"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Escritora portuguesa lança livro amanhã no Café

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PPS faz 17 anos de fundação

MANIFESTO DO PPS

" Aos seres humanos que, por nascimento ou opção, habitam terras brasileiras, o PPS dedica seus 70 anos de lutas, e todas as lutas futuras" *

Há uma crise, no mundo e no Brasil, e todos podemos sentí-la. Uma crise que solapa a esperança, que chega ao fundo dos corações, gerando frustrações, descrença e cinismo. Frente aos desafios destes novos tempos, seu compromisso de luta por uma sociedade mais justa e mais humana, o X Congresso do PCB oferece à sociedade brasileira um novo instrumento de luta, o Partido Popular Socialista - PPS.

Um Partido que, desde sua formação, é plural, aberto à participação de todos os que acreditam que é possível, a todos os seres humanos, viverem iguais e livres. Um Partido que, num mundo de mudanças, assume o compromisso central com a vida, entendendo-a como indissociável da natureza e da cultura. Um Partido, que quer contribuir para a construção de uma nova ética, em que o ser humano, sem nenhuma discriminação, seja protagonista e beneficiário das transformações sociais.

Um Partido novo, democrático, socialista, que se inspire na herança humanista, libertária e solidária dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores em nosso país e em todo o mundo, prolongando hoje a luta que travamos desde 1922. Um Partido que não use o povo, mas seja um instrumento para que cada cidadão seja sujeito de sua própria história. Um Partido socialista, humanista e libertário, que tenha como prática a radicalidade democrática, que permita a cada ser humano exercer sua plena cidadania, na área em que reside e no planeta em que habita.

Um Partido que tem como metodologia de ação política, a não violência ativa, e que repudia toda e qualquer forma de violência (econômica, racial, religiosa, física, psicológica etc). Um Partido que faz da eliminação da miséria a questão primeira de sua política. Porque enquanto houver um ser humano sem comida, sem moradia, sem educação ou sem as mínimas condições de acesso à saúde, nossa luta tem e terá razão de continuar.

Um Partido que defende que a propriedade dos meios de produção e de comunicação deve ser social, com propostas autogestivas, cogestivas e cooperativistas, contrapondo-se aos modelos neoliberais.Um Partido que se empenhará para que o desenvolvimento científico e tecnológico seja considerado prioridade nacional, pois como não haverá progresso social sem o amplo desenvolvimento científico e tecnológico.

Um Partido que tem como objetivo a reforma democrática do Estado para que ele não tutele, mas que seja controlado pelos cidadãos e pela sociedade.

Um Partido que luta por um programa radical de desenvolvimento que tenha o ser humano como sujeito e que seja capaz de eliminar a injusta distribuição de renda, acabando com a brutal concentração hoje existente. A consolidação da democracia política e a retomada do desenvolvimento, pondo fim à recessão e ao desemprego, são claras prioridades para a construção da cidadania.

Um Partido que lutará pela implantação do parlamentarismo, pelas reformas estruturais de que o país necessita e pela preservação dos direitos consagrados constitucionalmente. Um Partido que se dispõe a repensar tudo, 'mas que não abre, de forma alguma, seu compromisso de luta por uma sociedade mais justa e mais humana.

Um Partido que é e será um espaço aberto à participação de todos os que têm aspiração de construir essa sociedade. Um Partido que assume sem medo compromissos com o presente e o futuro, recusando a infalibilidade e o dogma, mas tendo em conta a experiência do passado.

Um Partido que não tem fórmulas prontas e acabadas, e que se propõe a discutir e formular um Projeto para a Nação Brasileira, com a colaboração de todas as forças do campo democrático. Esse é o desafio lançado a todos os militantes deste novo Partido e o convite a todos os que queiram nele se integrar.

* Manifesto de fundação do PPS, 26 janeiro de 1992, São Paulo, SP

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Egoísmo coletivo ( * )

O jornalista Mateus Soares de Azevedo é mestre em história das religiões pela USP e autor dos livros "Homens de Um Livro Só: O Fundamentalismo no Islã e no Pensamento Moderno" (Best Seller, 2008) e "A Inteligência da Fé: Cristianismo, Islã e Judaísmo" (Record, 2006).

Na Folha de S Paulo desta quarta-feira (14/1) ele reduz o sionismo à sua verdadeira dimensão de totalitarismo ultranacionalista. “Quem são os sionistas? Filosoficamente, o sionismo constitui uma das faces modernas da busca sempre perseguida e jamais realizada de um "absoluto" terreno. Busca que é crescentemente explosiva e destrutiva”, como se vê mais claro hoje, diz Azevedo.

Para ele, o sionismo representa, pelo lado religioso, um rompimento revolucionário com a tradição judaica. Uma renegação do judaísmo, um desvio profano do messianismo. Pelo lado político, trata-se de uma ruptura com a tradição judaica, uma perversão nacionalista e xenófoba do judaísmo. O sionismo é um tipo de "egoísmo coletivo": “Para nós, tudo; para os outros, nada”, explica.

Sderot, em Israel era, até 1948, um vilarejo palestino. Seus habitantes foram expulsos antes da criação de Israel e confinados numa estreita faixa de terra, a faixa de Gaza, com 35 km de comprimento por 10 km de largura, espremida entre o mar, Israel e o Egito.

Em Gaza, a maioria de seus 1,5 milhão de habitantes é de refugiados e seus descendentes. Eles foram expulsos de cerca de 350 cidades e vilarejos palestinos riscados do mapa por grupos terroristas judaicos, como o Irgun, o Haganá, a gangue Stern e, depois, pelo Exército israelense. Os instrumentos brutais de uma limpeza étnica levada ao extremo pelo sionismo “judaico”.



Punição coletiva (*)

Israel controla o espaço aéreo de Gaza e suas fronteiras terrestres e marítimas. Esse bloqueio ficou ainda mais rigoroso depois da vitória eleitoral do Hamas, há dois anos. Isso aumentou ainda mais as já terríveis adversidades de seus habitantes: saúde deteriorada, carestia, desemprego de mais de 50% da população masculina. Gaza sofre o que racistas não chamavam de "punição coletiva".

Quanto ao massacre militar, que a mídia teima em chamar eufemisticamente de "conflito", os números são eloquentes. Mais de 1000 seres humanos, a maior parte de civis, incluindo quase 300 crianças, já perderam a vida em Gaza. Mais de quatro mil feridos. A crer no ódio que corre nas veias de muitos israelenses e seus apoiadores no mundo, outras vidas mais estão para ser ceifadas.

Do lado israelense, 14 mortos, quase todos militares (a metade deles, por “fogo amigo”). Isso dá uma proporção de 1 para 100. Como escreveu Gideon Levy no jornal israelense "Haaretz", "é como se o seu sangue valesse cem vezes menos do que o nosso, reconhecendo nosso racismo”.

Muitos questionam o que os brasileiros fariam caso o Hamas lançasse seus foguetes contra nós. Afinal, argumentam, "Israel tem o direito de se defender". Antes disso, devemos perguntar o que faríamos se tivéssemos sido expulsos de nossas terras e comprimidos num exíguo território.

O que os brasileiros fariam se tivessem confinados por mais de um ano, sem receber alimentos ou medicamentos, proibidos de ir e vir? Falando pelos americanos, Takis Theodoracopulos, editor do site Taki's magazine, respondeu: "O que faríamos nessa situação seria muito mais duro e eficaz do que os oprimidos, mas não vencidos, palestinos têm feito com seus (foguetes) Qassams".


(*) Textos baseados no artigo do jornalista Mateus Soares de Azevedo.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Imagens da manifestação de hoje

Cerca de 200 pessoas reunidas embaixo de chuva, pedindo por um cessar fogo. Mais fotos em:

http://picasaweb.google.com.br/jujuba.batala/PalestinaLivre?feat=directlink









PASSEATA neste DOMINGO em BRASILIA contra a guerra e em SOLIDARIEDADE ao povo PALESTINO



Grande Ato Público
em
SOLIDARIEDADE ao
POVO PALESTINO

Neste DOMINGO, dia 18, a partir das
15.30 horas, CONCENTRAÇÃO
em frente ao Congresso Nacional.
C O M P A R E Ç A
Leve uma faixa, um cartaz, um apito
ou um sapato. Vamos gritar
contra a guerra e o terrorismo
de ISRAEL e dos EUA.

Por uma PALESTINA LIVRE

Pelo imediato rompimento de relações
diplomáticas do BRASIL com ISRAEL e
total condenação dos atos terroristas
a serem julgados por um
Tribunal Internacional de Crimes Contra a
HUMANIDADE

sábado, 17 de janeiro de 2009

Eduardo Galeano: "Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?"

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.

Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.

Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.

E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?

Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.

Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

(*) Texto publicado originalmente por Eduardo Galeno no jornal Brecha. (Tradução: Katarina Peixoto)



Médico palestino chora a morte das filhas na TV israelense




Telejornal israelense é interrompido por um homem ao telefone. É o médico palestino Izaldin Abu Al Yesh, conhecido dos israelenses por aparecer muitas vezes nos noticiários de TV, comentando acontecimentos da Faixa de Gaza, com uma postura de quem sempre apostou no diálogo e na convivência entre palestinos e israelenses.

Dessa vez Izaldin Abu Al Yesh está desesperado, chorando, porque um ataque israelense matou três de suas filhas. Ao vivo, ele mostrou sua dor aos israelenses, que você pode testemunhar um pouco no vídeo acima (com legendas em espanhol).

Segundo o Clarin, o entrevistador do telejornal, Shlomi Eldar, é muito amigo do médico e nota-se claramente seu constrangimento diante do desespero do amigo. Seu apelo na TV foi atendido e ambulâncias foram enviadas ao prédio, onde estava a família de Izaldin Abu Al Yesh. Mortos e feridos da família foram levados para hospitais de Israel.

O médico ainda se mostrou indignado com a versão da força israelense de que apenas respondeu a tiros que vinham do prédio. Essa é a desculpa de sempre de Israel, cuja estratégia de ataque foi defendida pelo ainda (até quando?) Prêmio Nobel da Paz e presidente de Israel, Shimon Peres.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

AMANHÃ NO CAFÉ COM LETRAS!

Amanhã haverá um evento político cultural no Café com Letras, destinado a abrir uma pauta de debates sobre a questão dos povos em movimento. Nesse primeiro evento, a abordagem é sobre os palestinos refugiados no Brasil, com exposição de documentário e diálogos com quatro palestinos nascidos em Gaza na década de 40 e que vivem como refugiados há 14 meses no Brasil.






Serviço:

Povos em Movimento: conversa com Palestinos em condição de refúgio
Local: Café com Letras, SCLS 203 sul bloco C loja 19 – Asa Sul.
Data: 17 de dezembro, sábado.
Horário: a partir das 15h30.
Entrada franca.

Maiores Informações:
(61) 3322-4070 / 3322-5070

Informações para a Imprensa:
Juliana Medeiros
(61) 8135-0046 / 9999-8843

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Excelente artigo sobre a questão no Oriente Médio

No link abaixo, vale a pena ler o artigo da profª Rita Laura Segato, doutora em Antropologia Social pela Queen's University (Canadá) e professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) desde 1985.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Comunidade palestina protesta em Brasília contra ataques de Israel à Faixa de Gaza

Foto: Janine Moraes/ABr


Brasília - Integrantes da Comunidade Árabe-Palestina do Distrito Federal se reuniram hoje (13) em frente à Rodoviária do Plano Piloto, em uma manifestação que tinha como objetivo chamar a atenção da população brasileira para o conflito entre palestinos e israelenses, na Faixa de Gaza.

“O que está acontecendo, para nós, para o mundo democrático e livre, é um genocídio”, afirmou o presidente da Comunidade, Khaled Hilal Nasser, se referindo aos mais de 900 palestinos mortos no conflito. “É nosso dever mostrar para o resto do mundo o que está acontecendo”, completou.

Com fotos de crianças palestinas mortas pelos ataques de Israel, cartazes classificando o Estado de Israel como terrorista e nazista e palavras de ordem, os manifestantes saíram da plataforma superior da rodoviária e deram a volta, passando pelo Conjunto Nacional e o Setor de Diversões Sul.

Khaled, que veio para o Brasil estudar em 1982, disse acreditar que é possível a coexistência pacífica de dois Estados vizinhos, o de Israel e o da Palestina, “quando ele nos derem a nossa liberdade para construir o nosso país livre e democrático”.

Safiah Ali, também palestina, veio para o Brasil em 1968, logo depois da Guerra dos Seis Dias. Ela concordou com Khaled e disse que a paz é possível. “É possível muçulmanos, católicos e judeus viverem juntos, porque a religião não briga, quem está brigando é para dominar a terra, e aquela terra não precisa de domínio, precisa de o povo dela vivendo em paz”, disse.

Para ela, ainda falta uma ação mais forte da comunidade internacional, em particular dos Estados Unidos e da Organização das Nações Unidas (ONU), para se conseguir uma trégua duradoura no Oriente Médio.


Por Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Fim aos bombardeios e à invasão de Gaza e implantação de dois Estados para dois povos

O Oriente Médio é uma área estratégica no plano econômico, geopolítico e militar e tem sido palco de disputas por hegemonia entre países da região bem como entre potências mundiais. É um fator de preocupação permanente em todo o planeta pelo arsenal bélico, inclusive nuclear, que ali se encontra, sempre propício a conflagrações sem controle político e diplomático.

Mas a via militar não está resolvendo mais nenhum conflito regional no mundo. No atual confronto, o exército de Israel promoveu intensos bombardeios e invadiu com milhares de soldados a faixa de Gaza para responder os ataques do grupo fundamentalista islâmico Hamas que, apesar de vencedor de uma eleição democrática na Palestina, insiste em lançar mísseis contra Israel e teima em não aceitar a existência legal do Estado israelense. Em pouco mais de uma semana, esses bombardeios provocaram a morte de mais de 600 pessoas e ferimentos em cerca de 2.500, em sua maioria civis, entre eles idosos e crianças, colocando as populações sob o tacão do terror e da dor, situação que só faz aumentar a espiral de violência, ressentimento e ódio em ambos os lados da fronteira. Não se pode deixar de mencionar o oportunismo de certos blocos políticos israelenses que pretendem obter vantagens eleitorais no próximo pleito parlamentar de fevereiro e que, inclusive, pretendem ampliar o próprio território, como já vêm fazendo com a implantação de assentamentos e a construção de um muro ao longo de toda uma linha imaginária, o que já foi condenado pela Suprema Corte de Israel.

O PPS clama pelo fim dos bombardeios com um cessar fogo imediato, a retirada das tropas israelitas que invadiram a faixa de Gaza, e conclama as forças do “campo da paz” palestinas, árabes e israelenses a retomar o diálogo e as negociações, com o auxílio de iniciativas internacionais as mais amplas possíveis, por uma paz justa e duradoura para os povos da região. Urge substituir a política da força pela força da política.

Além das razões humanísticas, impõe-se o fim do atual conflito pois ele leva ao fortalecimento de grupos fundamentalistas em todo o Oriente Médio, ao isolamento do Estado de Israel e da Autoridade Palestina, além de aprofundar as tensões e o fosso entre os dois povos irmãos, sobretudo afetando uma população civil democrática existente de ambos os lados que, há 60 anos, luta pela paz.

O PPS sempre defendeu e reitera que a solução para essa delicada questão encravada no Oriente Médio é a de "DOIS ESTADOS PARA DOIS POVOS", conforme a determinação da ONU, de 1947, que contou com o apoio do Brasil, tendo Jerusalém como capital única. Esta solução exige o reconhecimento do Estado de Israel na configuração anterior à Guerra dos Seis Dias de 1967 por todos os países, e a criação do Estado Palestino como previsto pela resolução da ONU e dentro do espírito dos Acordos de Genebra ou de iniciativa mais recente de paz proposta pela Arábia Saudita.

Brasília, 8 de janeiro de 2009


Roberto Freire
Presidente nacional do PPS

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O apoio dos fundadores do Estado de Israel ao Holocausto de judeus

O tenebroso Holocausto de judeus na Europa na década de 40 jamais foi combatido pelo movimento sionista (fundador do Estado de Israel).

Ao contrário, o movimento sionista colaborou (inclusive financeiramente) com a Alemanha nazista em diversos momentos, e chegou a fazer acordos com os nazistas na Hungria para que o Holocausto fosse levado adiante, com a liberação de apenas uma "elite" de alguns poucos judeus "jovens, saudáveis e inteligentes" dispostos a ir participar da invasão da Palestina, enquanto o restante poderia perecer nas câmeras de gás. O sionistas tinham interesse no Holocausto, pois servia para afugentar os judeus da Europa, em direção ao Oriente Médio, para participarem da invasão da Palestina e do consequente massacre terrorista contra os habitantes daquela terra, os árabes palestinos. Essas afirmações, que podem chocar algumas pessoas pelo seu "ineditismo", são baseadas em verdades históricas puras e simples, ignoradas durante décadas pela grande mídia.

Não se trata de "revisionismo" (o porco movimento neonazista que afirma que o "Holocausto não existiu"), pelo contrário, trata-se do reconhecimento de que o Holocausto nazista de judeus existiu, foi um enorme crime contra a humanidade, e que foi apoiado pelo movimento sionista (fundador de Israel). Não são afirmações vazias e sem prova, e sim fruto de uma pesquisa histórica séria de vários autores, muitos deles JUDEUS, baseados em diversas fontes que incluem até mesmo autos de processos judiciais que correram em tribunais do próprio Estado de Israel. Um dos historiadores JUDEUS que escreveu sobre o tema da colaboração entre sionistas e nazistas foi Ralph Schoenman, autor do livro "A História Oculta do Sionismo" (The Hidden History of Zionism), datado de 1988. Neste livro, onde Schoenman analisa de um ponto de vista científico as origens do movimento sionista, e denuncia seus crimes contra os palestinos e contra os próprios judeus, existe um capítulo inteiro dedicado à análise da colaboração entre movimento sionista e Alemanha nazista, e da cumplicidade sionista no Holocausto. O capítulo, de número 6, tem o título "O sionismo e os judeus" (Zionism and the Jews), e pode ser lido integralmente, em inglês, neste link: http://www.marxists.de/middleast/schoenman/ch06.htm

Quem quiser baixar o livro completo traduzido para a língua espanhola, pode utilizar este link: http://www.marxismo.org/files/Historia%20oculta%20del%20sionismo.pdf

Cabe lembrar que o livro "A História Oculta do Sionismo" foi publicado no Brasil recentemente (agora no ano de 2008), em sua primeira edição em língua portuguesa, pela Editora Sundermann.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Palestina: Criação de dois Estados

Por Dina Lida Kinoshita, Professora da USP e membro da Executiva Nacional do PPS

A decisão da ONU de novembro de 1947 foi pela partilha da Palestina e da criação de dois Estados: o Estado de Israel e um Estado Palestino. O primeiro foi criado em maio de 1948 e o outro até hoje não saiu do papel. Em 1967 Israel ocupou na Guerra dos Seis Dias as Colinas do Golan que pertenciam à Síria, Jerusalém Oriental, a Cisjordânia, Gaza e o Sinai. Ainda nos anos 80 Israel devolveu o Sinai para o Egito e selou a paz com este país. A direita nacionalista e os fundamentalistas religiosos de Israel não permitem a solução de "paz por terra" e os fundamentalistas palestinos do Hamas, da Jihad e do Hizbolah bem como diversos países árabes não querem reconhecer o Estado de Israel.
Devemos lutar por dois Estados para dois povos com suas fronteiras seguras e as respectivas capitais em Jerusalém ou por uma Jerusalém internacionalizada. Quando digo que devemos lutar por uma solução pacifica e negociada através do diálogo para que os palestinos tenham o seu Estado nos territórios ocupados desde 1967 e o Estado de Israel seja reconhecido por árabes e palestinos, é porque a história vem mostrando que a via militar não resolve mais os conflitos que surgem no mundo.
O Hamas tem utilizado população civil palestina como "escudo" para lançar mísseis nas cidades israelenses fronteiriças de Gaza, para atingir alvos civis em Israel e a resposta violenta do Estado de Israel só faz aumentar a espiral de violência. Mas há o "campo da paz" na região tanto entre árabes e palestinos como em Israel. E é neles que devemos apostar. Sábado saíram em manifestação 150 mil israelenses, árabes e judeus, pedindo o fim do conflito.Num país com 6 milhões de habitantes, não é pouca coisa. Há jovens presos porque não querem servir o exército nas zonas ocupadas. É nisto que devemos apostar e não nos fundamentalismos.A política exige cabeça fria, nervos de aço e não podemos deixar só o emocional funcionando. Não tem bandido e mocinho nesta história e quem é mais forte no momento causa mais estragos.
Amanhã a situação pode se reverter e os maiores estragos podem acontecer do outro lado da fronteira. Mas nós devemos lutar pela substituição da política da força pela força da política. Só uma solução pacífica e negociada, justa e duradoura para todos os povos da região pode resolver o conflito.Devemos lutar por dois Estados para dois povos, com fronteiras seguras e Jerusalém dividida como capital de cada um deles ou Jerusalém internacionalizada. Para tanto árabes e palestinos devem reconhecer o Estado de Israel que por sua vez deve sair dos territórios ocupados para que finalmete possa ser criado o Estado Palestino.É um problema complexo que envolve outros estados árabes. Os territórios ocupados pertenciam mormente à Jordânia e ao Egito de modo que não basta Israel desocupar os territórios uma vez que estes podem ser reanexados.
Os países árabes não estão muito interessados em ajudar a resolver este conflito porque esta questão é a que os une. Uma vez resolvida, vão aparecer os diversos conflitos tais como Síria com Líbano, Iraque com Kuweit e Iraque com Síria, a questão curda que envolve Iraque, Turquia e Irã e por aí vai. Com o desmoronamento do Império Otomano, os mandatos ingleses e franceses deixaram um rastro de problemas não muito diferente dos que deixaram na África. E com a Guerra Fria tudo isto foi exacerbado, sem solução à vista até o momento.
Eu creio que nenhuma solução militar resolve isto. A Guerra Irã-Iraque nos anos oitenta acabou num empate, os EEUU se encontram num atoleiro no Iraque e no Afeganistão, boa causa da crise mundial, e a via militar só faz aumentar a espiral de violência entre Israel e palestinos.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Conselhos bacanas para 2009

Clique para ampliar:


Manifestacao do Meretz - Partido Socialista de Israel

Decisão do Conselho executivo do Meretz acerca do confronto na faixa de Gaza


A respeito da operação militar na faixa de Gaza, as decisões do conselho executivo do Meretz são as seguintes:

1 - O Conselho Executivo do Meretz clama por um cessar fogo imediato, através da ajuda de iniciativas internacionais, conversações diretas ou até por decisão unilateral de cessar fogo por tempo limitado. Um acordo de longo prazo deve garantir a paz no sul do Estado de Israel e um término rápido na negociação para a soltura de Gilad Shalit, soldado das Forças de Defesa de Israel, assim como a abertura das entradas e saídas da faixa de Gaza.

2 - O Conselho Executivo do Meretz adverte contra o prosseguimento das ações militares, especialmente a invasão terrestre, que, desta vez, levará ao afundamento no pântano de lama de Gaza.

3 - O Conselho Executivo do Meretz condena a continuação das agressões contra os cidadãos do Estado de Israel pelo Hamas e outras organizações terroristas, assim como apoia o direito e a obrigação do Estado de Israel de defender seus cidadãos.

4 - O Conselho Executivo do Meretz condena o assassinato de palestinos inocentes. Uma ação para prevenir o terror contra os residentes nas vizinhanças de Gaza não justifica a agressão a inocentes.

5 - Não há e não deverá haver uma solução militar para pôr fim ao terror. Mesmo agora, talvez com vigor maior, precisamos originar e promover, de alguma forma, um acordo político entre o Estado de Israel e a Autoridade Palestina, dentro do espírito da mais recente iniciativa de paz com a Arábia Saudita.

6 - O Conselho Executivo do Meretz se solidariza com os cidadãos israelenses que vivem no sul de Israel e exige que o governo de Israel aja, o quanto antes, para minorar sua dor e sofrimento ao longo deste período.

7 - O Conselho Executivo do Meretz condena severamente as vozes que propõem a restrição aos direitos dos arabes israelenses de expressarem suas idéias a respeito da operação militar em Gaza. É seu total direito expressar sua opinião, portanto, não é contra a lei.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2009

Eu gostaria de ter mil coisas boas pra dizer sobre o novo ano que se inicia. E de fato tenho muito o que comemorar. Estou muito feliz, minha vida não poderia estar melhor.... Mas não consigo me desligar do fato de que, nesse momento, enquanto agradeço aos céus por tudo de bom que tenho, o mundo assiste calado, omisso, ao genocídio televisionado em cadeia internacional. No nosso mundo globalizado e capitalista, fazemos escolhas em nossas vidas, pequenas, mesquinhas, pra garantir que nosso mundo fique confortável o suficiente para sentarmos na sala e assistirmos a tudo isso, comendo pipoca, como se não fosse real... então, o que desejo para o mundo em que eu vivo em 2009 e para os seres humanos que vivem nele, é que haja menos indiferença.







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