"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Para um Ano realmente Novo
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Uma frase para 2011
"Descobre, desvenda. Há sempre mais por trás. Que não te baste nunca uma aparência do real."
Caio Fernando Abreu
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Para os ecochatos
Lei prevê multa para quem não separar lixo doméstico
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Professor, posso falar?
(…) quando homens emitem “opiniões” sobre o feminismo, elas não costumam vir embasadas em bibliografia ou sequer em escuta da experiência das mulheres narrada por elas próprias. Arma-se alguma capenga simetria entre machismo e feminismo, decreta-se que “as” feministas são isso ou aquilo e encerra-se o assunto sob viseiras, em geral acompanhado de algum choramingo contra “elas”, que são “radicais” ou “patrulheiras” (confesso que “barraqueira” eu ouvi pela primeira vez esta semana), sem que nenhum esforço tenha sido despendido na escuta do outro, neste caso na escuta da outra. Note-se, por favor (já que malentendido, teu nome é Internet), que não me refiro a uma opinião sobre tal ou qual leitura feminista de tal ou qual texto de Clarice Lispector, mas às emissões de “opinião” sobre o que “é” o feminismo. Essas, invariavelmente, são um desastre.
Essa prática sempre me pareceu espantosa, porque ninguém, nem mesmo um daqueles jornalistas mais caras-de-pau de MOSCOU, se arriscaria a ter “opinião” sobre, digamos, fenomenologia ou hermenêutica sem antes equipar-se minimamente para tanto. Todavia, sobre o feminismo, uma constelação de pensamentos, escritas e práticas políticas das mulheres não menos complexa, multifacetada, ampla e profunda que aquelas duas escolas, e sem dúvida mais influente que ambas, os homens, em geral, e com visível desconforto e pressa, acham que podem ter “opinião”, passar juízo, assim, sem mais nem menos, sem sequer dar um checada nas estatísticas de violência doméstica, estupro ou diferença salarial entre homens e mulheres ou ouvir uma feminista. Não falemos de ler alguma coisa de bibliografia, uma Beauvoir ou Muraro básica que seja. Acreditam sincera e piamente que essa sua atitude não tem nada a ver com o machismo.
Quando esses homens são confrontados por uma feminista, seja em sua ignorância, seja em sua cumplicidade com uma ordem de coisas opressora para as mulheres, armam um chororô de mastodônticas proporções, pobres coitados, tão patrulhados que são. Todos aqueles olhos roxos, discriminações, assédios sexuais, assassinatos, estupros, incluindo-se estupros “corretivos” de lésbicas (via Vange), objetificações para o prazer único do outro, estereotipia na mídia, jornadas duplas de trabalho, espancamentos domésticos? Que nada! Sofrimento mesmo é o de macho “patrulhado” ou “linchado” por feministas! A coisa chega a ser cômica, de tão constrangedora.
Desfila-se todo o rosário dos melhores momentos do sexista: como posso ser machista se tenho mãe, mulher e filha, como posso ser machista se quem passa minhas roupas é uma mulher, como posso ser machista se de vez em quando ‘divido’ o serviço doméstico com ela, como podem considerar o feminismo um elogio se o machismo é um insulto, por que as feministas ficam nos dividindo, por que as feministas ficam sendo radicais demais e a longa lista de etecéteras bem conhecida das mulheres que têm um histórico de discussão do tema. Os caras sequer são capazes de renovar os emblemas frasais de sua ignorância.
Foi o caso, nestes últimos dias, de alguns dos blogueiros autoidentificados, a partir de um encontro recente em São Paulo, como “progressistas” (não está muito claro de onde vem nem para onde vai esse “progresso” nem em que consiste o “progredir”, mas é evidente que sou ferrenho defensor da primazia da autoidentificação: que cada um se chame como gosta, contanto que me incluam fora desta; este é um blog de esquerda). O progressismo blogueiro é visivelmente masculinista, e que ele reaja com tão ruidosa choradeira ao mero aflorar de uma crítica feminista é só mais uma óbvia confirmação do fato.
Uma das características do masculinismo progressista é sua tremenda dificuldade em entender a lição de Ana que, escrita num contexto de discussão do racismo, também se aplica aqui: não é sobre você que devemos falar. Não é sobre seu umbiguismo, não é sobre seu desconforto, não é sobre a sua necessidade de que as feministas sejam dóceis (ou não “divisionistas”) o suficiente para que possam carimbar e avalizar o seu tranquilizador atestado de boa consciência. Pra isso o Biscoito Fino e a Massa recomenda outra coisa: psicanálise freudiana. No Brasil de Lula e Dilma, já não é coisa tão cara, pelo menos para a maioria dos que leem esta bodega.
Ninguém é obrigado a ser inteligente o tempo todo, mas quando se trata de aprender a escutar, humildade e decência costumam ser as duas qualidades mais importantes da trinca.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Blog do João Villaverde: O aborto, em uma frase
"Quem aqui não teve uma namoradinha que precisou abortar? Meus amigos, vamos encarar a vida como ela é." Sergio Cabral, governador do Rio de Janeiro, ontem, durante evento com empresários.
Update 2:
Só para constar (porque recebi e-mails sobre o assunto): eu sou A FAVOR da legalização do aborto, porque defendo que as mulheres não devem ser criminalizadas por isso e porque acredito que o aborto deve ser enquadrado como política pública. Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Como se informa(?) o cidadão brasileiro
A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República realizou pesquisa sobre os hábitos de informação dos brasileiros, ouvindo 12 mil pessoas em todas as Unidades da Federação, por meio de entrevistas pessoais, domiciliares. As entrevistas foram feitas no mês de março e divulgadas na semana passada.
Destacamos alguns achados da sondagem feita pela Secom:
Jornal aos domingos – 46,1% dos entrevistados leem jornal. Entre essas pessoas, 24,7% têm o hábito de ler jornal todos os dias e 30,4%, o fazem apenas um dia na semana (42,3% deles aos domingos e 30,6% às segundas);
Revistas – 34,9% leem revistas (esse índice varia entre 39,4% no Sudeste e 29,4% na região Norte);
A rainha do lar, a TV – 96,6% veem TV.
Desses, 83,5% assistem a canais de TV aberta. Entre esses telespectadores, 37% assistem à TV por um período de 2 a 4 horas diárias. Para 64,6% desses brasileiros telespectadores, o telejornal é o programa mais importante da TV, para 16,4%, são as novelas. Entre esses brasileiros, 65,8% preferem a TV Globo e 13%, a Record.
Entre as pessoas que assistem à TV, 56,4% costumam ver o Jornal Nacional e 7,4%, o Jornal da Record.
Entre os espectadores do Jornal Nacional, 27,4% dizem escolher o telejornal porque a emissora é confiável e 23,3% porque identificam-se com a notícia. Entre os que assistem ao Jornal da Record, 26,6% identificam-se com a notícia e 26,5% afirmam que a emissora é confiável. Uma característica importante de diferenciação entre os jornais (embora não possa se desconsiderar o tamanho distinto do universo desses espectadores) é a avaliação da linguagem do telejornal. Para 18,7% das pessoas que assistem ao Jornal Nacional, o telejornal tem linguagem simples. Entre os espectadores do Jornal da Record, esse índice sobe para 23,3%.
Música em qualquer lugar, o rádio – Dos brasileiros ouvidos para a pesquisa, 80,3% ouvem rádio. Desses, 35,9% o fazem todos os dias. As pessoas buscam o rádio principalmente para ouvir música (68,9% dos que ouvem rádio) e, num segundo lugar distante, para ouvir noticiários (17,6%). Fenômeno recente, mas fiel ao espírito móvel do rádio, 17,6% das pessoas que ouvem rádio o fazem por seus aparelhos de telefonia celular.
A rede mundial – Dos brasileiros ouvidos para a pesquisa da Secom, 46,1% acessam a internet. Embora o acesso à rede venha se democratizando, há ainda concentrações importantes, tanto entre os jovens até 25 anos quanto entre as pessoas de maior renda. Entre os brasileiros com renda acima de 10 salários mínimos, o índice de acesso salta para 79,9%.
A internet é utilizada principalmente para lazer (uso principal para 46,3% dos internautas) e, depois, para informação (24,8% dos usuários). Entre os internautas, 47,7% usam a rede para ler jornais e blogs. Os sites mais acessados são o Google (71,6% das menções), Orkut (65,4%) e o serviço de mensagens MSN (64,7%).
Credibilidade – A credibilidade dos meios de comunicação não é grande. Do total de entrevistados, 72,1% acreditam muito pouco nos meios de comunicação, e outros 7,9% não acreditam. Afirmaram acreditar muito nestes meios 18,8%.
Para 57,3% dos entrevistados, as notícias veiculadas pela mídia são tendenciosas. Esse índice varia de 49,3% entre os cidadãos do Nordeste e 64,1% no Centro-Oeste.
Notícias mais interessantes – As notícias consideradas mais interessantes pela população brasileira referem-se aos assuntos sociais (54,3%). Elevado percentual também foi encontrado (52,1%) na manifestação de interesse em notícias sobre programas e benefícios do Governo Federal à população. Notícias sobre economia constituem foco de interesse de 47,8% dos entrevistados, enquanto os assuntos políticos despertam interesse de apenas 32,5%.
Nível de informação – Parcela expressiva da população brasileira se considera pouco informada (48,3%). Apenas 6,4% disseram que se consideram muito informados, enquanto que 44,8% se consideram pessoas informadas.
Recebendo informações e trocando opiniões – As lideranças comunitárias constituem fontes de informação sobre o que está ocorrendo para 15% dos entrevistados. Destes, 49,6% não acreditam que as informações obtidas junto a essas lideranças sejam mais esclarecedoras que aquelas obtidas junto aos meios de comunicação, enquanto 45,6% confiam mais nas informações fornecidas pelas lideranças.
Para 66,3% das pessoas, a TV é o meio mais importante para se buscar informação.
62,9% admitiram que, algumas vezes, mudam seus pontos de vista a partir de informações transmitidas pelos meios de comunicação. Por outro lado, 26,5% nunca mudam seus pontos de vista em função das informações transmitidas pelos meios de comunicação.
Notícias do governo – Entre os entrevistados pela pesquisa, os que veem TV ou leem jornal são os que mais acompanham as notícias sobre o governo federal. Entre os que veem TV, 60,8% acompanham tais notícias e entre os leitores de jornal, esse índice é de 60,3%. O percentual de acompanhamento de notícias sobre o Governo Federal é relativamente menor na Internet: apenas 23,5% dos internautas admitiram acompanhar notícias sobre o Governo Federal na rede. O percentual de pessoas que acessam sites do Governo regularmente para buscar informações corresponde a 6,0%. Eventualmente, 14,3% dos internautas admitiram acessar sites do governo para obter informações, totalizando 20,3% que acessam sites do governo.
domingo, 5 de dezembro de 2010
Jornalismo 1 x 0 Gilmar Mendes
“As informações divulgadas são verídicas, de notório interesse público e escritas com estrito animus narrandi. A matéria publicada apenas suscita o debate sob o enfoque da ética, em relação à situação narrada pelo jornalista. Não restou configurado o dolo ou culpa, condição sine qua non para autorizar a condenação no pagamento de indenização. A população tem o direito de ser informada de forma completa e correta, motivo pelo qual esse direito deve sobrepor-se às garantias individuais, sob determinadas circunstâncias, como são as objeto de análise.”
sábado, 4 de dezembro de 2010
Lula reconhece Estado palestino
Em São Paulo
Sobre Geisy e as mulheres
Li um texto no blog da Marjorie que considero um excelente resumo da hipocrisia reinante, em nossa sociedade, construída por valores referenciados pela TV aberta. Daí que, no mesmo lugar, encontrei uma dica bacana (nos comentários) de uma charge do falecido cartunista Glauco, que descreve exatamente o que está no texto.
Não é à toa que sempre fui fã de cartunistas. Resumir em poucos traços o que nós fazemos força pra descrever em palavras é mesmo uma arte.
Então, quem ficar com preguiça pra ler o texto (ainda assim recomendo muito, confiem, é diferente de tudo que já leram sobre o assunto), o cartum abaixo fala por si. Aliás, infelizmente, fala por nós.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Geração XY
Para quem nasceu no final dos anos 70 início dos anos 80, como eu, o enquadramento nesses padrões de gerações fica um tanto prejudicado. Nos influenciamos por grupos sociais da época, como os punks e até por ídolos como Martin Luther King e Che Guevara, mas já no finalzinho dessa época, posto que éramos crianças ainda (bem que eu gostaria de ter ido ao Woodstock!). Meus pais foram Baby Boomers e, cariocas, passaram sua juventude freqüentando o Pier de Ipanema, ouvindo Novos Baianos e indo às passeatas da UNE.
Já eu, nunca me senti pertencente a grupo algum, gostava de misturar tendências, de experimentar coisas novas e de ser tudo ao mesmo tempo, skatista, surfista, hippie, ou nada. Pelo vídeo abaixo, meu comportamento se encaixaria na Geração Y. Essa aliás, é a característica mais bacana da atual geração, liberdade de ser o que quiser, sem rótulos ou padrões. Infelizmente, é também a geração mais consumista e isso, infelizmente, os coloca na contramão do sonho das gerações anteriores.
Sempre me senti pertencente à um mundo que precisava ser melhor e ainda me sinto assim. Como alguém que participa de um processo, parte de um história que pode beneficiar a todos (se fizermos as escolhas certas, claro). E isso me coloca de volta na Geração X, a que ousou sonhar e onde alguns de fato deram suas vidas por esse sonho. Ter me filiado à um partido socialista, quando quase todos os meus amigos só pensavam na próxima festa, é um exemplo. Mas, felizmente, eu não era a única.
E nesse caso, imagino que minha geração, os que se encontram hoje na faixa dos 30 anos, possam ser classificados como "Geração XY", ou seja, exatamente no meio da transição entre uma e outra.
Se a inquietação da Y é influenciada pelo raciocínio não-linear da internet, a X tem o componente da utopia, do sonho, que nos torna novamente humanos, porque sonhar não custa nada e pode sim, transformar o mundo. A Geração XY é a que hoje abre espaço para a Y e as que virão, espero que saibamos fazer isso direito.
O vídeo abaixo, foi produzido pela Box1824:
Aumentam as denúncias de violações de direitos na Vila Cruzeiro