Mas a via militar não está resolvendo mais nenhum conflito regional no mundo. No atual confronto, o exército de Israel promoveu intensos bombardeios e invadiu com milhares de soldados a faixa de Gaza para responder os ataques do grupo fundamentalista islâmico Hamas que, apesar de vencedor de uma eleição democrática na Palestina, insiste em lançar mísseis contra Israel e teima em não aceitar a existência legal do Estado israelense. Em pouco mais de uma semana, esses bombardeios provocaram a morte de mais de 600 pessoas e ferimentos em cerca de 2.500, em sua maioria civis, entre eles idosos e crianças, colocando as populações sob o tacão do terror e da dor, situação que só faz aumentar a espiral de violência, ressentimento e ódio em ambos os lados da fronteira. Não se pode deixar de mencionar o oportunismo de certos blocos políticos israelenses que pretendem obter vantagens eleitorais no próximo pleito parlamentar de fevereiro e que, inclusive, pretendem ampliar o próprio território, como já vêm fazendo com a implantação de assentamentos e a construção de um muro ao longo de toda uma linha imaginária, o que já foi condenado pela Suprema Corte de Israel.
O PPS clama pelo fim dos bombardeios com um cessar fogo imediato, a retirada das tropas israelitas que invadiram a faixa de Gaza, e conclama as forças do “campo da paz” palestinas, árabes e israelenses a retomar o diálogo e as negociações, com o auxílio de iniciativas internacionais as mais amplas possíveis, por uma paz justa e duradoura para os povos da região. Urge substituir a política da força pela força da política.
Além das razões humanísticas, impõe-se o fim do atual conflito pois ele leva ao fortalecimento de grupos fundamentalistas em todo o Oriente Médio, ao isolamento do Estado de Israel e da Autoridade Palestina, além de aprofundar as tensões e o fosso entre os dois povos irmãos, sobretudo afetando uma população civil democrática existente de ambos os lados que, há 60 anos, luta pela paz.
O PPS sempre defendeu e reitera que a solução para essa delicada questão encravada no Oriente Médio é a de "DOIS ESTADOS PARA DOIS POVOS", conforme a determinação da ONU, de 1947, que contou com o apoio do Brasil, tendo Jerusalém como capital única. Esta solução exige o reconhecimento do Estado de Israel na configuração anterior à Guerra dos Seis Dias de 1967 por todos os países, e a criação do Estado Palestino como previsto pela resolução da ONU e dentro do espírito dos Acordos de Genebra ou de iniciativa mais recente de paz proposta pela Arábia Saudita.
Brasília, 8 de janeiro de 2009
Roberto Freire
Presidente nacional do PPS
Um comentário:
Só um comentário sobre o texto do Roberto: imaginemos que os americanos decidam que o governo brasileiro não está dando conta de preservar a Amazônia e decida invai-la pelo bem da terra (comico ne?). Entao as forças armadas brasileiras lutam bravamente mas perdem a batalha, claro, pois possuem menor poder bélico. Surge entao um "Movimento de Libertação da Amazonia" que usa taticas de guerrilha para chamar a atenção do mundo sobre esta colonização forçada. Respondam: quem são os terroristas? Quem a mídia mundial apoiaria? Como diz Bin Laden, esta é a política branca-cristã-ocidental-capitalista onde o leão persegue o escravo pelo coliseu e a platéia de circo apalude com seus pedaços de pão de ontem nas mãos....
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