recomendo a visita. A briga dessa corajosa jornalista com Sarney está tomando proporções de fenômeno político de primeira grandeza. E pode decidir a eleição.
"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X
sexta-feira, 22 de setembro de 2006
Prestem atenção nisso!
terça-feira, 19 de setembro de 2006
De boa e má reputação
Por Zuenir Ventura em No Mínimo
zuenir@nominimo.ibest.com.br
29.08.2006 Acho que o primeiro a estabelecer a conexão entre o ex-planeta Plutão e o romancista alemão Günter Grass foi Luis Fernando Verissimo: “Taí. Plutão não era planeta e Günter Grass era nazista”, escreveu o cronista. Os dois perderam o que custa a ser construído, uma boa reputação: um ao ser rebaixado da primeira divisão do Sistema Solar e o outro ao confessar que, quanto tinha 17 anos, pertencera às Waffen SS, tropas de elite de Hitler. No primeiro caso, foram precisos 76 anos para se descobrir o engano. No segundo, o Prêmio Nobel demorou 61 para fazer sua confissão.
Em matéria de revelações e de maus antecedentes, porém, nada se compara ao que vem acontecendo nestes últimos tempos na terra dos mensaleiros, vampiros e sanguessugas. Talvez nunca, como agora, se tenha assistido a um desmoronamento tão geral e sistemático de reputações políticas. Por enquanto não se tem certeza do que essa falta de confiança pode causar no ânimo do país. Os efeitos só se farão sentir claramente daqui a um mês, com as eleições. De que forma os eleitores vão reagir a isso, se é que vão? Num originalíssimo livro lançado há pouco, “A reputação”, o jornalista Mario Rosa estuda a fundo a questão da ética na era digital, mostrando como estamos longe daquele mundo em que a propaganda era a alma do negócio. “Propagar” com rapidez, tornar-se conhecido, era a maneira de se levar vantagem sobre a concorrência. Agora, diz o autor, a reputação é que é a alma do negócio. “Um laboratório produz remédios, mas o que a indústria farmacêutica vende mesmo é confiança (...). A rigor, pessoas físicas e jurídicas não vendem produtos ou serviços. Vendem confiança”. “Um médico vende a confiança em seu tratamento”, exemplifica Rosa. “Um engenheiro vende a confiança de que um prédio não vai cair. Um jornalista vende confiança a seus leitores e suas fontes. Políticos vendem confiança. O que todos nós vendemos é confiança.” Não que não fosse assim antes, mas é que a revolução tecnológica mudou nossa relação com o mundo, e aumentou a rapidez com que a comunicação se dá. “A propagação de uma imagem não é mais um diferencial (...). Não basta apenas ser famoso e ter seu nome massificado: é preciso ser respeitado.”
Ser respeitado ou ter “perfil moral”, para usar a expressão empregada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, ao cassar o direito à reeleição de quatro deputados envolvidos com escândalos de corrupção. O responsável pela medida foi o desembargador Roberto Wider, recém-empossado na presidência do TRE. Vendo nos jornais e na TV a indignação da população, como confessou, ele se informou junto à CPI dos sanguessugas e verificou que os candidatos estavam sendo acusados, “e com provas, por seus pares e não por seus inimigos”. Era do que precisava para consagrar o bom e velho princípio da moralidade. Sem uma boa reputação, não se pode representar o povo. Daí o seu recado ao eleitor: “Acredite que as coisas estão mudando. Vote consciente”.
sábado, 16 de setembro de 2006
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Insistindo ( contra) na questão do voto nulo
Continua, pela Internet, a campanha pelo voto nulo. Considero-o um equívoco mas são respeitáveis e compreensíveis as razões dos que insistem nele. Por isso tudo resume-se, de um lado à turma do protesto, do desencanto, da descrença geral, que acusam os políticos ( os existentes e os que tentam chegar a mandatos! ) de ladrões; do outro, uma minoria consciente e o TSE tentando mostrar como o voto é importante e como ele tem relação direta coma vida cotidiana pós eleições.
Essa discussão é em grande medida bloqueada pela personalização da discussão. A turma do voto nulo sustenta que todos os politicos são ladrões e, preconceituosamente, que também os que não têm mandatos mas tentam, obtê-lo, são ladrões também.! Portam-se como Diógenes desiludidos cuja lanterna já gastou a bateria e não acharam ninguém honesto. Daí, desligaram a lanterna e voltam para seus barris.
Acontece que o problema da política NÃO É achar pessoas honestas, embora elas sejam imprescindíveis. Mas sim, empurrar o barco na direção certa. Para isso, há uma saída possível: O voto de legenda orientado.
Exemplo: votar na legenda ( só no nº do partido) dos partidos que não produziram nem deram legenda para nenhum mensaleiro ou sanguessuga. Dentre os que sobram ( uns 4 ou 5) escolher aquele cujas idéias gerais mais se aproximam das nossas e votar no nº deles (dos partidos) nas eleições legislativas. É eficaz, faz diferença e pode ser um poderoso incentivo e prêmio para os partidos que se esforçaram para oferecer nomes limpos para o eleitor e pagam um preço por isso. . É que no Brasil, os dados eleitorais comprovam, o eleitor não premia os partidos que têm esse tipo de preocupação.
Sem partidos não há democracia. Sem punições e recompensas aos partidos nenhum sistema de escolha democrático funcionará e , em última instância, só o eleitor pode premiar ou punir. Citei mensaleiros e sanguessugas só como exemplo, mas pode-se criar e usar qualquer critério visando os partidos e NÃO os candidatos.
O voto majoritário ( no Executivo) é um voto mais unipessoal, mais personalista, em pessoas, mas o voto proporcional no Legislativo é, ou devia ser, o voto em idéias, posturas, comportamentos e atitudes. Quando se pensa assim, descobre-se que decidir como votar bem é menos difícil do que parece. Quem vota assim raramente se arrepende. Fica a sugestão.
Carcará
sábado, 9 de setembro de 2006
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
ISRAEL x LÍBANO, impressões sobre uma guerra absurda
Vendo todas essas notícias que saem sobre essa guerra, fico pensando como este país é ingênuo, mal informado. Por mais tecnologia, por mais avanços, ainda é extremamente fácil para determinados grupos controlarem a opinião pública, manipularem idéias.
Para começo de conversa, não há uma "guerra entre Israel e Líbano". O Hezbolah é um grupo radical de palestinos que não existe só no Líbano mas em outros países próximos à fronteira do Líbano também e Israel está bombardeando o país inteiro formado por vários outros grupos (políticos/religiosos) e pessoas comuns que nada têm a ver com isso.
O povo árabe de uma maneira geral, por uma questão religiosa, não ataca civis deliberadamente como Israel está fazendo. Um árabe "não levanta sua espada se o inimigo não o fizer primeiro" (e não me venham c/o argumento hipócrita dos homens-bomba, é preciso muita coragem e desespero p/se chegar a isso). É só fazermos uma conta matemática simples: de um lado, já morreram alguns SOLDADOS israelenses. Do outro, morrem milhares de civis, crianças, mulheres, idosos libaneses TODOS OS DIAS. Eles estão bombardeando bairros, áreas residenciais, escolas. Quantas famílias libanesas vc conhece (ou viu na TV) que já perderam seus entes queridos nesta guerra? E quantas famílias judias vc já viu na mesma situação? Não há! O Hezbolah só ataca o exército de Israel... pena que compramos o tempo todo o discurso sionista vendido pela mídia.
E tem outra coisa: os israelenses não têm coragem de atacar o Líbano por terra, mesmo c/tanques moderníssimos, porq eles perdem feio na briga c/os homens do líbano q enfrentam seus tanques de peito aberto (nos poucos ataques que tentaram, tiveram que sair correndo). Só mesmo ataques aéreos q caracterizam ainda mais o genocídio q está acontecendo lá, poderia produzir o resultado esperado por eles. Sem contar que destruiram um dos países mais lindos do mundo.
Por causa do Holocausto na 2ª Guerra, o povo judeu se acha no direito de matar, talvez como uma forma de vingança, uma mágoa que eles têm do resto do mundo. Sempre acusando as pessoas de anti-semitismo porque seu povo é intocável. Mas não têm coragem p/uma guerra limpa e ainda estão sendo financiados pelos americanos. O muro por si só já é um elemento vergonhoso p/sua história, os judeus foram segregados e agora segregam outras culturas. No momento, o q eles estão fazendo é tentar dizimar um povo do planeta apenas porq são diferentes deles. Isto, em qualquer outro lugar do mundo seria XENOFOBIA!
domingo, 3 de setembro de 2006
Para quando soubermos liberar nossas asas...
EXTRAÍDO DA BIOGRAFIA DE SIR RICHARD FRANCIS BURTON
Obs: homenagem ao amigo Sérgio que alçará vôo rumo à vida que o espera com as portas escancaradas da felicidade.
Sir Richard Francis Burton
Sir Richard Burton é uma lenda. Não o ator que é Richard Burton mas não é Sir. Falo do explorador, tradutor e diplomata britânico nascido em 1821, co-descobridor das nascentes do Nilo, tradutor das Mil e Uma Noites e dos Lusíadas para o inglês, o infiel que viajou disfarçado para Meca na época em que isso signifcava morte caso fosse descoberto.
Esse cara é o verdadeiro aventureiro. Ele explorou o mundo na época em que muito ainda havia para ser explorado. Após viver na Índia por 7 anos, resolveu fazer a peregrinação sagrada dos mulçumanos para Meca. Caso fosse descoberto, como um infiel europeu, seria imediatamente executado. Ele passou pela circuncisão, estudou o árabe para falar sem sotaque e todos os intrincados detalhes do ritual para ter chances de sobreviver. E ele foi e voltou.
Depois foi explorar a África, indo por lugares desconhecidos ou proibidos para os europeus. Por lá explorou os lagos da África central na expedição que acabou por descobrir as míticas nascentes do Nilo, no Lago Victoria. Além disso ele falava vinte e nove línguas e dialetos!
Sir Richard traduziu o Kama Sutra para o inglês. Também traduziu as Mil e Uma Noites, o que foi importante porque o ocidente só conhecia a tradução do francês Antoine Galland, que além de incluir histórias e passagens que não estavam no livro (como a de Ali Babá), ainda "moralizou" a obra, retirando sexo, palavrões e outras coisas. Até hoje a maioria das traduções para o português das Mil e Uma Noites são na verdade traduções da versão "açucarada" de Galland, considerada mais "adequada". Sir Richard traduziu sem realizar censura ou incluir passagens. Aliás, ele era bastante liberal.
Enquanto viajava tomava notas dos costumes dos povos, inclusive sexuais. Ele estava pouco ligando pra moralidade vitoriana que imperava, e tinha um certo desprezo por autoridade.
Quebrou diversos tabus. Foi expulso de Oxford na juventude. Bebia e usava drogas. Participou de batalhas e matou homens em guerras. Depois ele traduziu os Lusíadas (morou no Brasil, em Santos, uma época) e mais um grande número de obras. Era um prolífico escritor.
Sobreviveu à ferimentos espetaculares, como um lança atravessada em seu rosto. E ainda dava respostas espertinhas, como quando um médico perguntou: "Como o senhor se sente quando mata um homem?" e ele respondeu "Bastante bem. E você, doutor?"
Enfim, o sujeito correu o mundo e era altamente inteligente. Aventureiro, explorador, letrado, com grande interesse em história natural e antropologia. Anotou abundantemente as coisas. Imagina como ficou o livro de memórias deste cara.
Felizmente ele escreveu este livro antes de morrer de infarte aos setenta anos (morreu de velho depois de correr os maiores perigos do mundo). Infelizmente nunca o leremos. Sua esposa teve a coragem de o queimar assim que ele morreu, pois estava cheio de passagens consideradas "imorais". Dá pra acreditar? Esse é um dos top 10 livros que nunca leremos, mas que eu queria muito ter lido...