"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Movimento Limpa Brasil acontece em Brasília em agosto


Acabo de entrevistar, para a Rádio Cultura FM, a diretora executiva da Atitude Brasil, jornalista Marta Rocha, formada em Comunicação Social na Itália (onde morou por 8 anos) organizadora do Movimento Limpa Brasil! Let´s do it!. Ela também é idealizadora do Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade

O Movimento Limpa Brasil Let´s do it! acontece em Brasília em agosto e é o maior movimento de mobilização social do mundo, onde se pretende conscientizar a população em relação ao descarte de resíduos em sete das maiores cidades do Brasil.

Marta Rocha explicou, dentre outras coisas, que no mundo todo a campanha ficou concentrada nas capitais, mas o Brasil topou fazer em sete cidades. Em parte porque - e aí vem a notícia ruim - aqui a campanha recebeu uma "adaptação" em razão do fato de que a cultura de não se jogar lixo na rua, já é uma realidade em grande parte dos países, mas no Brasil, não. A campanha pretende, portanto, desenvolver aqui ações educativas por, no mínimo, dez anos no intuito de conscientizar a população e provocar uma mudança cultural no tocante ao tratamento dado aos resíduos que produzimos todos os dias.

A capital federal será a segunda cidade do país a receber o movimento Limpa Brasil Let´s do it!.

No dia 21 de agosto (marquem em suas agendas), milhares de voluntários sairão às ruas para retirar resíduos sólidos descartados irregularmente nas vias públicas. A ação já aconteceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de junho, recolhendo mais de 17 toneladas de lixo reciclável.

O movimento visa despertar a sociedade brasileira para os problemas relacionados ao descarte indevido do lixo. Atualmente matérias-primas que poderiam ser reaproveitadas são desperdiçadas no espaço público devido à falta de informação da população. A campanha incentivará a mudança de atitude das pessoas em relação aos resíduos sólidos para estimular a preservação do meio ambiente, conscientizando a respeito da gravidade do costume de jogar o lixo fora do lixo. O projeto foi trazido ao País em parceria com a UNESCO e já aconteceu em 20 países. 

Então agende-se!
Dia 21 de agosto, das 8h às 15h, Brasília contará com 30 pontos de entrega, que foram definidos junto ao SLU - Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, onde deverão ser entregues os resíduos recolhidos pelos voluntários durante a ação.


Principal líder militar rebelde líbio é morto por seus pares

A morte do chefe militar é um duro golpe para a OTAN que vem apoiando os rebeldes em Benghazi


O chefe das forças armadas dos rebeldes da Líbia e dois de seus assessores foram mortos nesta quinta-feira, informação confirmada pelo chefe da liderança rebelde.
A morte de Abdel Fattah Younes – que pode significar o fim da guerra na Líbia ou seu recrudescimento – foi anunciada numa conferência de imprensa na capital rebelde, Benghazi, pelo chefe do “Conselho Nacional de Transição”, Mustafa Abdul Jalil. Ele disse aos jornalistas que a própria segurança dos rebeldes havia prendido o chefe do grupo e provavelmente estava por trás do assassinato.
Segundo Jalil, a segurança rebelde prendeu Younes e dois de seus assessores na quinta-feira, em sua sala de operações, localizada próxima à frente dos rebeldes do leste. Autoridades de segurança disseram que Younes seria questionado sobre as suspeitas de que sua família ainda tinha laços com o regime de Muammar Gaddafi. Younes foi ministro do Interior de Gaddafi, antes de desertar para os rebeldes no início do levante, que começou em fevereiro.
Jalil disse que Younes havia sido convocado para um interrogatório sobre "uma questão militar". Ele afirmou que Younes e seus dois assessores, um coronel e um major, foram baleados antes que chegassem para o interrogatório.
A morte de Abdel Fattah Younes é um duro golpe para a OTAN que vem apoiando os rebeldes que atuam em Benghazi e aterrorizam a cidade há quatro meses. Younes tornou-se chefe militar da rebelião com o apoio de estrangeiros ligados à Al-Qaeda e militares da OTAN. Após a notícia de sua morte, a população que não apóia a movimentação rebelde, saiu às ruas e retomou o controle do aeroporto local e algumas bases militares.
Os rebeldes vêm recebendo apoio dos EUA, Grã-Bretanha, França e outros membros da OTAN e nos últimos dias haviam recebido o reconhecimento como liderança legitima da Líbia pelo governo britânico. A mídia ocidental vem procurando minimizar o apoio da Al-Qaeda ao grupo de oposição.
Há ainda relatos de que um grupo dissidente dos rebeldes avançou sobre membros do “Conselho Nacional de Transição” exigindo nova liderança civil. Outro grupo exige a devolução do corpo de Abdel Fattah e seus assessores. O grupo responsável pelas mortes se recusa a entregar os corpos para suas tribos de origem e afirmam ter enterrado os corpos sem cerimônias, em retaliação aos quatro meses de ocupação que obrigaram grande parte da população a fugir pela fronteira com o Egito, deixando suas casas para serem saqueadas pelos grupos rebeldes.
As mulheres que escolheram ficar relatam que foram forçadas a se vestirem com o véu completo, quando antes tinham a liberdade de escolher se o usariam ou não. Cidadãos estão confinados em suas casas e temem ser punidos, com tortura ou morte, se forem pegos com qualquer objeto que identifique apoio a Muammar Gaddafi, como o menino que foi empalado com a bandeira verde, símbolo do apoio ao governo líbio. Alguns vídeos contêm tantas atrocidades postadas com “orgulho” pelos próprios rebeldes, que são constantemente retiradas pelo Youtube.
O governo líbio, através de seu porta-voz Musa Ibrahim, vem afirmando que seu exército apenas atua na tentativa de “proteger cidadãos e famílias nas cidades ocupadas”, para que não haja abusos, mas que ordenou que “evitem conflitos diretos dentro das cidades”. Um vídeo mostra tropas do exercito líbio correndo na direção contrária ante o avanço dos rebeldes que parecem em sua maioria, desarmados nesse momento. Nenhum dos lados atira, é clara a intenção dos soldados em apenas recuar estrategicamente.
O líder rebelde Mustafa Abdul Jalil se referiu a Younes como “um dos heróis da revolução de 17 de fevereiro", data de início dos protestos contra o regime de Gaddafi.
Ele afirmou que Gaddafi vem procurando quebrar a unidade das forças rebeldes, mas fez uma advertência dura acerca de "grupos armados" que estavam atuando em cidades controladas pelos rebeldes, dizendo que eles “precisavam se juntar à luta contra Gaddafi, ou corriam o risco de serem presos pelas forças de segurança”.
Houve relatos de tiros fora do Hotel Tibesti, onde a conferência de imprensa foi realizada, logo após as declarações de Jalil. O líder rebelde não respondeu a nenhuma pergunta.
Uma hora depois, pelo menos três fortes explosões sacudiram o centro da capital Trípoli. Duas explosões foram ouvidas por volta das 10h20min da noite, hora local, seguida por outra explosão alguns minutos depois. A televisão líbia relatou que aviões estavam sobrevoando a cidade. Trípoli tem sido alvo de numerosos ataques aéreos da OTAN mesmo não tendo registros de conflitos rebeldes.
Enquanto isso, combatentes da oposição nas montanhas ocidentais lançaram ataques em várias cidades controladas pelo governo, na esperança de empurrar as tropas legalistas e abrir uma rota para a fronteira. Em especial a fronteira para o Egito, que está fechada há alguns dias.
Os ataques começaram por volta do amanhecer com rebeldes ao redor das cidades de Nalut e Jadu em uma tentativa de expulsar as forças leais ao líder Muammar Gaddafi do sopé da montanha Nafusa. Por volta do meio-dia local, os rebeldes haviam tomado e perdido, logo em seguida, a cidade de al-Jawsh.
No último domingo, a rede Globo de televisão – cuja cobertura na Líbia tem se limitado a reproduzir as agências internacionais – mostrou imagens que um líbio radicado no Brasil, vivendo na cidade de Goiânia, fez em visita à Benghazi. Ele afirmou que esteve na cidade visitando familiares e acabou testemunhando o “momento exato em que os conflitos começaram”.
No entanto, apesar da narração em off que procura descrever os “horrores da guerra na Líbia”, nenhuma das imagens mostra de fato qualquer ataque direto das tropas de Gaddafi contra os rebeldes. Não há imagens, pelo menos nessas que foram mostradas no programa “Fantástico”, de soldados líbios atacando, atirando ou batendo em cidadãos. Em sua maioria, aparecem homens correndo, gritando e atirando para cima com pesadas armas instaladas em caminhonetes como se pode ver nas imagens da própria reportagem.
A narração das imagens é tendenciosa, como sempre fizeram com a questão Palestina, com a guerra no Afeganistão, com a invasão do Iraque e suas “armas de destruição em massa” que jamais existiram. Observem a cena em que a repórter narra que um “soldado líbio obriga um rebelde a gritar o nome de Gaddafi e depois ouvem-se tiros”. Onde está o soldado, ele é o que segura a câmera?
As cenas podem realmente ser de conflitos diretos entre rebeldes e tropas de Gaddafi (ainda que os soldados líbios não apareçam em nenhum momento, exceto quando filmados caminhando nas ruas de Misrata), mas também podem ser de conflitos entre as próprias tribos rebeldes, ou entre rebeldes e cidadãos que são contra as atrocidades que vem ocorrendo em Benghazi.
O cidadão líbio que cedeu as imagens afirmou que o “povo líbio vive na pobreza”, o mesmo povo líbio que possui a maior renda per capita de todo o continente africano, dados confirmados por organizações internacionais, inclusive a ONU. Os motivos podem ser legítimos, mas com certeza não são esses.
Vai ficando cada vez mais claro o erro da mídia ocidental e dos países que escolheram um dos lados dessa guerra. A história humana vem mostrando que isso sempre dá errado.
Relatório recente da Anistia Internacional afirmou não ter encontrado evidências das acusações que constam no Tribunal Penal Internacional contra a Líbia e Muammar Gaddafi. Pior, a mesma Anistia Internacional afirmou que encontrou evidencias de que os rebeldes em Benghazi estavam matando seus compatriotas quando estes não aderiam à guerra. Famílias denunciaram os abusos aos repórteres estrangeiros hospedados nos luxuosos hotéis oferecidos à imprensa para a cobertura da guerra na Líbia, mas sobre isso, a mídia se calou.
O jornalismo e os jornalistas acreditam que não têm culpa alguma nisso tudo, mas é bom começarem a assumir sua cota de responsabilidade agora que muitas cortinas estão se levantando.
Com informações da Al JazeeraRussiaTodayMathaba e agências

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Rússia deplora apoio do Ocidente aos rebeldes líbios



Moscou - O chanceler russo, Serguei Lavrov, criticou a postura dos Estados Unidos e de outros países do Ocidente em relação ao reconhecimento do Conselho Nacional de Transição (CNT) de rebeldes líbios. A Rússia reconhece o conselho como interlocutor nas negociações, mas não como representante legítimo do povo líbio, esclareceu Lavrov durante uma coletiva de imprensa.
O chefe da diplomacia russa pronunciou-se à raiz da recente reunião do grupo de contato internacional sobre a Líbia, no que a União Européia e Estados Unidos expressaram um tácito respaldo aos líderes rebeldes.
"Trata-se de reconhecer o CNT como único representante legítimo do povo líbio, não compartilhamos essa postura", destacou o chanceler de forma enfática.
Lavrov considerou que com tais posições, os países estão tomando parte no conflito com o isolamento de uma das forças implicadas, neste caso o líder Muammar Kadafi.
Lavrov sugeriu outorgar uma liderança à União Africana nas conversas com vistas à conformação de um executivo de transição com o diálogo multilateral entre as forças políticas no país.
Moscou, cujo governo se absteve na resolução do Conselho de Segurança que deu luz verde à agressão em 19 de março passado, tem criticado a missão militar da OTAN contra a Líbia ao amparo da ONU e ao grupo de mediadores internacionais.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ratificou o reconhecimento dos Estados Unidos ao conselho rebelde.
Fonte: Prensa Latina

terça-feira, 19 de julho de 2011

Rússia condena apoio do Ocidente aos rebeldes líbios

Prensa Latina


Moscou – O chanceler russo, Serguei Lavrov, criticou a postura dos Estados Unidos e de outros países do Ocidente em relação ao reconhecimento do Conselho Nacional de Transição (CNT) de rebeldes líbios. A Rússia reconhece o conselho como interlocutor nas negociações, mas não como representante legítimo do povo líbio, esclareceu Lavrov durante uma coletiva de imprensa.
O chefe da diplomacia russa pronunciou-se à raiz da recente reunião do grupo de contato internacional sobre a Líbia, no que a União Européia e Estados Unidos expressaram um tácito respaldo aos líderes rebeldes.
“Trata-se de reconhecer o CNT como único representante legítimo do povo líbio, não compartilhamos essa postura”, destacou o chanceler de forma enfática.
Lavrov considerou que com tais posições, os países estão tomando parte no conflito com o isolamento de uma das forças implicadas, neste caso o líder Muammar Kadafi.
Lavrov sugeriu outorgar uma liderança à União Africana nas conversas com vistas à conformação de um executivo de transição com o diálogo multilateral entre as forças políticas no país.
Moscou, cujo governo se absteve na resolução do Conselho de Segurança que deu luz verde à agressão em 19 de março passado, tem criticado a missão militar da OTAN contra a Líbia ao amparo da ONU e ao grupo de mediadores internacionais.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ratificou o reconhecimento dos Estados Unidos ao conselho rebelde.
Fonte: Prensa Latina

quinta-feira, 7 de julho de 2011

África

Os conflitos que ocorrem na África de hoje se desencadeiam em inúmeros propósitos, dentre eles, o de permitir que a África Subsaariana não consiga jamais se livrar de sua situação absolutamente desesperadora. 

A região é a única no mundo onde o número de pessoas vivendo sob extrema pobreza, com menos de US$ 1 ao dia, quase que dobrou entre o início dos anos 80 e o ano 2000.

São 47 países, dentre eles a Uganda, a Etiópia e o Quênia, próximos ao "chifre" do continente, e que agora são alvos de conflitos tão intensos que estão provocando uma das maiores migrações em massa, sem que o mundo perceba. Mesmo com nossa imensa integração produzida pela rede mundial de computadores. As pessoas parecem não se importar. A mídia não acha que isso é notícia. 

E onde está o Nobel da Paz, negro, do país mais poderoso do mundo que, ao invés de promover a guerra deveria estar colaborando para uma solução definitiva para isto?

A foto abaixo, é de 1980, um missionário segura a mão de uma criança faminta de Uganda. O inacreditável é a atualidade da foto, é que até agora sejamos testemunhas dessa mesma tragédia. E que a maioria pense que não pode fazer nada e durma tranquilamente com isso.



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Os EUA têm de pôr fim à guerra ilegal contra a Líbia - discurso de Dennis Kucinich, parlamentar democrata

6/7/2011, Dennis Kucinich, Guardian, UK
http://www.guardian.co.uk/profile/dennis-kucinich




Essa semana, apresento projeto de lei ao Congresso dos EUA, que porá fim ao envolvimento militar dos EUA na Líbia, pelas seguintes razões:

Primeiro, porque a guerra contra a Líbia é ilegal pelos termos da Constituição dos EUA e de nossa lei “War Powers Act”, porque só o Congresso dos EUA tem competência para declarar guerra e o presidente não conseguiu demonstrar que a Líbia representasse qualquer risco iminente aos EUA. O presidente ignorou inclusive a opinião de seus principais conselheiros legais no Pentágono e o Departamento de Justiça, que lhe demonstraram que a aprovação pelo Congresso era indispensável antes de os EUA bombardearem a Líbia.

Segundo, porque a guerra chegou a um impasse. Não é guerra que possa ser vencida, sem que a Líbia seja ocupada por terra por soldados da OTAN, o que configurará invasão da Líbia. 

Toda a operação foi terrivelmente mal pensada desde o início. A OTAN apóia uma oposição baseada em Benghazi (cidade localizada no nordeste do país, região rica em petróleo), mas não há nenhuma prova de que aquela oposição tenha o apoio da maioria dos líbios. 

O grupo de oposição Frente Nacional para a Salvação da Líbia (e que se suspeita que tenha sido apoiado pela CIA nos anos 1980), jamais teria iniciado uma guerra civil contra um governo líbio que sabia que jamais poderia derrotar, se não contasse com o apoio de massiva campanha aérea da OTAN e, agora, dado que isso não bastou, espera contar soldados da OTAN que invadam o país, por terra. 

As ações levianas daquela oposição, encorajadas por interesses políticos, militares e da inteligência ocidentais, criaram a grave crise humanitária que, então, passou a ser usada como justificativa para a campanha de guerra da OTAN, contra a Líbia.

Terceiro, os EUA não têm dinheiro para sustentar aquela guerra. O custo da missão, para os EUA, deverá, em breve, superar a casa do 1 bilhão de dólares – e dentro do país enfrentamos cortes brutais nos serviços públicos devidos aos cidadãos norte-americanos.

Não surpreende que a maioria dos Republicanos, Democratas e independentes dessa Casa tenham a mesma opinião: que os EUA não podem continuar envolvidos na guerra da Líbia. 

Essa guerra tem destino trágico. Invadir a Líbia seria completar o desastre. A OTAN já está fora de controle e serve-se de uma Resolução da ONU que visaria a proteger civis, como frágil pretexto para prosseguir em missão não autorizada de derrubada de um governo mediante emprego massivo de violência. 

Numa palavra, o comandante da OTAN deve ser responsabilizado por inúmeras violações da lei internacional. Na tentativa injustificável de manter a guerra civil, a França, que é membro da OTAN, e o Qatar, aliado da coalizão, já admitiram que enviaram armas à Líbia – o que configura confessada violação do embargo de armas, que a ONU impôs àquele país.

No final, a principal vítima desse jogo entre nações será a legitimidade da ONU, de suas resoluções e mandados, e a lei internacional. Essa situação é insustentável. A proibição de que se forneçam armas à Líbia tem de ser aplicada, não desrespeitada pelos países membros da OTAN. 

O apoio ilegal e contraproducente dos EUA a essas ações militares deve cessar imediatamente.

O Congresso dos EUA tem o dever de cortar todos os fundos que sustentam essa guerra, porque não há solução militar possível na Líbia. É indispensável iniciar negociações sérias em busca de uma solução política que ponha fim à violência e crie ambiente favorável para negociações de paz que visem a apoiar as aspirações legítimas e democráticas do povo. Uma solução política só será viável quando a oposição líbia entender que pôr e tirar governos do poder é privilégio do povo líbio, não da OTAN.



Dennis Kucinich é deputado pelo Partido Democrata dos EUA,
representante do 10º distrito eleitoral de Ohio. Está no oitavo mandato

terça-feira, 5 de julho de 2011

Líbia - uma verdade amarga sobre o país em guerra


Os líbios apoiam inteiramente Muammar Khaddafi – um conhecido cineasta de documentários italiano, Flúvio Grimaldi, desmascarou o mito principal sobre a situação na Jamahiriya da Líbia.
"O embaixador em Roma acabou por ser um dos poucos de alto escalão líbios que alegremente passou para o lado do parceiro forte. “Se você quiser um visto para Benghazi você vai obtê-lo rapidamente. Se você quiser ir para Trípoli não haverá nenhum visto para você”, declarou a embaixada. Juntei-me a um grupo de britânicos que também queria saber a verdade sobre o que está acontecendo no país e entrei por outra via”, escreveu Grimaldi.
A expedição viajou para a Tunísia, de onde se dirigiu à Líbia por terra. O itinerário foi solicitado pela imprensa ocidental - o objetivo do grupo era visitar lugares onde a situação era especialmente difícil, de acordo com a mídia.
Em Trípoli os visitantes estrangeiros eram controlados por funcionários jovens do regime atual nomeados para ficar com o grupo. No entanto, Grimaldi e seus companheiros de viagem foram autorizados a parar em qualquer lugar e falar com qualquer pessoa sobre qualquer assunto. Esta liberdade não está disponível para os jornalistas credenciados em Benghazi.
Unidade nacional e resolução firme para defender seu país foram o que impressionou o grupo acima de tudo. As aulas não pararam por um segundo, desde o início dos conflitos e agora as escolas também oferecem uma formação complementar de como usar armas. Esta formação é tanto para meninos quanto para meninas.
Cidades na costa do Mediterrâneo, devastadas e cortadas pelas tropas de Khaddafi, de acordo com a mídia ocidental, na realidade, são lugares muito pitorescos com um bom sistema de abastecimento de água e agricultura forte. Em qualquer cidade supostamente oprimida, as pessoas disseram ao jornalista italiano que ouviram sobre a tirania de Muammar Khaddafi apenas por seus parentes e amigos que vivem no exterior e um verdadeiro desastre veio somente quando os bombardeios da OTAN começaram com o objetivo de "proteger o povo". Cada entrevista, Flúvio Grimaldi diz, gradualmente destruiu a história ocidental da agressão horrível do líder líbio.
A igreja católica local se tornou um lugar de peregrinação. Mulheres muçulmanas visitam o
sacerdote romano todos os dias e pedem para ele dizer ao mundo a verdade sobre a situação no país. Os líbios pediram para o grupo de Grimaldi para fazer o mesmo.
Os cidadãos líbios já defenderam voluntariamente seu país por seis meses. As pessoas locais dizem que o exército está fazendo seu melhor para falar à população civil para não tomar parte nas hostilidades. A população local não se parece com garotos analfabetos intimidados, pelo contrário, Grimaldi destacou a dignidade e honra de seu posicionamento e o nível de politização, em especial dos estudantes universitários.
Já foi mencionado que a situação na Líbia não é tão ruim como Obama e seus aliados da OTAN estão tentando pintá-la. No entanto, agora que o Senado dos EUA deu permissão para Obama estender a operação na Líbia por mais um ano e a coalizão está persistentemente procurando a prova de crimes de sangue de Khaddafi, o relatório de uma testemunha ocular é muito apropriado.
Fonte: A Voz da Rússia (em inglês)

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