"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES

Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para Professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.

Tema: 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - RJ


'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL. Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição! É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona? Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade' . A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da Unesco.

3 comentários:

Unknown disse...

Obrigado por informar disto que ainda não soubera e acender a chama da ética coletiva entre os jovens brasileiros por suas publicações aqui!

Anônimo disse...

Quinta-feira, Setembro 18, 2008
REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES


O que devo falar sobre esta redação! Que ela é boa? ótima, regular? Não!!!!!!!!!!
Um País não deve ser julgado pelos seus governantes. Nunca! Falamos da nossa Pátria e não de um sujeito qualquer.
Pátria é para se amar, defender, cuidar da sua natureza num todo. Não é para ser difamada. Você nasce num berço e depois escarra nele de tal maneira, sem premeditar o futuro? Não somos obrigados a estudar todos os idiomas, nem tão pouco a agir tal como agem os governantes. E sabem por que?
Donato Ramos, meu amigo escritor, escreveu em dos seus poemas:
"Livro não muda o mundo. Quem muda o mundo são as pessoas.
Livro só muda as pessoas".
Assim eu me refiro a nossa Pátria.
Como podemos chamar a Ela de Madrasta se é o chão que pisamos. Se temos um verde que aos poucos, outros paises vão se apossando e devagar tomando conta do que é nosso? Isso é a que devo chamar de educação? Não!. Educação não é isso. Eu vou encerrar, pois não vale a pena decorar um palco sem público. Sou patriota!
Isso no meu conceito não vale nem um zero. E uma faculdade que se dá o respeito, deveria pensar antes de permitir que um aluno chegasse a esse extremo. Isso é um lixo!
"Já não se faz cidadão como antigamente, nem formandos Patriotas"

Escritora que ama sua Pátria.

Juliana Medeiros disse...

O comentário, a meu ver, seria melhor aproveitado se vc pudesse sair do anonimato. Se mantendo desta forma, ele se perde no vazio dos que não têm convicção e por isso mesmo precisam de máscaras ou subterfúgios para dizer o que pensam... Abração!

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