Os dirigentes da Fifa, reunidos na cidade de Nassau, nas Bahamas, acabam de anunciar que Brasília, juntamente com mais 11 cidades brasileiras, será sede da Copa do Mundo de 2014. Num giro pelas cidades eleitas, o repórter mostrou comício montado pelo Governador Arruda na Praça do DI em Taguatinga. Pode ser só uma coincidência, mas esta foi a única cidade em que um Governador apareceu falando ao microfone.
A corrida desenfreada por 2010 então, acaba de se tornar oficial. E o argumento de que ele e sua turma precisam estar no governo em 2014 para garantir que a Copa se realize em Brasília (como se outra opção pudesse comprometer o brilho da festa), com certeza, será tema de campanha.
"Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido" Malcom X
domingo, 31 de maio de 2009
Aguardem os próximos capítulos
sábado, 30 de maio de 2009
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Fernando Morais, quinta no T-Bone
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Explicando a importância da Conferência Nacional de Comunicação
Embora o movimento tenha se organizado como tal somente há alguns meses, a demanda por uma Conferência Nacional de Comunicação já existe há anos, a partir da análise de que a comunicação precisa estabelecer mecanismos democráticos de formulação, monitoramento e acompanhamento das políticas públicas para o setor. Como todos sabem, esta é uma luta não só da categoria como de toda a sociedade.
Demorou até que um presidente resolvesse se comprometer a realizá-la e mesmo assim, o Lula o fez sob pressão do FSM. Tanto que ainda levou um tempo até publicar o decreto. Logo após seu pronunciamento no Fórum, os estados começaram a se mobilizar e criar comissões estaduais (como a nossa). Acredito que nesse momento, ele sentiu que não havia mais como recuar. No entanto, a publicação do decreto e portarias que regulam a Conferência, por si só, têm sido temas de debates acalorados, já que, por exemplo, foi definido em portaria que a Conferência será não-vinculativa e este tem sido um ponto de extrema tensão entre governo e entidades que lutam para que isto seja alterado, dada a importância do evento.
Muita coisa está sendo debatida, dentro das comissões e entre os estados. Creio que o mais difícil tem sido encontrar uma forma de condensar o vasto temário abrangido pela comunicação em si. Em especial porq no Brasil, nosso histórico no que tange à democratização dos meios, por exemplo, não é muito "exemplar". Encontrar um formato que seja amplo e que abarque as diversas dimensões da realidade das comunicações no país, tem sido o maior desafio até agora. Inclusive porq terão assento na Conferência, tanto entidades e sociedade civil, como governo e empresários, donos de veículos e etc.
A Conferência deverá tratar da Comunicação como um direito e a concessão de radiodifusão, a concentração de veículos nas mãos de alguns grupos, os tratamentos regulatórios, as cadeias produtivas e muitos outros, são temas importantes para refletirmos sobre o papel da comunicação democrática na garantia da liberdade de expressão, da inclusão social, da diversidade cultural e religiosa, da participação social, regionalização da produção e da convergência tecnológica.
Já existe também uma Comissão Organizadora Nacional que tem representantes de todos os estados, incluindo o DF. Na composição da Comissão no DF, temos companheiros da CUT, do Conselho Regional de Psicologia, do FNDC, do Intervozes, do Enecos, do Sindicato dos Jornalistas, da Assembléia Popular, Fenaj, MDD - Movimento Democracia Direta, o Centro de Mídia Independente, coletivos de estudantes de universidades públicas e privadas, o Observatório do Direito à Comunicação, além de diversos partidos como PPS (no momento, só eu, que eu saiba), PSOL, PT, PV, PSB, PSTU, PCdoB, PCO e outros.
Convido os companheiros das áreas de comunicação e de todas as outras à participarem dos debates. No link: http://proconferenciadf.wordpress.com/ temos divulgado o calendário de reuniões da Comissão, bem como eventos ligados ao tema, realizados por entidades e universidades. Lá também é possível encontrar links para as comissões de outros estados. Todos podem e devem participar. No texto abaixo, há mais informações a respeito.
Saudações!
Juliana Medeiros
A Comunicação precisa de mais vozes
Contudo, os países mais desenvolvidos economicamente, ao longo da história, deram à Comunicação um papel meramente comercial e as corporações assumiram o papel de produtores para o público considerado como uma grande “massa passiva”, seja por meio do rádio, TV e, recentemente, pela internet. O intuito principal dessa estratégia é promover a venda de produtos, idéias (conceitos, estilos, padrões) ou marcas em troca de retornos lucrativos. Nessa lógica, poucas famílias e empresas, com grandes recursos financeiros ou influência política, se apoderaram dos principais meios de Comunicação, restringindo-os a seus interesses particulares.
A Comunicação é um direito de todxs, exercido diariamente a partir das relações interpessoais e sociais, e que deve ser garantido. Esse direito não serve apenas para proporcionar o diálogo, mas também contribui para reivindicar e assegurar outros direitos básicos como a saúde, educação, alimentação e moradia. O acesso à informação, gerado pela Comunicação, permite fiscalizar as ações do governo. Produções audiovisual, impressa e online servem como mecanismo de denúncia e cobrança do poder público.
No Brasil, os principais espaços formais de Comunicação como o Rádio e a TV abertos também são restritos aos interesses de poucos. São eles, inclusive, que influenciam o desenvolvimento de políticas públicas no país e contribuem para a ausência de uma política nacional de Comunicação coerente com os princípios constitucionais de valorização da cultura e regionalização do conteúdo. Apesar desse cenário negativo, movimentos sociais de comunicação e de outras lutas se juntaram para reivindicar uma participação mais efetiva da sociedade na Comunicação brasileira. Graças a esse árduo esforço, recentemente o Governo Federal anunciou a realização da 1ª. Conferência Nacional de Comunicação, que acontecerá em dezembro de 2009.
A Conferência será voltada para o debate e consolidação de diretrizes que orientarão o rumo da Comunicação do Brasil. Mas só a realização da Conferência não basta. Para que o processo seja efetivo, é preciso que a sociedade se mobilize e ocupe todos os fóruns possíveis de discussão. Vale lembrar que há interesse dos controladores da “grande mídia” em manter o cenário atual ou restringi-lo ainda mais. Dessa forma, mais movimentos sociais, grupos e indivíduos podem dar suas contribuições (de acordo com seu perfil de mobilização), para que a democracia prevaleça na Conferência.
Atualmente, existem vários movimentos e coletivos em prol do direito à Comunicação. No nosso campo de atuação, podemos destacar alguns desses coletivos:
- O Projeto de Extensão Comunicação Comunitária, que visa integrar os estudantes da UnB (de Comunicação ou não) com a sociedade, estimula produções comunitárias, além de construir um vínculo entre teoria e prática e entre conhecimento acadêmico e cidadania.
- O Projeto de Extensão SOS Imprensa, constituído por estudantes universitários, estimula a leitura crítica dos meios de Comunicação, baseados em princípios de cidadania e direitos à Comunicação, fiscaliza os abusos por parte da imprensa. O projeto busca também a criação de alternativas comunicacionais pautadas em estudos de políticas de Comunicação e em práticas já existentes de meios autônomos de Comunicação.
- O Projeto Dissonante (faça-rádio-web-você-mesmx) foi pensado no intuito de estabelecer um espaço virtual por meio da internet para que qualquer indivídux ou coletivo pudesse criar e manter uma rádio web livre, sem fins lucrativos, que respeite os direitos humanos, estimule a produção e a pluralidade da Comunicação.
- A Executiva Nacional dxs Estudantes de Comunicação (Enecos) atua na realização de grandes eventos regionais e estaduais, a fim de possibilitar espaços onde xs estudantes de Comunicação possam discutir, trocar experiências e criar alternativas de pensamentos e ações no campo da Comunicação.
- A rádio livre com princípios comunitários Ralacoco se afirma como um espaço experimental por meio do qual todxs podem apresentar programas, aprendendo, na prática, tanto as questões técnicas de operação de uma emissora quanto os princípios de uma Comunicação democrática.
- O Diretório Central dos Estudantes da UnB busca, nessa atual gestão e também o fez na gestão anterior, manter informados os estudantes da UnB sobre as atividades promovidas pela entidade e por outros grupos, a valorização de espaços de divulgação e discussão horizontal como listas de e-mail e trabalha em parceria com outros grupos na discussão sobre a construção da Conferência de Comunicação, na Universidade de Brasília.
É também notável que todos os grupos/entidades relatados estão participando das Comissões Nacionais e Estaduais Pró-Conferência. Perguntamos, então, como mais coletivos, movimentos e indivíduxs podem ajudar na construção da Conferência Nacional de Comunicação? Um caminho é começar com a prática da Comunicação no cotidiano, seja em blogs, programas de rádio, manifestações artísticas ou produções audiovisuais independentes. E também ao participar das Comissões Estaduais Pró-Conferência, levando o debate para o cotidiano de sua comunidade. Para que a Conferência seja de fato participativa ela deve ser, antes de tudo, constituída de pessoas com vontade de transformação social.
Procure se informar quando e onde ocorrem as reuniões das Comissões Estaduais Pró-Conferência. Entre também no site da Comissão Nacional Pró Conferencia em http://www.proconferencia.com.br/ e envie e-mail para proconferencia.com@gmail.com para saber mais informações, contatos e conteúdos.
Presidente Lula sanciona Lei Capiberibe
terça-feira, 26 de maio de 2009
PT escolhe seu candidato ao Governo do DF
Deu no Blog do Braga:
O diretório regional do PT-DF decidiu, em reunião nesta noite, lançar o ex-ministro Agnelo Queiroz como candidato do partido ao governo do Distrito Federal nas eleições de 2010.
O lançamento da pré-candidatura de Agnelo ocorrerá no dia 20 de junho, às 9h, no Teatro dos Bancários (314/315 sul)
Semana Cultural do CASESO - UnB
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Audiência Pública do PL 4571/08
domingo, 24 de maio de 2009
Reunião do Grito na quinta-feira
A coordenação nacional do Grito e da Assembléia Popular – AP, em reunião, no mês passado, em São Paulo, já deu o chute inicial para 2009. Está prevista a Assembléia Popular para o ano de 2010. O número de participantes vai depender do processo de organização popular e mobilização político-social e financeira durante este ano. O 7 de setembro/2009 está cada vez mais próximo.
Nosso desafio é “tirar a população excluída das arquibancadas, onde prevalece uma atitude de passividade, e colocá-la no jogo dos debates (e da luta) como protagonista do próprio destino.”
Estamos convidando as companheiras e companheiros dos diversos grupos, movimentos e forças populares das cidades do DF e Entorno para uma reunião na próxima quinta-feira, dia 28 de maio, às 19h, na Cáritas – Ed. Venâncio III, cobertura do 5° andar, aqui no conjunto CONIC.
A força da transformação está na organização popular, na construção do poder popular.
sábado, 23 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Doações das empreiteiras aos partidos
Se alguem tinha dúvidas sobre quem mais investiu nas campanhas eleitorais para eleger prefeitos e vereadores nas últimas eleições, vejam os dados abaixo. Os diretórios nacionais receberam 39,9 milhões de reais das doações das empreiteiras no total e depois redistribuiam aos candidatos nas cidades e estados, assim protegiam as empreiteiras de vínculos diretos com seus candidatos apoiados, para evitar denúncias na imprensa.
DOAÇÕES DAS EMPREITEIRAS POR PARTIDO AOS DIRETORIOS NACIONAIS PARA AS ELEIÇOES MUNICIPAIS DE 2008:
1. PT - Partido dos Trabalhadores, recebeu 14, 9 milhões de reais:
- Andrade Gutierrez 5,85 Milhões
- Camargo Correa 3,4 milhoes de reais
- Queiroz Galvão 3,0 milhoes
- Carioca Cristian Nielsen 1, 14 milhoes
- OAS 1,13 milhões
- Norbert Odebrecht 400 mil reais.
2. PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira recebeu 13, 3 milhoes de reais:
- CAMARGO Correa 4, 45 milhôes
- Andrade Gutierrez 3,60 milhões
- Queiroz Galvão 1,80 milhões
- Carioca Cristian Nielsen 1,20 milhões
- OAS 1,15 milhões
- Mendes Junior 500 mil
- Odebrecht 400 mil
- Santa Barbara 400 mil
3. DEM - Democratas receberam 7, 5 milhões das empreiteiras:
- Camargo correa 2, 69 milhoes
- Andrade Gutierrez 1, 76 milhões
- Queiroz Galvão 1,73 milhões
-Carioca C. Nielsen 800 mil
-OAS 600 mil
4. PMDB - PARTIDO Democratico Brasileiro recebeu 3,25 milhões de reais:
- Queiroz Galvão 2,3 milhões
- SANTA barbara 500 mil
- Andrade Gutierrez 300 mil
-OAS 100 mil
-Cavo serviços limpeza 50 mil
5. PTB - PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO recebeu 450 mil reais:
- Andrade Gutierrez 300 Mil
- Queiroz Galvao 150 mil
6. PR - PARTIDO REPUBLICANO RECEBEU 420 MIL:
- Queiroz Galvao 420 mil
7. PP- Partido Progressista recebeu 150 mil:
- Andrade Gutierrez 100 mil
- OAS 50 mil
DOAÇOES POR EMPRESA EMPREITEIRA PARA A CAMPANHA MUNICIPAL DE 2008:
1. ANDRADE GUTIERREZ doou 12,010 milhões (para PT, PSDB, DEM, PMDB, PR, PP)
2. CAMARGO CORREA doou 10, 540 milhoes ( PT, PSDB e DEM)
3. QUEIROZ GALVAO doou 8,980 milhões ( PT, PSDB, PMDB, DEM, PR, PTB)
4. CARIOCA NIELSEN doou 3, 140 milhões ( PT, PSDB e DEM)
5. OAS doou 3, 030 milhoes ( PT, PSDB, DEM, PR)
6. ODEBRECHT doou 800 mil (PT e PSDB)
7. SANTA BARBARA doou 900 mil (PSDB e PMDB)
8. MENDES JUNIOR 500 mil (PSDB)
TOTAL 39,900 mil reais
Fonte: Tribunal SUPERIOR Eleitoral
terça-feira, 19 de maio de 2009
Atrito gera movimento
Hoje conversando com um colega de trabalho, percebi o quanto os brasileiros, mesmo tendo a indignação sempre presente no peito, não percebem o quanto são responsáveis até por sua omissão. Esse papo do "Cansei" é balela. Brecht é que tinha razão porque a lógica das relações é que determina quem é protagonista da sua própria vida e quem se cala e tem sua vida determinada por outros. Não há meio termo.
E olha que bastava, pra início de conversa, prestar atenção em quem se votou. O que ele está fazendo e, dentro do processo democrático, não o eleger novamente se assim fosse sua avaliação final. Esse panfleto que já circula na internet e que encontrei no blog do Marcelo Tas, mostra como as coisas podem caminhar até pra um discurso mais "radical", mas que forçam um atrito. E, diz a física, atrito é o que gera movimento.
A conquista do processo democrático foi longa, dolorosa e muitos morreram nesse caminho. O Congresso Nacional, por incrível que pareça, é símbolo dessa luta. Por isso também acho que é importante pegar leve porque as instituições públicas não podem ser desmoralizadas simplesmente porque existem alguns que não conseguem gerir a tal "coisa pública". Talvez, discutindo as ferramentas de escolha (olha a Reforma Política aí), talvez iniciando esse debate coletivo que pode gerar outros movimentos... Conversar sobre o que nos incomoda, encontrar soluções para entender o que está ou não ao nosso alcance, já é um grande começo.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Palestinos já não podem contar com mais ninguém
thiagodeavila@hotmail.com;
institutoautonomia@gmail.com
quarta-feira, 13 de maio de 2009
E não é que é mesmo?
Uma gracinha o Collor (é, AQUELLE), defendendo contra a entrada da Venezuela no Mercosul e usando como argumento, dentre outras coisas, o fato do presidente venezuelano, Hugo Chavez, ter dito certa vez que "o Mercosul é uma união elitista que não pretende unificar povos, mas sim, empresários, interesses políticos e outros". Ora bolas, bem que DESTA VEZ ele falou a verdade. Afinal, o Mercosul pretende unificar os povos da América? Faça-me rir.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
ENTRE ESTADO E SOCIEDADE, A BUROCRACIA
Fazem parte da mesa, os candidatos: Eitel Santiago de Brito (Subprocurador-Geral da República), Drª Ela Wiecko Volkmer de Castilho (membro do Conselho Superior do Ministério Público Federal, do CDDPH e do CONADE), Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos (vice-procurador geral da República) e Dr. Wagner Gonçalves (Subprocurador-Geral da República).
O convite para o evento, partiu do Sr. Laércio Reis, membro da ASMPF (Associação dos Servidores do Ministério Público Federal), que tendo conhecimento do que vem ocorrendo com o grupo de refugiados, convidou o Instituto e todos que estivessem envolvidos na questão, visto que os candidatos ao cargo passarão a ter opinião relevante junto ao Ministério Público Federal.
Em sua exposição, a Drª Sandra procurou fazer um relato breve (dentro do tempo regimental) desde a chegada dos refugiados Palestinos ao Brasil, ainda em 2007, até o que ela classificou de uma perversa "trama burocrática" para resolução do problema que existe atualmente. Lembrando que, a partir do momento que o Governo brasileiro aceitou acolher os refugiados, estes passaram a ter direitos garantidos pela Constituição brasileira, tais como a "livre manifestação do pensamento, o direito de livre movimento, de assistencia social, etc."
A partir da observância da Lei 9474/1997 que "Define mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951, o Brasil firmou acordo com a ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - para o atendimento (juntamente com a Cáritas Brasileira, administradora dos recursos) aos refugiados de qualquer nacionalidade que se encontrem no país, amparados pelo programa de assentamentos da entidade. O entrave, portanto, se dá em função do ACNUR não se sentir mais diretamente responsabilizado pelo grupo, por ter repassado à Cáritas a responsabilidade no Brasil. Esta última diz não ter que prestar contas dos recursos destinados ao programa, por ser apenas "administradora" do mesmo e o governo brasileiro não entende que deva se manifestar na questão.
Sandra ainda lembrou em sua fala que "não obstante a importância desta Lei, não se pode deixar de constar que ela é insuficiente para conferir efetividade à fruição dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos e cidadãs em condição de refúgio no que se refere ao processo de adaptação e mesmo da não adaptação como é o caso do grupo de cidadãos palestinos, que hoje estão em Brasília buscando meios de ter o direito de serem reassentados em outro país. Merece registro, que esse grupo de cidadãos palestinos escolheram vir ao Brasil, trazidos pelo ACNUR, sob circunstâncias bastante adversas, tendo em vista que o campo em que estavam, na Jordânia, seria desativado e estavam sob a coação de ficarem na fronteira do Iraque, país de onde fugiram em função da guerra em 2003, o que resultou na perseguição aos palestinos naquele país."
Não obstante esses problemas, frisa a Drª, uma parte do grupo não se adaptou ao país e esse reconhecimento de inadequação cultural é direito garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, portanto configurando uma espécie de violência, obrigá-los a ficar, ainda mais sendo tratados como moradores de rua (ou mendingos), como vem ocorrendo em Brasília. A reinvidicação desse grupo é o reassentamento em outro país que, infelizmente, não pode ser o retorno ao seu país de origem, estando este ainda em conflito (opção que seria recusada até pelo escritório internacional da ACNUR em Genebra) e pelo fato do Estado Palestino ainda não ser oficialmente reconhecido como tal. Este, portanto, é o principal motivo deles estarem em protesto aqui, reivindicando o direito de serem admitidos em outro país.
Para se esquivar da responsabilidade e demonstrando um sentimento de impunidade, a ACNUR invoca a "imunidade de jurisdição", no entanto, questiona Sandra, seu exercício, diferente de outros organismos internacionais (como embaixadas, por exemplo), envolve atribuições públicas dentro do território brasileiro, portanto, deveriam ser submetidos à legislação do país. Além disso, ressalta a Drª, "constatou-se a inexistência de mecanismos de controle externo das ações dessa agência humanitária e de seus parceiros, deixando situações jurídicas humanísticas se transformarem em uma atuação discricionária e condicionada à existência de verba orçamentária de fundo internacional, sem qualquer estipulação ou planejamento prévio, ao menos não divulgado".
O MP, através da PFDC, em representação formalizada pela Drª Sandra em nome dos palestinos, encaminhou recomendação ao Governo brasileiro que, através do CONARE se manifestou oficialmente dizendo que não teria como cumprir a recomendação pois não era de sua responsabilidade e que nada poderia fazer. Ainda em sua exposição, a Drª Sandra Nacimento reafirmou seu respeito ao ACNUR, enquanto entidade internacional, com atuação conhecida e de extrema relevância em vários países, ressalvando no entanto, que o escritório no Brasil vem deixando a desejar com episódios até de extrema arrogância de seus funcionários. E acrescentou que, não tendo pátria para retornar, é preciso encontrar uma saída diplomática e humanitária para os palestinos, não sendo aceitável que todos os órgãos envolvidos continuem se omitindo na questão.
A primeira a responder foi a Drª Ela Wiecko, dizendo que reconhece realmente faltar uma regulamentação e que a questão é mesmo problemática, pois já tinha conhecimento há um ano atrás sobre a situação dos refugiados e que entende que estes merecem tratamento normativo e que, se já houve pronunciamento da PFDC, que o mesmo foi bem encaminhado pela Drª Sandra. Ressaltou que o MP precisa ser articulador sim na questão, não podendo fugir à sua obrigação no tocante ao interesse social. Lembrou que reclamatórias trabalhistas não são reconhecidas por embaixadas e outros organismos internacionais que se valem da mesma "imunidade" configurando-se num problema essencialmente político de relações internacionais entre países. De concreto, finalizou, "não pode afirmar nada" já que ela entende que o máximo que o MP deve e pode fazer é provocar o Ministério das Relações Exteriores para que atue mais firmemente na questão.
Em seguida, o Dr. Eitel Santiago de Brito afirmou que a PFDC fez sua parte e que essa é uma questão de Direito Internacional Público quase sem solução, sendo também uma questão política que o MP não pode resolver. Afirmou ainda que, quanto à legislação que trata do acolhimento dos refugiados no país, ainda que a mesma fosse "satisfatória aos olhos da Drª, teríamos dificuldades, visto que temos hoje brasileiros refugiados em seu próprio território que não dispõem da assistência devida do Estado". Infelizmente, o Dr. Eitel não compreendeu a dimensão da situação que envolve o refúgio dos palestinos no Brasil e que a questão no âmbito internacional não pode eximir o Estado da responsabilidade de responder, pois este pactuou uma atribuição pública com um organismo internacional.
O Dr. Roberto Monteiro Gurgel, ponderou que "sempre que estiver em jogo a dignidade da pessoa humana, o MP não pode se omitir" e que, muitas vezes, a "trama burocrática" se opõe ao quadro normativo. Ressalta que o MP precisa ter papel de destaque na questão mas que, quanto à imunidade, o assunto é "complexo". Ele citou que atualmente existem duas demandas contra o PNUD que receberam apenas um voto recomendando a "relativização da imunidade" (da Ministra Ellen Gracie) e que estão suspensas por força do pedido de vistas da Ministra Carmem Lúcia. Mas que, até o momento, nos dois casos, a recomendação da PGR foi de que não se deve manter a imunidade que seria desfavorável à trabalhadores brasileiros (parte autora das ações).
O último a se pronunciar foi o Dr Wagner Gonçalves, que iniciou elogiando o trabalho da Drª junto ao Instituto, lembrando que são raras as entidades que abraçam causas do gênero, em função até mesmo de sua complexidade. Contou que quando atuou na PFDC, teve um encontro com representantes da ACNUR e verificou ser realmente um trabalho de extrema relevância, como bem ressaltou a Drª, em demandas na África e outros países que estão em situação de calamidade. Em relação especificamente aos palestinos, disse que ficou feliz quando soube pelos noticiários que eles seriam acolhidos pelo Brasil e que desconhecia que as coisas estavam da forma que foi relatada pela Drª Sandra. Afirmou que seu entendimento é de que o Brasil, "tendo dado o direito, precisa dar os meios". Além disso, lembrou, toda recomendação deve ser feita no sentido de se evitar uma Ação Civil Pública, mas que esta já deve ser feita em condicionante, ou seja, não havendo parecer favorável, informando o imediato início da Ação. O Dr. Wagner entende que a PGR deve sim fazer um estudo de possibilidades e de viabilidade (da Ação), através da PFDC, visto que temos no Brasil o CONARE como órgão responsável em causas do gênero. Afirmou ainda que, no seu entendimento, a imunidade existe mas precisa ser questionada a partir do fato de que a ACNUR possui escritório no Brasil e atua publicamente em território nacional.
Ficou claro que o último a se pronunciar foi o que melhor compreendeu a exposição da Drª Sandra, em especial pelo fato de ter percebido que a maior parte dos recursos para acolhimento dos refugiados são do próprio organismo internacional, portanto, não procede a afirmação do Dr. Eitel de que o atendimento à eles poderia significar precedência de direitos em relação à brasileiros natos. E, mais importante, que a imunidade de jurisdição invocada por eles não se assemelha à embaixadas e outros organismos, visto que esses não possuem atribuições públicas em território brasileiro, ao contrário da ACNUR como bem destacou a Drª Sandra em sua exposição. Por outro lado, todos recomendaram que a PFDC se empenhasse em buscar soluções, inclusive dialogando com o escritório da ACNUR em Genebra. A tarefa agora, portanto, é dar continuidade às ações para que seja possível pressionar os órgãos responsáveis e para chamar a atenção da opinião pública (sem as distorções da grande mídia), fato que pode ser decisivo na questão.
domingo, 10 de maio de 2009
O que está acontecendo com os palestinos?
O texto abaixo é do companheiro THIAGO ÁVILA*, que resume um pouco da história dos refugiados palestinos que estão acampados em Brasília, em protesto contra a ACNUR. Achei ótimo porque sei que um monte de gente não entende o que está acontecendo e porque abraçamos essa causa. Quem achar que pode ajudar, por favor, entre em contato.
-----------------------------------------------------------------
Antes de explicar a situação dos refugiados palestinos aqui no Brasil, é importante saber de você uma coisa: o que você ganhou de presente de Natal no ano passado? Uma camiseta, um celular, um livro? Talvez você nem tenha gostado do que ganhou, ainda assim, deve lembrar com alegria dos bons momentos passados ao lado da família confraternizando e agradecendo ao ano que se acabava. Para Fahrouk, Ramdam, Kammal e os outros companheiros palestinos refugiados no Brasil, o Natal teve um gosto um pouco mais amargo. O ataque genocida de Israel à Faixa de Gaza, onde estão muitos de seus familiares, mostrou mais uma vez o lado podre do nazi-sionismo e a inércia e ineficácia da diplomacia ocidental. Para os refugiados ao redor do mundo, este ataque representava a certeza de que a fúria e o ódio daqueles que fazem da Faixa de Gaza hoje um novo Gueto de Varsóvia iriam destruir o pouco que ainda lhes restava de pátria, onde um dia sonhavam em retornar para viver com seus familiares.
Falta julgar o mérito da terceirização
Deu no Blog da Paola Lima
Uma esperança para os críticos à terceirização do Hospital de Santa Maria. O processo no Tribunal de Contas do DF, assim como no Tribunal de Justiça, ainda não acabou. Na sessão de terça-feira (5), os conselheiros aprovaram a terceirização e pediram mais esclarecimentos ao Secretário de Saúde do DF, Augusto Carvalho. Como o tribunal ainda não julgou o mérito do contrato de gestão, caso considere insuficientes as explicações da secretaria, os conselheiros podem pedir a suspensão da terceirização.
sábado, 9 de maio de 2009
Cenários possíveis para 2010
Hoje ouvi uma frase interessante: o problema do Arruda e de todos os outros em Brasília, é um problema de "criador e criatura". E é mesmo. Todo mundo que está aí é criação dele, Roriz. E todos, como boas criaturas, estão esperando o que ele vai decidir pra tomarem suas decisões. Além disso, o DEM precisa resolver um problema que é o antigo acordo com P.O. que talvez - apenas talvez - abra mão dele, já que sua empresa ganhou a maior parte das licitações de obras da cidade (um bairro inteiro, inclusive) e ele, como empresário, vai precisar sair de cena para "cuidar dos negócios".
O PPS, que já há algum tempo vem sinalizando uma aliança com o DEM e o PSDB, pode lançar Augusto Carvalho ao Senado. O velho Pefelê tem oferecido, no governo local, espaços interessantes ao partido, confundindo sua militância que esquece que o DEMo cobra seu preço depois. Aliás, depois não, o tempo de TV do partido já está pagando a conta. Os que falam, com raras exceções, parecem cabos eleitorais do Governador. Reproduzindo o comportamento do partido em nível nacional. A única exceção, em termos de postura, é Gustavo Souto Maior, do Ibram, que tem se mantido coerente, com uma postura garantidora de seus princípios, menos pelo partido em si e mais por convicções próprias.
O velho Roriz, na verdade, não tem mesmo muita vocação para o legislativo. E, pelas últimas pesquisas, já tem 40% das intenções de voto, contra 8% do Agnelo para o governo. Mas o que ele pretende, além de "chacoalhar" as estruturas políticas da cidade (e testar seu poder de fogo), é manter sua oligarquia sempre em crescimento. A dinastia familiar se perpetuará mesmo que ele não volte à cena. Sua candidatura pode, no entanto, produzir o palanque mais inusitado que Brasília já viu. O PT nacional se movimenta pelo apoio à Dilma e isso só se viabilizará com o apoio do PMDB (que, claro, também cobrará seu preço nos estados). E com esse índice o PMDB dificilmente abrirá mão do Roriz em Brasília. Ou seja, já imaginaram Magela e Roriz juntos no mesmo comício?
Judeus anti-sionistas visitam Presidente do Irã
Em visita ao Presidente Ahmadinejad, no Irã, judeus ortodoxos "guardiães da cidade" (Neturei Karta), disseram-lhe que interpretam as escrituras de uma maneira oposta à dos que se consideram "escolhidos" por Deus.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Esquisitices diplomáticas
Dizer que política é uma "caixinha de surpresas" é o campeão nacional do lugar-comum. Mas, não tem jeito, é. E não é só isso, de vez em quando rolam umas coisas esquisitíssimas... por exemplo, que papo é esse do Brasil apoiar um tal egípcio - Farouk Hosni - para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Unesco? Isso porque haviam dois brasileiros na lista, o diretor-adjunto da própria Unesco, Marcio Barbosa (apoiado por EUA, Rússia, México, Argentina, França, Índia e China que já davam como certa sua eleição) e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Detalhe: o tal egípcio foi vetado até pelos EUA (!!) por ter um discurso anti-semita. Segundo o Itamaraty, o motivo é somente o de "estreitar relações com países árabes" (?!). Mas, fiquei pensando... bem que se o Cristovam tivesse ficado quietinho com aquela demissão por telefone, agora podiam dar esse jabá pra ele, né? Foi reclamar...
Lei de Imprensa derrubada, diploma ainda aguarda decisão
Do Estadão
O Supremo Tribunal Federal derrubou a Lei de Imprensa, símbolo da ditadura, quando 7 dos 11 ministros a consideraram inconstitucional. Editada em 1967, a lei estabelecia penas mais rigorosas do que as previstas no Código Penal para crimes de calúnia, injúria e difamação. De agora em diante, juízes vão se basear na Constituição e nos Códigos Penal e Civil para analisar ações que envolvam a imprensa.
Leia mais em: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,stf-derruba-lei-de-imprensa,363661,0.htm
O Portal Imprensa comenta em http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2009/04/01/imprensa27161.shtml o fato de terem "empurrado com a barriga" a decisão sobre a obrigatoriedade do diploma.
No link: http://alainet.org/active/30337&lang=es você encontra texto do Intervozes que discute os aspectos democráticos da decisão.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Minha alma está de luto pelo Rio de Janeiro
Por causa disso, dessa espécie de "tradição", os passageiros que já conheciam os meliantes que ganhavam a vida (como todo trabalhador, batendo ponto) na mesma linha, se preparavam deixando objetos de valor o mais escondido possível e, velho macete, deixando uns trocadinhos à vista. Tirava a carteira da bolsa e colocava no bolso de trás da calça, colocava o relógio na cueca, cada um tinha uma estratégia. Eu me lembro que, adolescente, costumava esconder meu rico dinheirinho dentro da meia, na lateral do tênis. E até que funcionava. Nunca me roubaram.
Um dia, distraídas que estávamos as três com inúmeros problemas que estávamos enfrentando na época, pegamos o famigerado 171 sem prestar atenção nessas regrinhas básicas de prevenção. Ocorre que eu tinha acabado de fazer os tais 15 anos e minha mãe passava por um aperto dos grandes e estava especialmente emocionada no período por não ter podido me dar um baile de aniversário. Ela sabe que eu não dava a menor bola pra isso, até porque eu já era meio subversiva e "esse negócio de baile de 15 anos era muito brega". Só que se ela tivesse condições de fazer, eu tinha topado, tamanha a importância que ela dava pra coisa. Mas não rolou. Meu presente então de 15 anos foi um relógio espetacular, moderníssimo, cheio de funções, meio esportivo, que eu andava querendo muito. E foi com esse pequeno "tesouro" que entrei no 171.
Assim que sentamos, quase que instantâneamente, minha mãe deu um suspirinho assim tipo: "ai, esqueci... ixi, acho que lá vem um assaltante". Ou seja, mal ela se deu conta de que entramos distraídas e já vinha um carinha suspeito entrando lá na frente. E não deu nem pra esboçar qualquer reação, antes do ônibus apontar a entrada do túnel, um rapaz alto que devia ter uns vinte e poucos anos começou a recolher os pertences dos passageiros. Havia um ajudante com ele que devia ter a mesma idade que eu.
Na época, claro, já aconteciam assaltos à mão armada. Só que não era tão comum, pelo menos, dentro de ônibus, porque para o cara pegar uma arma, tinha que valer a pena e, pra assaltar em ônibus, bastava um canivete ou até nada, já que as pessoas já andavam alarmadas e entregavam tudo no primeiro pedido. A coisa era mesmo meio lacônica: "entrega as coisa aí.." e a vítima, em um rítmo mais acelerado "tá, leva, leva!..."
A cena nesse dia foi muito rápida. Quando ele veio em nossa direção, o maior deles, minha mãe que estava na janela, começou a tirar os anéis, brincos, dinheiro da bolsa (pedindo pra ficar com os documentos) e, de repente, quando o cara quis puxar a bolsa da mão dela, eu entrei em uma espécie de transe e puxei a bolsa da mão dele "mãe, não entrega não!", "que absurdo!", o cara arregalou o olho pra mim sem acreditar. Eu estava sentada no corredor e comecei a dizer impropérios pra ele que estava em pé na minha frente "você não tem vergonha? minha mãe está desempregada!! olha o que você está fazendo, tirando dinheiro de trabalhador! porque você não arruma um emprego? um marmanjo desses!!"... bom, me lembro que foi algo assim (dêem o desconto poque eu era uma pirralha ainda). Sei que ficou ele catatônico de um lado e minha mãe desesperada do outro chorando e falando junto comigo "pelo amor de Deus minha filha, não faz isso, deixa ele levar a bolsa!..." Sempre que me lembro disso, morro de pena da minha mãe porque imagino que deve ter sido um dos maiores sustos da vida dela. E quando ele saiu do estado catatônico quis puxar meu relógio, aí que quase levantei e dei nele: "meu relógio você não leva não!! minha mãe me deu não sei com que dinheiro porque ela tá sem emprego, tá?"... ai, ai, adolescentes... O cara teve que cair fora porque o ônibus chegava perto do tal Posto da PM depois do túnel e desceu sem levar a bolsa da mamãe nem meu relógio, e claro, me xingando até a última geração e dizendo que "era pra eu esperar que ele ia me pegar". Eu ainda tive a idéia genial de dizer com o bracinho pra cima: "pode vir, pode vir!!" (acho que eu tava possuída pelo espírito de um chefe de morro, sei lá).
Bom, porque lembrei disso? Porque acabo de assistir no Bom Dia Brasil uma sequência de vídeos liberados pela PM com os "novos métodos" dos assaltantes do Rio. Simplesmente entram, nas lojas, ônibus, casas e atiram à queima-roupa, sem que a pessoa esboce qualquer reação. Apenas olham, dentre as pessoas presentes, como numa roleta-russa e escolhem uma pra executar, enquanto recolhem o objeto do assalto. Lógico que acho terrível o que eu fiz quando era mais nova, NINGUÉM DEVE REAGIR À UM ASSALTO, JAMAIS. Mas, vendo as cenas agora, me lembrei daquele dia e me passou um arrepio pela espinha. A cena do cobrador sendo baleado é especialmente chocante, cruel. Eu também poderia ter morrido aquele dia e não estar aqui, dezessete anos depois, participando desse mundo. Nem sei se o "outro mundo" é mais bacana, só sei que a gente faz uma força danada pra continuar por aqui o máximo possível desde que nascemos. E acho que o que mais choca, é que eles parecem não dar a menor importância para a vida, é como uma "coisa", entram, atiram e vão embora, com a mesma expressão com que pegariam algo na prateleira de casa. Curioso é que hoje acordei super cedo, fiz caminhada, tava tão feliz e de repente essas cenas me tiraram o astral.
Eu, com meu idealismo inveterado, moro em Brasília com saudade eterna do Rio, e tenho esse sonho de voltar e, lá sim, fazer algo de concreto pela cidade. Ser candidata a algum cargo eletivo, tentar cavar politicamente um espaço no executivo, sei lá. Não me conformo que minha cidade tenha se tornado isso. Não me conformo que não seja feito um esforço real, inclusive do Governo Federal, para pensar um conjunto de políticas públicas que solucionem de vez esses problemas. Sei que mesmo que começasse hoje, ainda precisariam muitos anos para surgirem resultados. Mas não consigo acreditar que o Rio esteja tão abandonado, tão entregue à própria sorte. Quando eu chego no Galeão, enquanto me dirijo pro Centro, vejo tanto lixo, tantas invasões que não existiam... o inchaço urbano, a violência, tudo no Rio hoje é superlativo, tanto quanto sua beleza natural que, felizmente, continua a mesma. E eu fico aqui, com essa vontade de mudar tudo isso, de estar lá pra fazer algo concretamente, mas não sei como nem o quê. Quem sabe um dia...
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Foi lindo
Resultado: sem querer, o manifesto, o apitaço e tudo o mais, aconteceu na presença de várias autoridades, corpo diplomático, membros do STJ e STF e do próprio Ministro que, pelo que consta, presidia a mesa do evento. Constrangedor...
Li em algum lugar que ele disse não ligar pra isso, mas, que deve ter sido incômodo estar num evento desse nível, tentando falar, com a barulheira de gente gritando e apitando "cai fora Gilmar Mendes", ah isso deve. Confesso que até fiquei com uma pontinha de pena dele... tadinho.. mas já passou. Fora que, usando o jargão do Lula, "nunca antes na história desse país" um presidente do supremo foi defenestrado dessa forma pela população.
Acesse o blog abaixo que tem mais informações lá. E, pelo que vi, já tem informações também na Agência Brasil, no G1, no Último Segundo...
terça-feira, 5 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Idelber Avelar fala aos histéricos
Dentre outras coisas, Idelber lembra que ninguém faz escândalo todas as vezes em que Israel lança seus tentáculos bélicos sobre Gaza. Enfim, vale a pena ler.
E, uma dica: antes de aceitar o que é reproduzido do New York Times pela mídia tupiniquim, observe se não está havendo uma tradução tendenciosa de idiomas pouco conhecidos, como o árabe ou o persa (caso do líder iraniano), para o idioma do establishment.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Filosofando no feriado
"Quem se curva aos poderosos mostra a bunda aos oprimidos"
Millôr Fernandes
Idealismo imortal
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde
o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente
quiser, vai dar para mudar o final!Elisa Lucinda